Enfim, chegamos a última parte do Natal com os Bridgertons, exatamente no dia 25, quando tá todo mundo derrotado depois de tanto comer na véspera. Hoje iremos falar sobre os 3 últimos Bridgertons e espero que tenham gostado do nosso amigo secreto sem bailes e ceias e só uma doida escrevendo besteira.

AMIGO SECRETO 

Foto: Blog Adormecidas

DAPHNE 

Achei de bom tom começar com aquela que me apresentou a família Bridgerton e praticamente ao mundo dos romances de época. Daphne é decidida e a mais velha entre as irmãs. Não tem muita paciência para seus pretendes chatos e as danças intermináveis. Gosta é de um bom desafio, na realidade. Além disso, ela luta por si e por aqueles que ama, com pressa em mudar as coisas e obviamente cometendo erros. Apesar de gostar muito dela, de seu jeito esperto e de não ter medo de expressar seus sentimentos, ela foi de longe a irmã que mais me decepcionou. Então meu presente é um semancol. Juízo, mulher! (Apesar de tudo, gosto dela, viu)

GREGORY 

Aqui temos um menino apaixonado. Disposto a tudo pelo amor. Diferente de todos os outros boys, Gregory não fica com o discursinho de: "Nunca vou me apaixonar. Sou putão." Só que exatamente como aquela música do Exaltasamba, ele se apaixonou pela pessoa errada. Tadinho, gente. Fica correndo atrás de uma que não tá nem tchum pra ele (tô musical hoje, viu) enquanto a dona da porra toda tá do seu lado! Mas perdoem o rapaz por ser meio lesadin, depois ele se toca e luta (luta mesmo) pela mulher que ama. A definição de homão. Vou dar um óculos de presente pro bixin. P.S.: La la la lucy (Ai, Gabi, só quem viveu sabe).

ELOISE 

A quinta Bridgerton, atiradora de Elite, fugitiva, melhor amiga da Penelope, escritora de cartas oficial da família entre tantas coisa mais se chama Eloise Bridgerton. Todo mundo acreditava que ela ia virar uma vitalina/moça velha (mulher que não se casa, como diz aqui no Ceará), porque aparentemente para a sociedade londrina 28 anos é uma idade muito avançada para uma mulher não estar casada (para um homem, não). A questão é que Eloise não está nem aí para esses babacas engomadinhos e para ela tudo bem não se casar. O negócio é que ninguém foge do amor, não é? E Eloise foge para encontrar ele como mulher decidida que é (e sofre, viu) e faz todos seus irmãos (menos o Colin) entrarem em estado de loucura. Para ela o meu presente é um kit detetive, com arma e tudo. 
Nota: E chegamos ao fim (Ahhhh)! Foi muito divertido escrever e compartilhar com vocês o amigo secreto da família Bridgerton e falar um pouco sobre esses personagens que amo. Espero realmente que tenham gostado dos posts e se interessado pelo mundo criado por Julia Quinn e fiquem esperto, porque 2020 será um ano e tanto para os fãs dos Bridgertons. 


Voltamos para a parte dois do Natal com os Bridgertons e nosso amigo secreto da alta sociedade inglesa. Para quem ainda está perdido neste rolê, clica aqui para ler a primeira parte que explico tim tim por tim tim sobre esse super evento. No post anterior tiramos Violet, Anthony e Colin, agora vamos tirar mais 3 papeizinhos e descobrir quem da família Bridgerton terá seus segredos revelados. 

AMIGO SECRETO

Foto: Blog Adormecidas


HYACINTH 

Ela é a caçula, curiosa e adora aprontar várias confusões (bem sessão da tarde, hein). Ela é perspicaz e não desiste de um desafio de jeito nenhum. O seu livro, "Um beijo inesquecível", é um dos meus favoritos. Diferente de tantas outras damas da sociedade, ela é birrenta, gosta de falar na cara das pessoas e apesar de seguir as regras não gosta nenhum pouco delas. Então, o seu atrevimento, jeito de moleca e tantas outras coisas mais que tiram o juízo de sua mãe e seus irmãos, faz com que ela seja completamente maravilhosa. Mas além de enaltecer o poder feminino, tenho que dizer que sou meio apaixonada - até demais - pelo boy dela e pelo fato dele ser apaixonado exatamente por ela ser quem é. Meu presente para a Hyacinth linda é uma caça aos tesouros, vou esconder tudo e sei que ela vai amar essa caçada. P.S.: Gareth sim ou Gareth não? GARETH MAISS.

BENEDICT 

O segundo filho e o mais alto de todos é um apaixonado e muito lesado, mas MUITO lesado. Com jeito de artista e um corpo escultural (o que é este homem saindo da água do jeito que veio ao mundo?). Apesar de seus músculos e da aura poderosa, ele possui um jeito muito doce e completamente apaixonante, só que pode ser bem vacilão também (eu não esqueço dos teus vacilo, boy). Por fim, Benedict, o artista da família, recebe de mim uma linda pintura imprensa diretamente do Pinterest.

FRANCESCA

Francesca é a filha que foge do fuzuê costumeiro de sua família. Mas retraída e pensativa, ela se faz uma caixinha de surpresa. E quando começamos a descobrir o que ela tanto guarda escondido de seu sorriso tranquilo ela se torna mais encantadora ainda. Foi nela que percebi uma profundidade que talvez não tenha sido tão trabalhada em outros personagens, talvez pela personalidade dela, ou por tudo que ela passou. Afinal, não é fácil perder um marido e um bebê tão de repente. Então, a gente já começa o livro dela, "Um Conde Enfeitiçado", com o coração completamente partido. Mas ela supera bebê e ave Maria, que superação! (Sou muito apaixonada no boy dela, muito muito muito mesmo). E para ela o meu presente é um pônei de pelúcia (Cê só vai entender a piada se ler. Tá perdendo tempo porquê?)




Nota: Gente, olha como eu tô rápida! Já temos a parte 2 do amigo secreto mais babadeira da alta sociedade londrina! Espero que tenham gostado e já a gente volta com a parte 3. Foto da mulher encontrada no Pinterest.


Passa o salpicão, o panetone, o arroz à grega, a farofa...Imagina como deve ser uma loucura o natal dos Bridgertons (e provavelmente nem farofa eles comem, afinal é em mil oitocentos e bolinha)! Então vamos adicionar muito chá nessa conversa e talvez alguns biscoitos. 
Natal com os Bridgertons foi uma ideia que surgiu depois de uma seguidora pedir no Instagram para que falassemos sobre a família mais agitada da alta sociedade. Com isso veio a ideia do amigo secreto, para que vocês pudessem conhecer os personagens um pouco mais. Além disso, serve como esquenta para a série que irá estrear próximo ano na Netflix. 

AMIGO SECRETO 



O primeiro passo é saber que a família Bridgerton é ENORME. De filhos temos 8: Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth (em ordem alfabética e de nascimento também). Além dos filhos, temos a matriarca e dona da porra toda: Violet Bridgerton. Para cada filho existe um livro com o adicional de um livro com segundos epílogos. Mas vamos deixar de conversar e começar o amigo secreto!

VIOLET

A minha primeira amiga secreta é exatamente quem começou toda essa história. Ela deu à luz a 8 filhos e viu seu marido morrer quando ainda não havia saído da casa dos 30. Ficou com um monte de filho pra criar enquanto ainda carregava Hyacinth na barriga. Anthony, o filho mais velho, tinha apenas 18 anos e carregou o peso de se tornar o chefe da família. Enfim, minha amiga secreta, Violet, é uma mulher forte, a verdadeira chefe dessa família e a casamenteira oficial. Para ela vou dar um conjunto de joias (bem chics). E só por sua presença quase onipresente em todos os livros você já deveria lê-los. 

