Você é até legal, mas eu gosto mais de mim.


Eu sabia, no instante em que olhei para o seu rostinho ordinário, que eu não era e não sou o tipo de mulher para você. Sabia que, daquele jogo todo ao qual você me condicionou, eu só conseguiria sair de uma forma: perdendo. Mas mesmo assim, nós jogamos. All in. Eu nunca tive medo das consequências porque, ao contrário do que eu pensava em outras épocas, eu adorava jogar. Eu adorava provar para você como eu podia ser inalcançável e, nós dois, inevitáveis. Tivemos momentos em que eu só queria matar você; outros, até quase te disse um "eu te amo" enviesado. Eu quase cheguei a pensar em querer qualquer coisa a mais, quase cheguei a acreditar que você me sorria diferente de todas as outras maneiras. Eu quase achei que sabia como você pensava e que você também conseguia me ler. Quase pensei em te desafiar a passar uma tarde inteira só conversando, sem trocar um beijo sequer, por pensar que éramos bons em outras coisas, fora o carnal. Eu quase esqueci que era  um jogo quando você precisou me chorar seus problemas, mas só para mim isso foi especial. E diante de todos esses "quases", o último: eu quase esqueci que não éramos nada além de jogadores.
Mas não, meu bem, eu não esqueci. Nenhum quase desse chegou ao fim. Você sempre foi uma dúvida e, enquanto era divertido, eu amava aquilo. Aquilo, não você. Eu amava como nós éramos, sem regras predeterminadas, sem contratos, sem amarras e sem a obrigação do amor. E, no fim das contas, você também era engraçado, não havia um dia com você em que eu não risse, por menor motivo que fosse. Eu achava que a boa companhia me bastava para o jogo ser interessante.
Meu bem, eu nunca me deixei amar você. Eu nunca, nem mesmo, deixei você me amar. Você lembra, não lembra? Todas aquelas vezes em que eu te disse para manter uma distância segura, talvez você pensasse que eu me preocupava demais com você, mas a verdade é que eu não queria me machucar. E foi então que eu decidi ir embora; no dia em que você não apareceu no local e na hora marcada e eu voltei para casa chorando. Não havia sido a primeira vez, mas naquela, eu percebi como eu me importava e foi aí que eu chorei mais, mas de raiva de mim mesma por chorar por alguém como você, que ainda estava no jogo quando eu já tinha jogado minhas cartas fora, mesmo que contra a minha vontade.
E sabe por que eu sei que nunca te amei? Eu teria lutado se sentisse amor. Eu teria chorado por mais noites, além daquela. Talvez eu deva ficar feliz pelo choro daquele dia. Foi com ele que eu vi onde estava me metendo e antes mesmo de me deixar afundar, eu fui embora. E indo embora, lembrei do que você disse, perguntando o porquê de não podermos mais jogar, desesperado por perder uma jogadora como eu, que aceitava as suas regras, tantas que eu nem sabia que tinha. Você queria saber até porque não podíamos simplesmente parar de jogar e tentar outra coisa. Mas sabe de uma coisa, meu bem? Eu não poderia te agradar. Eu não sou esse tipo de mulher.

Acho que nunca escrevi em um tom parecido com esse texto, mas a música "Sola", da Jessie Reyez, começou a tocar em uma playlist aleatória e saiu estas palavras. Na verdade, talvez não seja este o sentido que a música queria espelhar, mas era isso o que eu queria colocar no texto. O tema não tem a ver com traçar uma comparativo entre "tipos de mulher", mas com as expectativas que um cara pode colocar em uma mulher e, no fim das contas, ela apenas querer participar daquele jogo. Imaginei uma mulher autônoma, madura emocionalmente, e saiu isso. A ilustração é do Felipe Cardoso (@felipedocha).


(Reprodução da ilustração: Lime)

Inspirada na última resenha do blog, que foi sobre Nica - Da largada ao céu, com a personagem principal sendo uma mulher negra, percebi a importância dessa representatividade para as meninas e resolvi trazer cinco personagens principais negras na literatura. Lógico que essa lista não se trata das melhores personagens, principalmente porque seria impossível listar pela quantidade de obras e porque no fim essa ideia de melhor não existe, tudo se trata da opinião de cada um. Mas separei essas cinco personagens por fazerem parte das obras mais juvenis (tirando uma da lista) pois acredito que essa representatividade é muito importante que aconteçam em romances mais teens, para que as meninas que estão na adolescência ou na pré-adolescência se sintam retratadas nas páginas do livros. Visto que as obras young adult são o maior atrativo para esse público. Então separei essas cinco histórias que parecem super legais e com protagonistas maravilhosas.  

