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(via Pinterest)

"Você não pode protegê-lo de se magoar, querida, não importa o que faça. Ser vulnerável, deixar pessoas se aproximarem, se magoar... Tudo isso é parte de estar apaixonado." 

Agora e para sempre, Lara Jean

Autora: Jenny Han
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 304
Título original: Always and Forever, Lara Jean

Sinopse: Em Para todos os garotos que já amei, as cartas mais secretas de Lara Jeans - aquelas em que se declara às suas paixonites platônicas para conseguir superá-las - foram enviadas aos destinatários sem explicação, e em P.S.: Ainda amo você, Lara Jean descobriu os altos e baixos de estar em um relacionamento que não é de faz de conta.
Na surpreendente e emocionante conclusão da série, o último ano de Lara Jean no colégio não podia estar melhor: ela está apaixonadíssima pelo namorado, Peter; seu pai vai se casar em breve com a vizinha, a sra. Rothschild; e sua irmã mais velha, Margot, vai passar o verão em casa. Mas, por mais que esteja se divertindo muito - organizando o casamento do pai e fazendo planos para passeios de turma e para o baile de formatura -, Lara Jean não pode ignorar as grandes decisões que precisar tomar, e a principal delas envolve a universidade na qual vai estudar. A menina viu Margot passar pelos mesmos questionamentos, e agora é ela quem precisar decidir se vai deixar sua família - e, quem sabe, o amor de sua vida - para trás.
Quando o coração e a razão apontam para direções diferentes, qual deles se deve ouvir?

São 3h09 da manhã e eu acabei de terminar de ler a última página do fim da trilogia que me provocou risos e lágrimas em uma história pela qual eu não daria tanto pela capa - então, Netflix, obrigada pelo filme. Esta resenha está um pouco distante das outras porque a faculdade não me permite ler tanto livros sem ser voltados para ela quanto eu gostaria, mas vez ou outra eu me permito tirar um tempo para mim. E decidi por essa semana, que estou sem aulas e me bateu saudade de um dos meus casais favoritos da ficção - e um pouquinho a mais de Peter Kavinsky.
Neste livro, nos deparamos com uma Lara Jean diante de grandes decisões. É chegado aquele momento entre o ensino médio e a faculdade, em que estamos apreensivos com as admissões e com o que queremos para a vida, ao mesmo passo em que estamos nostálgicos, com aquela sensação de "é agora que a vida começa" (apesar de que acredito realmente que ela já começou bem antes disso), em que todos os seus amigos estão tomando o rumo de suas vidas e você só queria ficar mais alguns instantes com eles.

"Já ouvi gente falando que você conhece seus melhores amigos na faculdade, e que são esses que ficam ao seu lado a vida toda, mas tenho certeza de que eu e Chris permaneceremos próximas a vida toda também. Sou uma pessoa que guarda coisas. Vou estar com ela para sempre."

Estamos juntos de LJ quando ela tem uma grande quebra de expectativa, fazendo uma enorme curva no caminho para o futuro que ela já havia planejado junto de Peter. Mas, mais tarde, percebemos como esse obstáculo foi importante para o amadurecimento não somente dela, mas do relacionamento deles. Uma outra questão neste livro é a expectativa para a primeira vez da protagonista, que está se equilibrando na linha tênue entre fazer para encerrar um ciclo e fazer porque ama Peter. E, Jenny Han, você toma meu coração quando resolve essas questões como se estivesse vivendo na cabeça de uma adolescente e, simultâneo a isso, na cabeça de uma adulta. 
Encontramos uma Lara Jean mais madura, com uma cabeça menos confusa do que no segundo livro - ainda que não seja totalmente decidida. Bom, pelo menos do meio para o final, eu mesma senti orgulho de vê-la tomando suas decisões e sabendo escolher exatamente o que seria melhor para ela e para Peter, sem que precisassem abdicar de seus sonhos, nem um do outro.
Kitty também está mais madura, mas continua sendo aquela menina implicante que ora odiamos, ora amamos. Confesso que a amei muito neste livro. E Margot... Bem, Margot também segue sendo um pouco chata (prevalecem os momentos em que não gosto tanto dela), mas ela se mostra mais vulnerável, assumindo sentimentos que eu não imaginei que a personagem pudesse algum dia. Peter está... Ainda mais Peter. Lindo, charmoso, amável, como Lara Jean nos desenha o seu namorado. É impossível não nos apegarmos ainda mais a ele, que também demonstra um pouco de suas fraquezas e se encontra ainda mais apaixonado por Lara Jean.
Se no primeiro livro eu me identifiquei com Lara Jean, no terceiro eu quis abraçá-la como uma forma de cumplicidade. Ela está ansiosa e com muitas questões, as quais eu mesma vivenciei e algumas estou aprendendo a lidar até hoje, no segundo semestre da faculdade. 

"É assim que acontece? Você se apaixona e nada mais parece assustador, e a vida é apenas uma grande possibilidade?"

Acho importante ressaltar também como os três livros desenham bem a trajetória de um relacionamento, ainda que o deles tenha começado como uma mentira. A primeira fase, da paixão; a segunda, de conhecer melhor e mais profundamente o outro (que pode gerar conflitos); e a terceira, de amadurecer, juntos e individualmente. Não quer dizer que a terceira é a última, mas ela é crucial e tão importante quanto as outras. 
Posso me arrepender do equívoco a seguir, mas eu me apresso em dizer que este é o meu favorito dos três - apesar de que amo o clima do primeiro, com as cartas e o início da paixão. Eu gosto como Peter está presente e o enxergamos melhor. Conseguimos entender o porquê de Lara Jean ser apaixonada por ele. Conseguimos também ver o lado dele, as dificuldades que ele está enfrentando, os limites que ele pretende ultrapassar - se forem precisos - para fazer tudo por ela, mesmo que ele tenha o próprio jeito de declarar isso, sem colocar todas as cartas na mesa de uma vez só. E eu não estou dizendo que todos nós precisamos fazer o possível e o impossível por quem amamos, vai de cada um a melhor forma de agir; mas é boa a sensação de ver a mudança do Peter do primeiro livro para o último. Confiamos, assim como Lara Jean, muito mais nele agora. E só sabemos torcer para que tudo dê certo entre eles. 
Afinal, o terceiro livro é sobre acreditar no amor. Por mais que tentemos, é difícil planejar uma vida inteira. E mais difícil ainda é ser resiliente quando a nossa zona de conforto é totalmente retirada de nós (imagine só quando somos nós que decidimos sair dela). E é sobre acreditar no amor porque, no fim, é ele o significado de tudo. É por amor que fazemos, é por amor que mudamos. Seja por outra pessoa, por nós mesmos, o que for. 

"Contrato retificado de Lara Jean e Peter (...) Peter vai amar Lara Jean com todo o coração, para sempre."

A trilogia me envolveu e eu terminei com aquele gostinho de quero mais. Não porque ficou faltando alguma coisa, mas porque eu me diverti lendo e queria ter essa sensação por mais tempo. Se você tem um tempinho e gosta de romances leves, eu sigo indicando a história de Lara Jean. Terminei o terceiro chorando - em partes porque eu choro com praticamente tudo - e não nego que vez ou outra ainda me pego assistindo mais uma vez ao filme para ter a imagem dos atores mais vívida e imaginá-los nas cenas dos livros que não foram adaptadas. Retorno a dizer que eu nunca teria lido os três se fosse olhar apenas para a capa. Então, obrigada, Lara Jean, por ter me conquistado por suas palavras e confusões que eu entendo e me identifico. Agora e para sempre.