COLIN

O meu próximo amigo secreto (porque tirei todos) é o terceiro filho e tem um dragão dentro da barriga. Se ele fosse brasileiro e vivesse neste século, iria se esbaldar no São João! Amo que ele interfere na maioria dos relacionamentos dos irmãos (e só pra coisa boa) e quando a briga ta pegando fogo ele tá batendo uma boquinha. Menina, o nome dele é Colin.
O mais engraçado de tudo é que quando chega no seu livro, o boy caí de quadro igual um cachorrinho por quem ele duvidava se apaixonar. O tombo foi MARAVILHOSO! Além disso, durante sua história, pudemos descobrir outras facetas dele fora a parte comilona. P.S.: De "Os segredos de Colin Bridgerton", a melhor personagem é a Penelope (e você só vai descobrir lendo, bebê), ela realmente é a joia de toda a trama. P.S.:² E meu presente séria uma cesta de café da manhã! 

ANTHONY 

O terceiro e último de hoje é o visconde libertino que todo mundo ama (eu acho, né). Esse boy, frequentemente irritado e gritando "Vou matá-lo" a todo instante gosta do babado! E ele é decidido, viu. Quando começamos a leitura do seu livro, "O Visconde que me Amava", ele bate o martelo e decidi que quer casar (mas ele vai mirar na pessoa errada. A vida não seria tão fácil assim, bebê). E é lindo ver outro macho sendo tombado pelo amor e por uma abelha! A estrela desse livro é a abelha. Obviamente não irei revelar porque ela é tão importante. E também é durante sua história de amor meio cão e gato, que temos o jogo de pall mall, e garanto que sua vida irá mudar depois de descobrir sobre o taco da morte.
Eu poderia o presentar com várias coisas, então escolhi fazer um kit: um pote de mel, um par de meias com estampa de abelha, um dorflex, advil e provavelmente um calmante.

Nota: Decidi dividir o post de amigo secreto em 3, porque provavelmente ficaria cansativo falar sobre toda a família Bridgerton em um post só e também para saber se vocês estão gostando dessa ideia. Espero que tenham se divertido. P.S.: Ilustração encontrada no blog Miss Bennet.
                                            


Foto: Blog Adormecidas
Autor(a): Heloisa Bernardelli
Editora: P.S.:
Nº de Páginas: 228
Narração: 3ª Pessoa

Sinopse:

Anna e Alex se conheceram na madrugada em que a casa da família dela foi engolida pelo fogo; queimou todinha, do começo ao fim. Pelo menos foi o que ouvi dizer. Eu ainda não estava lá. Em compensação, estive lá por muito tempo depois. Rodando por Sheffield e os acompanhando bem de perto, com meus autofalantes entoando músicas que eles chamavam de indie, mas que pareciam apenas barulhentas para uma caminhonete velha como eu. Fiz silêncio enquanto eles liam. Enquanto cochilavam. Se apaixonavam. Ah, sim, eu flagrei todos aqueles olhares de Alex, que Anna nunca viu. E todos os sorrisos dela, que por azar ele não percebeu. Ouvi as declarações que não fizeram, as discussões que engoliram, o amor que aquietaram. Até que nos mudamos para os Estados Unidos. Alex, sua infelicidade e eu. Por muito tempo, fomos só nós. Mas existem boatos de que Anna está chegando. Talvez não no melhor dos momentos, é verdade, mas quem sabe assim ele pare de meter os pés pelas mãos. E, bem, na pior das hipóteses, ainda nos reuniremos outra vez, como nos bons e velhos tempos.

Nas palavras de "The Killers", "Agora estou caindo no sono/E ela está chamando um táxi/ Enquanto ele está fumando/E ela está dando uma tragada/Agora eles estão indo para a cama/ E meu estômago está embrulhado/ E está tudo na minha cabeça, mas/Ela está tocando o peito dele agora/Ele tira o vestido dela, agora, me deixe ir." Com certeza essa poderia ser a trilha sonora deste livro. Afinal, a história é uma grande tortura formatada em 228 páginas. Pois não é fácil está instalada na casa dos pais da noiva do seu melhor amigo (e por quem é apaixonada há anos) esperando o dia do casamento deles. É exatamente isso que Anna tem que suportar.
Anna e Alex são amigos desde a infância. Moldaram a vida um no outro desde então. Trocavam ligações de longa duração, silêncios duradouros, confidências, mas nunca tiveram coragem de assumirem o que sentiam de mais profundo um pelo outro. Parecia que em todos os momentos que poderia se encaixar um "mais" surgia um grande "porém". Dessa forma, a relação dos dois foi se distanciando cada vez mais, até chegar no dia que Alex vai entrar em uma igreja com uma mulher que não se chama Anna.
"Era de uma melancolia pouco familiar descobrir que até o calor da presença dele lhe causava incômodo, e, cada vez que ele se aproximava, seu coração parecia gritar, aflito para que Alex se afastasse antes que fosse tarde demais." Página 42
"Se Miss Lizzy Falasse" é uma grande viagem. Embarcamos no lado do passageiro e Miss Lizzy, uma caminhonete antiga, relata os anos de burrice de seu dono e a melhor amiga. Com o rádio ligado no último volume, tocando uma música indie/rock que certamente não conheço, ela fala que Alex viu a casa de Anna pegar fogo por inteiro quando ainda estava na casa dos 10 - ela sequer existia para os dois -, e que desde então não se largaram. Gostavam de serem dois estranhos, com gostos musicais parecidos e aversos a uma baladinha pop e romântica. O que é irônico, eu e Miss Lizzy rimos, afinal, a história dos dois se encaixa perfeitamente em "You Give me Something" do James Morrison - o que eles não gostam nenhum um pouco. Apesar da máscara de indies intoxicadores de pulmões, a vida os muda e os leva para caminhos diferentes.
Intercalando entre flashbacks do passado e dias antecessores ao casamento de Alex, o que a voz embargada de Miss Lizzy causou foi dor. Dor por ela e eu entendermos que tamanho sofrimento foi causado pelo medo e pelos vários momentos de silêncio dos dois. Silenciosamente, se reconhecendo no olhar um do outro, nas histórias e nos passos esquisitos de dança, sabem que são apaixonados um pelo outro, mas não dizem nada.
"Seu coração, o mesmo que parecia ter pego um resfriado violentíssimo pouco antes, de repente saltou de onde estava e esperneou aflito ao ver seu visitante mais assíduo bem ali, tão perto outra vez." Página 89
Talvez, e acho que a velha caminhonete concorda comigo, o pior papel nessa história seja o da Madson, a noiva. Apesar de ter chamado ela de burra incontáveis vezes, e por ela ser na teoria a personagem que separa os dois principais, deve ser muito doloroso perceber que o cara que você está prestes a se casar nunca vai te amar da mesma forma que ama a melhor amiga. Sinceramente, não entendo por que ela ainda se prestou o papel de ficar, só que ao mesmo tempo, sei que quando a gente gosta de alguém é difícil deixar a pessoa ir, mesmo sabendo ser o melhor para ela.
Nessa viagem com Miss Lizzy, atravessando anos, vendo Anna e Alex se tornarem melhores amigos, se apaixonarem, escutarem músicas até quase estourarem os tímpanos, dançarem, fumarem e beberem até demais, me tornei um misto de felicidade e tristeza. Felicidade de poder visualizar a beleza do amor do dois, como amigos e amantes. Tristeza em observar o medo, o silêncio e as tantas burradas que me fizeram praticamente gritar para as parentes e chorar igual uma louca em um sábado solitário.
"— O jeito como você olha para ela. Alex, você nunca me olhou dessa maneira, e eu não tenho certeza de que algum dia você vai." Página 145
Por fim, depois dessa montanha russa de sentimentos e praticamente uma road trip, o que tiro dessa história bonita e extremamente delicada, é que antes se nos entregarmos alguém, precisamos nos entregar para nós mesmos. Por que no fim, o "porém" que os separou por tanto tempo, se chamava Alex e Anna (Madson só tava lá pra sofrer, coitada).
Lembrando que a primeira versão da história está disponível no Wattpad, intitulada por Friendzone e vocês poderem adquirir este lindo livro no site da P.S.:.

              

                                                              

Foto: Blog Adormecidas

Autor(a):
Jenny Colgan
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 336
Narração: 3ª Pessoa 

Sinopse: 

Um balneário tranquilo, uma loja abandonada, um apartamento pequeno. É isso que espera Polly Waterford quando ela chega à Cornualha, na Inglaterra, fugindo de um relacionamento tóxico.
Para manter os pensamentos longe dos problemas, Polly se dedica a seu passatempo favorito: fazer pão. Enquanto amassa, estica e esmurra a massa, extravasa todas as emoções e prepara fornadas cada vez mais gostosas.
O hobby se transforma em paixão e ela logo começa a operar sua magia adicionando frutos secos, sementes, chocolate e o mel local, cortesia de um lindo e charmoso apicultor.
A padaria dos finais felizes é a emocionante e bem-humorada história de uma mulher que aprende que tanto a felicidade quanto um delicioso pão quentinho podem ser encontrados em qualquer lugar.
"Mas agora, com o sol aquecendo as costas dela, respirou fundo e tentou focar no futuro, em vez de no passado. Sim, o futuro era um cenário assustador, mas que cenário não era?" Página 72
Desde que li "A Pequena Livraria dos Sonhos" - já resenhado aqui - me apaixonei completamente pela escrita da Jenny Colgan. Ela escreve o tipo de livro que abraça, lhe bota num cantinho e enche o seu coração de coisas boas. Isso começa logo pelas propostas dos livros da autora. O primeiro fala sobre uma livraria móvel e esse sobre uma padaria, o que significa que durante todo a trama fiquei passando fome. Era como se conseguisse sentir através das páginas o cheirinho de pão no forno e o gosto do mel na língua. 
Polly, a personagem principal, não apenas tem o nome da Polly Pocket, como tem um marido: Chris, o vacilão, e eles estão em falência. O começo da história lembrou muito o começo de "A Pequena Livraria dos Sonhos", exatamente porque ambas as personagens principais estão ferradas, desempregadas e sem saber o que fazer.
"Só por um segundo - um delicioso segundo -, o mundo inteiro congelou, e Polly percebeu que ele estava prestes a beijá-la. Durante esse longo instante, ela soube que o beijo seria tudo o que sempre sonhara, tudo o que sempre desejara; soube que, depois, a despeito do que fosse acontecer, talvez nunca mais fosse querer beijar outra pessoa." Página 259
Polly precisa arrumar um emprego e achar uma casa para morar - já que o seu apartamento chic que dividia com Chris foi devolvido ao banco, e ele não a chamou para ficar com ele na casa de sua mãe - e nisso tudo acaba se mudando para Mount Poulbearne, uma pequena ilha na Cornualha (e totalmente fictícia).
A partir do momento que Polly se muda para a cidadezinha com uma ponte que fica submersa de hora em hora, sua vida começa a mudar. Polly começa a fazer seus vários pães deliciosos e quando ver toda a cidade já ama a sua comida. Porém, só depois ela finalmente consegue ver o seu hobby como fonte de renda e começa a ganhar um dinheirinho (afinal, ela precisa).
Nesse meio tempo, Polly conhece Tarnie, um pescador bonitão e super prestativo, além de seus companheiros de tripulação (que são muito fofos também), Huckle, o gigante e loiro norte-americano que produz mel e a Sra. Manse, sua senhoria e dona da única padaria da cidade.
A história contém um romance lindo (apesar de achar que a autora se repete), mas o ponto chave é a construção de Polly. De como ao longo das páginas ela ressignificou a sua vida. Saindo da fossa e se superando, fazendo o que gosta e sendo ela de verdade.
A cidade também é uma personagem. O fato dela se manter longe e ao mesmo tempo perto da cidade grande, de se fazer como refugio, constrói toda a ambientação da história. E ela também se reconstrói com a evolução de seus habitantes. Então, saímos de uma simples cidade pesqueira para um lugar que significa "lar".
"— Minha rainha — recitou 'Fulano', em um tom grave e monótono, lendo um cartão. — Que a força esteja conosco conquanto viajamos pela galáxia da vida. Prometo nunca ceder ao lado negro..." Página 307 (Botei "Fulano" para não entregar quem é o personagem) 
Uma parte muito importante também é a importância que se dar aos pescadores e ao mar. Parece que às vezes nos automatizamos e esquecemos que o alimento que consumimos foi produzido por alguém. O caso dos pescadores é bem especifico, visto que é uma profissão super perigosa e que esquecemos constantemente de reverenciar. Não posso deixar de falar, exatamente por causa dos vazamentos de óleo nas praias do nordeste (e porque sou nordestina) de como temos que defender o mar, os animais e a profissão das pessoas que precisam trabalhar nele.
Por fim, Jenny Colgan consegue entregar mais um livro maravilhoso, que encheu o meu rosto com sorrisos intermináveis, me deu muita fome e tem receitas maravilhosas. Além disso tudo, a história tem o MELHOR casamento de todos e Neil, o papagaio-do-mar, é a grande estrela desse livro (a coisa MAIS linda desse mundo)

Esse é um papagaio-do-mar. Não é a coisa mais fofa?


                                    

                                                               


Via Pinterest

A casa silenciosa. Os raios de sol entrando de fininho por trás da cortina, invadindo o quarto pintado de branco, assim como meus olhos sonolentos e inchados de choro. Sentada sozinha no meio da cama grande, enrolada em dois lençóis, escutando apenas o barulho do primeiro noticiário, perguntava-me quando aquilo ia passar. Por que viver doía tanto? 
Os dias eram cinza, cercados por ambientes claustrofóbicos. O ônibus lotado das seis e meia da manhã; a sala pequena de iluminação amarelada que dividia com mais 3 pessoas no trabalho; as ruas cercadas de prédios altos que não permitiam a visualização perfeita do céu; o barulho constante de buzinas; a poluição que preenchia meus pulmões. Então voltava para casa, com as pernas doendo por causa do salto, comia alguma coisa processada e gelada enquanto assistia ao mesmo canal até dormir e começar tudo de novo no outro dia. Isso era viver de verdade? Dias iguais. Caminhos iguais. As mesmas pessoas.
Com esses questionamentos, arrastei os pés sobre o piso frio. Hoje poderia ser diferente. Depois do banho tomado, de deixar a água lavar as impurezas do corpo e da mente, decidi sair. Parei sentada na areia da praia, observando o azul do céu se confundir com o azul do mar. As ondas se formavam pela força dos ventos, nasciam como gente, cresciam cheias de força, querendo levar tudo, e se derramavam como se não houvesse nada para trás, perdendo a força até se encontrar sugada. Eu estava assim, sendo sugada pelo peso da existência, questionando os parâmetros e sendo jogada de um lado para o outro em uma sociedade automática. 
Afundei na água salgada, enxergando tudo azul, puxei o ar e senti o calor dos raios de sol no meu corpo, assim como o brilho que impossibilitava a visão. Aquilo era viver: sentir o calor na pele ao mesmo tempo que se sente flutuar, com o salgado ardendo nas feridas e o líquido beijando-as em perdão. Quando saí do mar, decidi que iria fazer diferente, mesmo que doesse mais do que já doía. Pelo menos queria sentir a vida novamente, como naquela manhã de domingo.

Nota: Acho que fazia um bom tempo que a gente não vinha com um texto e é sempre necessário esse momento de pausa pra botar alguma coisa pra fora. Esse texto diferente dos outros eu fiz obrigada pela faculdade, mas gostei muito dele e acho que alguém pode se identificar e perceber como viver é diferente para cada um, mas todos passamos por certas angústias e que a melhor coisa é se permitir viver e ser feliz do seu jeito.
                                                                                


Autor(a): Camila Marciano 
Editora: Clube P.S.:
Nº de Páginas: 151
Narração: 3ª Pessoa

Sinopse: 

Ninguém consegue entender a magia do bar Makhé. Nem mesmo sua proprietária, Cátia Flávia, a única que vê todos ao redor se apaixonando, mas nunca cai de amores por alguém. Ela e seus incríveis garçons servem drinques flamejantes e escrevem bilhetinhos românticos em favor da causa mais justa do mundo: formar pares apaixonados. Por isso, quando chega o Carnaval, ela promete um grande evento: cem horas de bar aberto. A fadiga a atinge com força e, em nome de sua saúde, ela se vê forçada a desacelerar e encarar um "dia do sim". A questão é que Cátia está sozinha. A deusa que confere a boa sorte para o bar não socorrerá. E, uma vez contrariada, pode ser que nunca mais apareça . Conseguirá Cátia  manter a fama do Makhé sem seus poderes mágicos? 
"E, pelo andar da carruagem, vai viver de unir casais, mas vai morrer sozinha." Página 12
Cátia Flávia é uma azarada no amor, apesar de ser o cúpido de toda a cidade. Todos os 3 namorados que teve acabou perdendo para os encantos do Makhé que os fizeram se apaixonar por outras pessoas. Parafraseando Marília Mendonça: "Chego apaixonado e saio arrependido/Amar por dois só me dá prejuízo" parece ser a música da loira dona do bar. Depois de tantas decepções é bem óbvio que ela quer que o amor vá se lascar (também quero) e se retrai para os sorrisos bonitos e o charme dos homens que passam por sua vida.
Porém, depois de dar um banho de chope em um cliente e cair durinha durante a maratona de 100 horas que se propôs a passar no carnaval, ela é forçada a descansar e encarar o “dia do sim”, só o que ela não esperava era que o Makhé ficasse com raiva dela e decidisse não colaborar mais com seus apaixonados frequentadores. Agora, Cátia Flávia tem que correr atrás dos encantos do bar.
Costumeiramente eu procuro focar mais na imagem do livro nas fotos, tanto que sempre gosto de pensar e trazer conceitos antes de tirar a foto para a resenha. Mas como tudo na vida, Cátia foi uma exceção. Estava tirando fotos das minhas amigas na reitoria da faculdade quando surgiu a ideia da imagem da resenha de hoje, e ela se encaixou completamente não só na história que o livro trouxe, mas na que construí ao longo dos dois dias de leitura.
"Não era só pelo trabalho. Toda a sua vida estava dentro daquele bar. Os amores e as desilusões, as lembranças de sua mãe e as festas. Os garçons mais antigos que a viram crescer, e os novos que chegavam com costumes, piadas e sotaques distintos." Página 29
Esse é o tipo de livro que a gente leva a tiracolo, ler apressada no ônibus ou mesmo no banco de uma pracinha (se não for perigoso, hein) porque ele te envolve naturalmente e não permite que você o largue. Eu fui completamente laçada pela história, tanto que uma da manhã estava finalizando o livro de baixo do lençol e com a lanterna do celular ligada, me sentindo altamente emotiva por ter chegado ao fim (e não foi nem a TPM).
O tipo de escrita da Camila é o tipo de escrita que abraça, mas não do jeito que serve cafés e bolos como a Jenny Colgan, mas de abraços sufocantes, intensos e da risada alta quando o abraço chega ao fim. Ela é intensa e amorosa em cada palavra (exagerada igual a mim), tanto que me surpreendeu muito o fato do livro ser tão pequeninho quando já li um enorme dela. E é muito difícil escrever um texto pequeno sem ficar vazio e um grande sem ficar exagerado, e ela consegue fazer tudo isso com o pé nas costas.
"— Se um homem não cai por uma doida, o doido é ele. E eu não sou doido." Página 81 
Por fim, Catía Flávia não é a loira Belzebu como diz na letra da Fernanda Abreu, mas se faz a gostosona do litoral, a loira Belzebu, pelo seu sorriso aberto, pela liberdade que exala e principalmente quando descobre que não existe problema nenhum em se entregar e amar. Os seus bilhetinhos continuam mágicos e os drinks caros, mas o principal foi que ela se reconstruiu e mudou a sua história só pela força de ser.
P.S.: Marcelo (o boy médico maravilhoso) me dar nos nervos estacionando em lugar proibido, se pudesse eu dava uns murros nele. E andar sem capacete também não pode, depois morre e não sabe o porquê. Duda é maravilhosa, um mulherão de boca suja que eu amei e Adônis é um gato com um nome mô chic. #Desabafei.  



                                                                                   


Autor(a): Lucy Diamond
Editora: Arqueiro
Nª de Páginas: 320
Narração: 3ª Pessoa 

Sinopse: 


Em uma casa elegante próxima à orla, três moradoras têm mais em comum do que imaginam...
Uma terrível descoberta leva Rosa a largar uma carreira de sucesso em Londres e, num impulso, recomeçar a vida como sous-chef em Brighton. O trabalho é árduo e estressante, mas a distrai. Bem, pelo menos até ela conhecer a adolescente emburrada que mora no apartamento ao lado, que a faz questionar suas escolhas. 
Georgie se muda para o Sul com o namorado, Simon, atrás de uma incrível oportunidade... para a carreira dele. Mas ela está determinada a ser bem-sucedida como jornalista e faz de tudo para trabalhar para uma revista local. A princípio, a cidade parece recebê-la de braços abertos, mas não vai demorar muito até ela se meter em várias enrascadas.
Após uma grande tragédia, Charlotte passa as noites isolada em seu apartamento. Porém, Margot, uma senhorinha estilosa que mora no último andar, tem outros planos para ela. Querendo ou não, Charlotte vai precisar encarar o mundo real... e todas as suas possibilidades.
Quando as três se conhecem, a esperança renasce, a amizade floresce e um novo capítulo se inicia na vida dessas mulheres.

Já tinha esse livro na minha estante há um tempo e até já tinha começado a ler um pouco, mas nada de terminar. Não fazia ideia da joia que se escondia na minha estante! Sabe quando você pega um livro que não esperava tanto, e no final ele é espetacular? Foi o que a obra de Lucy Diamond foi para mim. Escondidas atrás de uma capa linda, as moradoras de Sea View se infiltraram em minha mente e reforçaram a importância de mulheres erguerem umas as outras.
"A Casa dos Novos Começos" começa com Georgie chegando a Brighton. A jovem de vinte e poucos de Yorkshire está acompanhando o namorado, Simon, na nova oportunidade de emprego incrível que ele tem e começa a se perguntar quando ela vai fazer algo realmente por ela. Parece que tudo o que fez durante os anos de namoro foi priorizar os sonhos de Simon e escantear os seus. Mas agora em uma cidade diferente, ela quer explorar todas as suas possibilidades e resgatar o sonho de ser jornalista, mesmo que isso faça com que ela se envolva em várias enrascadas.
"Embora um mês antes pudesse ter saltado de alegria por Simon querer ir embora, Georgie tinha um lado teimoso que detestava desistir de qualquer coisa. Gostava dali! Tinha suas novas amigas e o trabalho! E, se pudesse escolher, queria chegar ao fim daqueles seis meses, aproveitar tudo o que a cidade tinha a oferecer, em vez de seguir obedientemente o namorado mais uma vez só porque ele estava com pressa de ir embora. Por que sempre tinha que fazer o que ele queria?" Página 243
No segundo capítulo conhecemos Rosa, a sous-chef do Zanzibar, um hotel chic de Brighton, que passa o dia inteiro escutando os gritos de seu chef e descascando cenouras. Rosa tem 35 anos e está recomeçando a vida depois de sofrer uma forte decepção (macho, né), era uma publicitária em Londres até ser tombada pela vida. Agora divide seus dias entre horas na cozinha do hotel e sua casa, até que Jo, a vizinha, passa mal e ela tem que cuidar de Bea, uma adolescente. Já sabem, né? Adolescentes estão aí para botar o mundo de cabeça para baixo.
"[...] Os homens podiam se prender muito a certas coisas, tentando viver de acordo com esses estereótipos, tanto quanto as mulheres, pensou. Pessoas perfeitas, pais perfeitos. Será que alguém de fato conseguia atingir essas metas? Apostava que até Ann-Marie Chandler, a deusa suprema da maternidade, gritava com os filhos às veze, cometia erros, tomava um gim-tônica às cinco da tarde de vez em quando porque tinha tido um dia péssimo. Todos os seres humanos não se sentiam assim, uma vez ou outra?" Página 222
Por fim, no terceiro capítulo conhecemos Charlotte, outra mulher que se mudou para pequeno prédio SeaView para recomeçar. Ela tem 38 anos e passou por um momento terrível (que obviamente não irei dizer qual), mas apesar de ter ido para Brighton para um novo começo, a advogada não consegue. Diariamente Charlotte repete a mesma rotina de faxina para não lembrar do que lhe causa dor e acaba sumindo dentro de si. Até que ela conhece Margot, uma senhorinha sensacional que a lembra o porquê é importante aproveitar a vida.
Tô completamente apaixonada por essa história. Só de falar dessas mulheres maravilhosas um sorriso cresce no meu rosto. Era o livro que eu precisava, de verdade.
"— Tenho certeza de que todos aqui também já se sentiram solitários. E todos nos lembramos desses dias, por mais que preferíssemos esquecê-los. São momentos difíceis e dolorosos, que nos fazem sentir infelizes e inseguros, sempre nos questionando se somos bons o bastante." Final da página 42 e começo da 43
Georgie tem uma aura feliz, quase como se fosse uma menina. Observar o momento de transição dessa mulher tão feliz, falando "preciso fazer algo por mim" foi incrível e inspirador. Não que Simon seja um monstro, ela não é, mas também não sabe pôr os sonhos de Georgie no topo. Então ela foi atrás, conseguiu espaço em uma revista local, fazendo colunas maravilhosa e falando sobre outras mulheres e isso rendeu confusões. E foram essas confusões que fizeram ela perceber o grande valor que tem e como sua relação estava se desgastando pela falta de diálogo ou até pela falta de brigas. Então ela se reconstrói como protagonista  da sua vida e de seu relacionamento, além de formar uma amizade linda com Rosa e Charlotte.
Rosa também vai em uma crescente, mas o recomeço dela é muito mais uma afirmação de que ela pode ser feliz com o que sempre sonhou e se curar das feridas que o boy causou nela. A pulguinha que vai mexer nela não é somente Bea e sua relação familiar, mas quando ela entende que as pessoas estão dispostas a abraçar-la e que sim, ela pode se importar com o outro, pode se doar mesmo que no passado tenha doído muito. Charlotte e Rosa são muito importantes nessa guinada dela também.
"— Eu me resgatei — ressaltou." Página 259
Para finalizar, a história de Charlotte foi aquela que me deu um soco no estômago, deu uma mexida no meu organismo e me lembrou como não sei lidar com perdas. Charlotte não consegue lidar com a perda dela (o que é super compreensível) e começar de novo parece uma piada, visto que as lembranças não conseguem se apagar de sua memória. Sendo assim, ela vive praticamente como um zumbi, sem um pingo de alegria, tentando não chorar todos os dias. E mais uma vez, o que levantou a sua vida foi outra mulher, Margot, uma senhorinha de mais de 80 anos que é puro luxo e vitalidade. Com as suas conversas no fim das tardes das sextas-feiras ela ensina a Charlotte de como a felicidade pode está intrínseca em pequenas coisas, desde comer um doce saboroso a ser atendida por milhares de homens gatos e educados. Além de tudo, ela mostra que ela pode se dá a oportunidade de ser feliz, dividir a sua dor com o outro e se permitir apaixonar, exatamente como uma menina de 15 anos.
"A Casa dos Novos Começos" tem amor, gritos estéricos e sessões de "Jesus, preciso saber o que vai acontecer", mas acima de tudo, é uma abraço para nós mulheres, para sabermos que somos livres, corajosas e que sempre devemos apoiar umas as outras. Não é só a história de 3 mulheres machucadas pela vida, e sim a de tantas que já sofreram e tiveram a força de se reerguer.

               

                                                                             


Autor(a): Bruna Guerreiro 
Editora: Clube de Autores
Nº de páginas: 281
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse: 

Ventura García Fontain tem vinte e quatro anos, um gato, um cachorro, um peculiar amigo desaparecido, mais talento do que acredita e um segredo que envenenou todos os anos de sua juventude. Sua pequena família, fragmentada por mágoas e desamor, ensinou-a desde muito jovem a proteger seu coração, isolando-se do mundo real, mantendo-se ocupada na faculdade de Literatura e no Museu Português onde trabalha, mas, sobretudo, afastando de si as pessoas reais e sufocando seus sentimentos.
Até que surgem, no quintal de sua casa, dois antigos diários do século 18, inexplicavelmente bem conservados, que irão atirá-la no vórtice de um mistério que precipitará uma série de acontecimentos em sua vida que ela não poderá mais impedir ou sufocar. Quando todas as hipóteses com as quais Ventura mal ousou sonhar começam a se tornar reais, a promessa desesperada de um terceiro diário, que pode trazer respostas à avalanche de perguntas provocadas pelos livros, torna-se sua tábua de salvação e, talvez, uma ponte para começar a percorrer os caminhos do seu destino.
"Não. Tudo o que eu queria era que ele me tocasse. Tudo o que eu queria era que ele me tocasse e que não doesse. Mas doía." Página 53
Meu primeiro contato com a obra da Bruna foi exatamente por causa dela. Lembro que ela me disse que não tinha costume de mandar livros para Instagrams/Blogs literários, mas que tinha gostado muito do nosso trabalho e queria mandar um exemplar pra gente. Não é que ela me mandou mesmo. Quase que eu morro! Afinal, não existe nada melhor do que receber livro de graça. Mas claro que vocês sabem que independente de parceria continuo falando o que penso e não tenho limites.
Ventura é uma jovem de 24 anos, trabalha no Museu Português, faz faculdade de Literatura e vive com um sentimento reprimido dentro de si, além da própria confusão. Vive com seu seu cachorro Wagner e seu gato Nietzsche (um deboche puro) em uma casa bonita de 2 andares que transborda conforto através da descrição do texto.
No meio de tudo isso, surge uma caixa no meio do seu quintal com dois livros encadernados e lindos dentro. Lógico que ela fica super confusa e não entende nada daquilo mas decidi fazer o mais óbvio do que se pode fazer com um livro: ler. A partir deste momento há uma sucessão de acontecimentos e a vida de Ventura muda por completo.
"Sabe o que é passar por uma dor e não poder chorar? Como se um bicho mordesse você, arrancasse fora um pedaço da sua perna, mas você não pode gritar, ou atrairá novamente o monstro? Era eu, ali, na casa da minha mãe, com aquele telefone na mão e o coração sangrando, cumprindo a profecia  que eu mesma tinha feito dez anos atrás. Perdi. Perdi. Ele não é meu porque nunca foi. E eu nem posso chorar." Página 57
Ao longo do livro fiquei procurando e pensando qual seria o tema central da obra, passei por "amor", pensei muito em "tabu", mas parei e fiquei em "descobrimento". A história não é sobre os amores de Ventura e sua luta por eles, ou o enfrentamento de tabus, mas sim de como ao longo de cada página Ventura se descobre como mulher, como ser humano, se desnudando de seus medos e se abrindo para as possibilidades diante dela.
A protagonista da obra é ela, a mulher confusa que trabalha com documentos no Museu Português. A moça que não se valoriza muito, com uma amiga maluca, um colega de trabalhado lindo e uma história de amor que nunca conseguiu escrever.
Alexandre, o agente de toda a confusão que ocorre na mente da personagem principal, também está sofrendo. Ele é intenso, bonito e proibido. Realmente eu consegui sentir toda aquela intensidade e vontade que ambos sentiam, mas ao mesmo passo que é bonito e angustiante, daquele jeito que faz o coração ficar pequenininho, também percebi que a relação dos dois não era saudável, não por ambos serem tóxicos ou algo do tipo, e sim porque a dor praticamente se equipara com o amor quando eles estão juntos, se tornando um enorme paradoxo. É tipo aquela coisa: "A gente se ama, mas não somos bons um para o outro."
"— Eu não sei o que fazer com você, Nana...Não sei quando te seguro, quando te largo, quando te persigo, quando te deixo paz. Porque não sei quando te faço bem e quando te faço mal. Quando você me quer.." Página 92
Já Téo é o cara "perfeito", aquele para apresentar para a mãe. Tímido, nerd e a coisa mais fofa desse mundo. E sim, apesar de toda a história que Ventura tem com Alexandre, o envolvimento dela com Téo não deixa de ser bonito e com muita química. Só que é claro que aquela intensidade vivida com Alexandre não vai existir na relação deles dois. Porém, ambos são saudáveis um para o outro, sem qualquer sensação de dor e angustia.
No plano de fundo temos os livros e o mistério que os rodeiam. Ao longo que esses mistérios vão sendo desvendados acontecem pontos de virada na vida de Ventura, quase como se um estivesse conectado com o outro.
Por fim, poderia contar que essa história foi minha companheira de viagens de ônibus na ida e na volta da faculdade, onde nos espremíamos nos espaços e ficávamos imersos juntos. Vimos carros, ônibus, motos, bicicletas e gente passar. Assistimos aulas juntos e criamos uma pequena história só nesse vai e vem da faculdade.
Ventura ainda está em processo de descobertas de si, se apaixonando, errando, confusa sobre a existência de Deus (até por isso usa deus com "d" minusculo) e fantasmas. Ela assim como eu, está mudando a cada dia. Só espero que não faça muita merda no próximo livro.
Você pode adquirir o livro em formato de e-book na amazon (só clicar), ele também está no Kindle Unlimited e em formato físico no site do Clube de Autores (disponível aqui)

            

                                                               


Autor(a): Elle Kennedy
Editora: Paralela
Nº de páginas: 280
Narração: 1ª Pessoa 

Sinopse:

Logan parece viver uma vida de sonhos. Com um talento incrível para jogar hóquei e um charme inato para conquistar mulheres, ele é uma das maiores estrelas da Universidade de Briar. Mas por trás do característico sorriso maroto, ele esconde duas grandes angústias: a primeira, estar apaixonado pela namorada de seu melhor amigo; a segunda, saber que sua vida, após a formatura, se tornará um beco sem saída. Um dia, por acaso, ele conhece Grace, uma garota tão encantadora quanto intrigante. Tudo nela parece ser original e deliciosamente contraditório: tímida, mas ao mesmo tempo vibrante; doce, mas ao mesmo tempo forte e confiante. A cada encontro, Logan se vê mais e mais envolvido. Mas um grande erro colocará o relacionamento desses dois jovens em risco. Agora, Logan terá que se esforçar para reconquistar Grace - nem que para isso ele precise amadurecer e encarar suas questões mais profundas e doloridas. 

"O Erro", conta a estória de Logan e Grace. Logan é defensor do time de hóquei da Universidade de Briar e como já é de se esperar ele é um garanhão, tipico estereotipo de esportista de obras norte-americanas. Grace começou a faculdade agora, está descobrindo novos rumos e tentando sair debaixo da asa de sua melhor amiga. Até que em como todo livro, o mundo dos dois acabam se colidindo quando Logan acaba errando o endereço de uma festa e vai parar em frente a porta de Grace. Nessa hora, ocorre algo que realmente só acontece em livro ou filme, porque Grace acaba o convidando para assistir um filme com ela e ambos acabam trocando saliva. Tudo bem que ela já sabia quem ele era mas não se deve abrir a porta da sua casa (ainda mais quando se estar só) para um desconhecido.
"Então quer dizer que você tem um talento para ler as pessoas. Você consegue me ler?"
Sorrio. "Ainda não consegui decifrar você."
Sua risada rouca aquece meu rosto. "Nem eu." Capítulo 11
Os encontros dos dois acabam se tornando rotineiros e além de bate-papo eles se pegam também (gente bonita tem que fazer isso) até que Logan acaba errando feio com Grace e terá que suar para reconquista-la.
Realmente achei de bom gosto como a autora montou a construção desse "erro" porque ela não fez algo super elaborado e caótico e sim algo simples que as pessoas são capazes de se identificar e por ser algo pequeno se torna muito mais profundo.
Apesar de todos os livros da série Amores Improváveis serem New Adult com uma boa pitada de cenas de sexo eles não deixam de falar sobre assuntos importantes e que tem que ser abordados pela sociedade. Essa inserção de determinados assunto é crucial para dar corpo ao texto da Elle e o aprofundamento nas personagens o que toda a experiência da leitura mais imersiva, pois é como se estivemos descobrindo a pessoa por completo.
"Por quê?, eu o desafio.
"Por que você gosta de mim?"
"Porque..." Ele leva a mão ao cabelo escuro. "Você é divertida. É inteligente. Doce. Me faz rir. Ah. e só de olhar pra você eu fico louco."
Engulo uma risada. "O que mais?"
O constrangimento cora suas bochechas. "Não sei direito. A gente não se conhece muito bem, mas gosto de tudo que sei de você. E tudo o que não sei eu quero saber." Capítulo 22
Logan é um personagem com várias camadas e é muito claro a divisão que existe do pegador da Universidade daquele que sabe que terá que abrir mão de toda uma vida para assumir responsabilidades que não quer e do vazio que se estabelece entre esses dois extremos, onde mora toda a sua confusão.
Grace tem outra jornada e é igualmente interessante de acompanhar, exatamente porque ela está se descobrindo como mulher, desenvolvendo sua independência e acima de tudo a sua autoestima. Essa situação é clara no livro quando ela não se deixa desvalorizar pelo momento que ocorre com o Logan e faz com que ele corra atrás dela, o contrário de muitas personagens presentes em outros livros.
Para finalizar, a Elle consegue construir muito bem seus personagens e desenvolver a história, mas acredito que toda a profundidade que a autora consegue trazer nas pequenas coisas e nos pontos de conflito ela acaba perdendo no desfecho da história fazendo a simplicidade se tornar muito rasa.






Ontem foi um dia muito bom, muito bom mesmo. O meu sorriso era tão largo e constante que temia a cada passo que algo mudasse e aquilo passa-se. E eu pensava em você, pensava em como era puta importante eu conseguir ser feliz unicamente e simplesmente por mim. Mas eu queria enviar uma mensagem pra ti, quando já tivesse chegado tarde em casa e estivesse me preparando para tomar banho, dizendo um: “tô muito feliz, e você?” e que você se importasse com a minha felicidade, me parabenizasse e dissesse que a gente deveria se ver naquela semana. Mas não, não foi isso que aconteceu. Eu continuei feliz, claro, afinal tinha tirado a nota máxima em uma prova que eu precisava muito, fui dormir tranquila, conversei com uma das minhas melhores amigas sobre uma tatuagem que ela fez e continuei a ler Harry Potter de madrugada, com a lanterna do meu celular. Só que bem lá no fundo, eu sabia o que queria, queria você, jogando conversa fora comigo, falando sobre a sua rotina de estudo e a ansiedade ou mesmo filosofando como a vida é engraçada e irônica, como em um momento estamos rindo e no outro chorando. Eu queria ficar rindo para a tela do celular e rindo contra a sua camisa quando te abraçasse apertado, só que isso parece muito mais com uma utopia. Sinceramente, não vou dizer que o erro foi meu, que eu simplesmente poderia ter uma conversa com meu coração e dizer pra ele tomar vergonha e fazer o seu único e perfeito trabalho de bombear sangue para o meu corpo, e não ficar imaginando e criando uma realidade que nunca existiu. Depois de 5 anos, eu pensei que tinha superado, que não estaria chorando de novo como a criança de 12 anos que chorou ao perceber que aquele menino por qual era apaixonada não podia ficar com ela. Enfim, acho que essa sou eu de novo, agora talvez por motivos mais maduros mas o mesmo coração infantil de 5 anos atrás. Eu sei que as coisas poderiam ser mais fáceis. 

Nota: Tava revirando as notas do meu celular atrás de uma coisa para a minha vó e acabei me deparando com esse texto de 24 de novembro do ano passado. Vou admitir para todos que cada palavra escrita veio de mim e das coisas que naquela época estavam acontecendo comigo. Lembro desse dia direitinho e de como pensei em tudo isso em pé na parada de ônibus. No fim, quero dizer que continuei muito feliz, exatamente porque tinha conquistado algo que não imaginava e provado para eu mesma que era capaz. Então é isso, mesmo que a gente sinta falta de alguma coisa, isso não irá anular nossa felicidade.

Autor(a): Elle Kennedy
Editora: Paralela
Nº de Páginas: 360
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quanto o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto...Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo que tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre os dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz que Hannah e Garrett precisem repensar os termos de seu acordo.

Eu passei um tempo evitando os livros da Elle por meu inconsciente ter ligado ela (sem motivo algum) com a autora Lauren Layne (talvez porque eles sejam da mesma editora) e por pensar que seria do mesmo estilo me mantive distante. Menina, eu não sabia o que estava perdendo. 
Amores Improváveis é uma série de 4 livros, com cada volume contando a história de 4 amigos que são jogadores de hóquei na universidade Briar e que moram juntos. O primeiro volume, "O Acordo", aborda a história de Hannah e Garrett.
""Desculpa por ter saído correndo" admito. "Mas não vou me desculpar por querer ficar com você.""Capítulo 32
Hannah é uma mulher inteligente, bonita e super confiante, menos quando se trata de Justin Kohl, jogador do time de futebol americano da universidade. Garrett Grahm, é o capitão do time de hóquei da universidade e apesar de ser esforçado nos estudos está indo muito mal em "Ética filosófica", e se não conseguir melhorar, bye bye time de hóquei. Então os interesses dos dois se ligam e ambos decidem se ajudar, Hannah ensina a matéria para Garrett, e Garrett ajuda Hannah a conquistar Justin. Lógico que eles iam acabar se apaixonando não é? Isso já é pré-requisito para histórias do tipo. Um acordo desses não surge na minha vida.
Hannah é uma personagem muito boa, a gente se identifica com ela logo de cara. Somos surpreendidos bem no primeiro capítulo com uma informação jogada com muita naturalidade e que perpetua por todo o livro (apesar de ser no primeiro capítulo, não vou dizer o que é para quem quiser ler seja surpreendido assim como eu). Além disso, Garrett não é aquele estereótipo de macho machista, apesar de continuar sendo o pegador. E aqui eu queria fazer uma observação: os personagens masculinos da Elle não tem essa besteira de "meu Deus, não posso está me apaixonando", eles se questionam e tudo, mas não ficam com aquela frescura sem fim que a gente bem sabe que acontece em outros livros. Acredito que até acontece o oposto, porque na maioria das vezes eles que vão atrás das mulheres que amam.
"Mas o subestimei de novo. Seus olhos cinzentos se escurem, adquirindo um tom de prateado metálico, e, de repente, transmite calor. Um calor e um brilho de autoconfiança, como se estivesse certo de que não vou até o final." Capítulo 16
Pelo que eu percebi dos livros da autora (já li os quatro, Brasil) é que além de todo esse clima universitário, que envolve sexo, provas, jogos e festas (só em livro mesmo, porque minha universitário - que mal começou - se resume a morrer de ler e fazer trabalho) ela quer falar sobre pessoas, pessoas reais com problemas reais. Acredito que o poder de um bom livro é causar empatia, e esse em específico causa muito isso ao falar sobre questões sérias que rodeiam as vidas das mulheres. Eu, como mulher, me senti muito tocada.
Para finalizar, quero dizer que nunca li um livro com uma cena de sexo tão necessária para a história e a construção dos personagens, é o tipo de cena que não é jogada e sim extremamente necessária para a evolução de Garrett e Hannah. É isso, espero que tenham gostado e em breve (vamos orar para que eu consiga tempo) vou trazer a resenha dos outros três livros de Amores Improváveis.

            

                                                       




Autor(a): FML Pepper 
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 406
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

O azar pode ser a sua ruína. A sorte também. da mesma autora da trilogia Não pare! Rebeca, uma garota sem escrúpulos ou fé, criada para ser uma ladra. Códigos decifrados. Uma conta milionária invadida. Diamantes. Desaparecer do mapa. O esquema para o maior golpe de sua vida é irretocável, perfeito...até encontrar Madame Nadeje, a enigmática cartomante do decadente parque de diversões. Ouvir seus segredos mais íntimos seguidos de profecias perturbadora, entretanto, não impedem Rebeca de ir adiante e...pagar o preço! Seu mundo matemático e lógico desmorona ao enfrentar as previsões da vidente, e sua vida se transforma em um pesadelo. Caçada por criminosos, a jovem acredita que a saída está no treze, o número agourento lançado em forma de charada que, contra qualquer lógica, é justamente o caminho a seguir e, quem sabe, sua salvação. Karl, um orgulho e passional lutador de MMA, passa por uma grande decepção. Incapaz de aceitar derrotas, ele comete um erro estúpido e, de herói, se torna vítima em segundos. Um acidente deixa em seu cérebro um coágulo inoperável que pode se romper num piscar de olhos, a vida por um fio. Determinado a esconder a terrível condição de todos, ele resolve levar uma vida tranquila e passar longe de brigas. Um plano perfeito...até conhecer Rebeca! Por ela, Karl seria capaz de jogar toda precaução pelo ralo, seria capaz de tudo, inclusive aceitar que a derrota pode ser a sua salvação.

Já tinha visto algumas postagens sobre esse livro e também conhecia o trabalho da autora através da trilogia Não Pare! (Apesar de nunca ter lido) e sempre fiquei curiosa sobre essa mulher que conseguiu espaço em editoras grandes e que escreve sobre fantasia.  Fiquei mais feliz ainda quando ele veio falar com a gente, perguntando se não toparíamos ler 13. Então estou aqui para falar sobre esse livro que é uma mistura de várias coisas, mas que possuí um equilíbrio impressionante. 
"Se o amor fosse bom, não prenderia, mas sim libertaria. Quem ama deveria dar sem pedir nada em troca. E todo mundo quer algo em troca. Todo mundo..." Capítulo 4
Rebeca é da bandidagem (como ela mesmo gosta de dizer), só faltou dizer "eu sou o crime", para que eu risse mais. Enfim, ela é uma rata da computação e junto com a sua mãe pretendem fazer o golpe de suas vidas a La Casa de Papel, para poderem fugirem e nunca mais sofrerem. É óbvio que tudo dá errado. Mas ela já havia sido avisada antes pela Madame Nadeje quando foi a uma parque de diversões, que mais parecia um lugar com epidemia de tétano, com a melhor amiga. Madame Nadeje, com as suas bijus e lenço na cabeça, mais parecia mais uma picareta de plantão, mas disse tudo o que Rebeca não imaginava ouvir e tudo o que viria se tornar realidade. O golpe dá errado, ela acaba sendo vigiada pela polícia e fazendo alguns trabalhos para eles e está a caminho da segunda faculdade (onde Madame Nadeje disse que conheceria o amor de sua vida).
Karl Anderson, "A Fera", é um lutador de MMA em ascensão, acabou de vencer a luta que vai alavancar a sua carreira quando tudo dá errado. Karl descobre que é corno (muuuuu), porque ele estava sendo muito vacilão, fica com ódio e acaba se condenando ao sair de moto vuado (rápido para quem não é do Ceará) e obviamente acaba se acidentando. Bum! Um coágulo no cérebro inoperável surge em sua realidade, sentenciando o fim da sua vida de lutador. 
"Percebo que meus lábios parecem um espelho e se levantam ao menor sinal do sorriso estonteante dela. Apesar da baita enxaqueca, estou flutuando." Capítulo 12
Acontece realmente muita coisa no livro, com cenas realmente alucinantes, e uma que me deixou muita apreensiva, no melhor estilo de: "Meu Deus, isso não tá acontecendo.". Karl e Rebeca tem uma química imediata e ele parece se encaixar nas características que Madame Nadeje falou sobre o décimo terceiro namorado, porém, nem tudo são flores e outro cara surge, se encaixando nas mesmas características ditas pela vidente. Queria dizer também que Karl é um fofo e fiquei realmente muito envolvida pela relação dos dois e do ponto de virada que cada um significou na vida um do outro, e  que só podia ser muito amor, porque se fosse eu, tinha fugido de Rebeca na mesma hora (ô menina pra ser imã pra problema).
Apesar de Rebeca querer muitas vezes se forçar a ter algo com Eric (o outro boy), a atração e os sentimentos com Karl são muito claros e fazem uma bagunça na sua cabeça. Existe muita conexão entre os dois, mas tudo em volta acaba os sabotando (inclusive eles mesmo e a amiga de Rebeca, Suzy) e as coisas vão se acumulando e acumulando, deixando o leitor em um estado imenso de tensão.
          "Sou a cidade com as horas contadas, prestes a ser inundada." Capitulo 26
Enfim, para finalizar, eu nunca imaginei que o livro fosse falar sobre fé. Rebeca é uma mulher muito cética e realmente acredita que o seu fardo é nunca encontrar a felicidade, em como não existe espaço para isso em sua vida. Realmente, no final, a gente percebe que a história é muito mais sobre Rebeca se encontrar consigo mesma, sobre se refazer como pessoa e criar laços. É uma jornada difícil de realizar e bonita de acompanhar. Acredito que todo mundo já teve os seus momentos de reflexão e cada dia é mais complicado acreditar no ser humano, então livros como esses são importantes para a gente poder refletir sobre certas coisa e revisitar antigos questionamentos.  
Também é importante dizer que o livro não é religioso, acho que diante a tantas temáticas ele está longe de ser, mas deixa uma mensagem muito importante sobre segundas chances, perdão, e sobre quem queremos ser hoje. 

                                      

                                                              


Autor(a): Camila Marciano
Editora: Disponível no Kindle Unlimited e físico direto com a autora
Nº de Páginas: 577
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

Você consegue dizer o ponto exato em que o amor acaba? Consegue dizer quando as contas, a rotina e os filhos afogam o amor? Consegue dizer quando acaba o tesão? 
Eu nunca soube. 
Isso aqui não é uma história de dois adolescentes que se batem mas no fundo se amam. Eu sou um pai de dois filhos, sou casado. 
Esta aqui é sobre reconquistar a mesma mulher que você já meteu uma aliança no dedo, mas deixou escapá-la por entre eles. Ela se foi e você nem viu. Esta vai para todos os cabaços que como eu, esqueceram-se que o amor não é um posto, é exercício. É um jogo de tentativa e erro com algumas regras pré-estabelecidas. 
Aqui, o amor é outra coisa. 
Não é à toa - Que os contos de fadas terminam no casamento e a ideia de "casamento perfeito" vem estampado num comercial de margarina.
"A gente não limpa o peito com dias de silêncio. A gente limpa o coração com minutos de conversa." Capítulo 34 "Meio-Dia"
Esse foi o segundo livro sobre casamento que li no ano, mas com uma pegada completamente diferente. Já havia visto o livro no Wattpad e conheci melhor a autora ao saber que ela faria parte das autoras da Série Deusas no Clube P.S.:, então depois de ver algumas contas de Instagram falando e ler direitinho sobre o que era o livro, decidi começar a leitura. E que livro maravilhoso! Tava só começando a ler e já chorava horrores. 
Enfim, a história começa quando Fernanda ou só Fê, sai de casa, deixando Dio (ou Rodrigo) e os dois filhos, Lipe e Guto. Durante esses sete dias, Dio pensa em tudo. Em como ele deixou o casamento esfriar e tudo se tornar automático. Em como foi consumido pelo trabalho, não ajudando em nada em casa e nem com os filhos. Em como conseguiu apagar quem Fernanda era. Então, após se xingar e se martirizar por um bom tempo, ele decide fazer diferente, decide reconquistar aquela mulher que está escorrendo por entre seus dedos nos próximos 6 meses.
 "Por que você deixou a mãe ir embora, papai? - Foi a única coisa que Lipe falou, chorando um pouquinho também, limpando os olhos na manga do uniforme.
Por que, meu filho? Porque seu pai cagou feio, porque seu pai é um babaca. Porque seu pai é um egoísta, um arrogante. Porque seu pai achou que daria certo engaiolar um pássaro selvagem. Porque ele achou que fosse o certo da história, ele achou que ser o patrocinador dos filhos fosse o suficiente." Capítulo 1 "Seis meses"
O nosso "eu" leitor está muito muito acostumado a ver a construção de uma história e não o temido "depois", então é lógico que quando nos deparamos com histórias do tipo surge uma certa surpresa. O felizes para sempre não existe. Sempre haverá dificuldade, dias ruins, assim como haverá dias bons. E é isso que vemos nesse livro. Um casal que se conheceu com seus 20 e poucos, vivia no fogo da paixão e nas expectativas altas para o futuro. Opostos que se atraíram e descobririam serem únicos nas suas diferenças. Uma Fê cheia de atitude, filha da capital. Um Dio ainda quase menino, filho do campo, mineirinho com sotaque forte. E os dois se moldaram, se moldaram como casal, cedendo aqui e ali, trocando alianças e deixando o tempo passar. Mas o tempo passa e ele pode ser muito cruel. A rotina chega, os filhos também e cada vez Fernanda se sentia mais de escanteio, sendo aquela mulher que nunca pensou que seria.
"Para casar tem que ser com aquela que vai te pentelhar a vida toda. Tem que ser aquela a conversa não tem fim, nem piadas, nem as risadas. Tem que ser aquela que você sonha em um dia poder voltar para casa depois de um dia de serviço e esquecer que trabalhou, esquecer que é segunda-feira, esquecer que está chovendo. Seu coração está em casa, você voltou para o seu lar e tudo está bem - é com essas que a gente casa." Capítulo 1 "Seis meses"
Primeiro que para mim é sempre meio pesado ler sobre quando um casal está prestes a desmoronar, quando as vidas parecem entrelaçadas apenas por um fiozinho prestes a se romper. Foi com esse desespero que comecei a ler a história. Chorei junto com Dio quando este finalmente se tocou que estava perdendo a mulher da vida dele. Chorei mais ainda quando ele percebeu que o beijo e todas as transas haviam sido automáticas, praticamente sem sentimento nenhum, como se do outro lado do colchão estivesse um desconhecido.
Me apaixonei por uma São Paulo e uma Minas Gerais que nunca conheci. Com cada particularidade que cada uma carrega consigo e as histórias que cada canto conta. Guto e Lipe são as crianças mais sensacionais que eu já tive o prazer de "conhecer", de tão fofas, inteligentes que são. E o mais importante: elas estão presentes em praticamente cada página. E isso é importante por quê? Pois alguns livros tratam os filhos como meros detalhes e estes mal aparecem, quando na realidade a gente sabe que não é assim. Quando se tem criança em casa, praticamente não se tem tempo pra si. Enfim, eles são tão maravilhosos que só poderia ser ficção mesmo, porque não vi uma birra sequer.
Existem outros vários personagens, como Ana e Bia, um casal maravilhoso e o que mais mexeu comigo: Seu Alcides e Dona Teresa. O pai e a mãe de Dio são a coisa mais fofa e que me trouxe uma infinidade de reflexões sobre muitas coisas e que com certeza vou levar comigo pro resto da vida.
"Quando você tem um problema de verdade, coisa que dói na alma, qualquer coisa menor perde a importância. Só isso dói, só isso importa. Nos primeiros dias as pessoas ainda te perguntam se você precisa de alguma coisa, se você quer conversar, se está querendo um ombro amigo.  No décimo segundo dia elas já cansaram de você e da sua vida. Estão tocando a vida delas o melhor que podem, mesmo que eu, mais uma vez, não embarque no bonde com elas." Capítulo 32 "Os Homens, os Mendigos, os Loucos"
Para finalizar, quero dizer que esse livro não deixa de ser uma declaração de amor de Dio para Fê. Sobre como o amor é um exercício diário e que nunca pode ser a nossa zona de conforto. Acho que às vezes as pessoas se prendem muito ao primeiro coríntios que diz que "o amor tudo suporta" e esquece os versos anteriores que dizem: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha/ Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor./ O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade./Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Acho que é isso. Sempre é importante lembrar que dentro de um casal existem duas pessoas e estas são diferentes e tem necessidades opostas, o que significa que de forma alguma podemos fechar os olhos para a dor do outro e sempre temos que está atentos aos sinais presentes em uma relação.