                  Starr Carter - O Ódio que Você Semeia, Angie Thomas

"O Ódio que Você Semeia" fez muito sucesso nos States e até ganhou um filme. O livro é todo baseado em uma crítica social e fala muito sobre racismo. E essa voz ativa, gritando por seus direitos e justiça é a Starr Carter, uma adolescente em busca de justiça apôs presenciar a morte de seu melhor amigo.  Ela transborda a sua voz e é uma grande inspiração para que outras pessoas também encontrem a sua. 
Infelizmente o filme não saiu no cinema aqui no Brasil, mas já está disponível em algumas plataformas digitais. 


Sinopse: Starr Carter é uma adolescente negra que presencia o assassinato de Khalil, seu melhor amigo, por um policial negro. Ela é forçada a testemunhar no tribunal por ser a única pessoa presente na cena do crime. Mesmo sofrendo uma série de chantagens, ela está disposta a dizer a verdade pela honra de seu amigo, custe o que custar.


Amandla Stenberg para o filme "O Ódio que Você Semeia" (Reprodução: Fox Film)


                     Maddy Whittier - Tudo e Todas as Coisas, Nicola Yoon 


"Tudo e Todas as Coisas" conta a história de Maddy, uma adolescente alérgica ao mundo e por isso sempre viveu isolada, tendo contato apenas com a mãe e a enfermeira e conhecendo o mundo através de filmes, redes sociais e séries. Até que assim como todo bom livro ela descobre alguém. Esse alguém é Olly, o novo vizinho. Desse modo, ela começa a desejar encarar esse mundão chamado Terra junto com o novo garoto da vizinhança. Esse foi o primeiro livro da Nicola Yoon, lançado em 2015 e com uma adaptação lançada para o cinema em 2017. Vocês nem vão acreditar quem fez a Maddy? Amandla Stenberg novamente. Ela é muito maravilhosa mesmo.

Sinopse: "Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada a minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudanças, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre."

                           

             

                      Tish Rivers -  Se a rua Beale falasse, James Baldwin 

"Se a rua Beale falasse" é o dramão desta singela lista., daqueles que realmente vão mexer com o seu psicológico. Fala sobre um assunto muito pesado, e mesmo que "O Ódio que Você Semeia" também aborde temas que impactam, os dois tem pesos diferentes pela forma que são escritos. Neste, Tish tem que lutar para provar para a justiça a inocência de seu noivo, Fonny, que foi preso injustamente. Durante esse tempo que Tish luta por justiça ela ainda carrega um bebê, tornando tudo mais forte e real. O livro se passa na década de 1970 e é lastimável que a população negra ainda passe pelas mesmas coisas que esses personagens passam. Mais triste ainda é ver que discursos de racismo e ódio em geral estão tomando a internet e principalmente por aqueles que estão no poder. O livro foi lançado em 1974 e só ano passado ganhou uma adaptação para os cinemas (mas foi lançado esse ano nos cinemas brasileiros), que inclusive garantiu o oscar de atriz coadjuvante para a atriz Regina King.

Sinopse: Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A sólida história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão.
Se a rua Beale falasse é um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano.

Um dos cartazes de divulgação do filme (Reprodução: Sony Pictures)
                         

              Natasha Kingsley - O Sol Também é Uma Estrela, Nicola Yoon 


"O Sol Também é uma Estrela" é o segundo livro da Nicola nesta lista, mas o encachei aqui exatamente pelo seu gênero juvenil. Além disso, já é a segunda obra da Nicola que é levado as telonas. Isso é simplesmente maravilhoso para dar notoriedade e papéis importantes para estas meninas e mulheres. E a história é acima de tudo sobre amor, então é bom todo mundo ter aquela ideia de que pode ser a protagonista do seu próprio grande romance. Natasha é uma garota forte, atrás de construir o seu futuro e afim de se estabelecer no mundo, para isso o ideal não é se apaixonar agora. Mas quando as coisas saem como queremos?

Sinopse: Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada da Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instate único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?




                       Zélie Adebola - Filhos de Sangue e Osso, Tomy Adeiemi 

Este é o livro mais diferente de toda a lista e o que mais me deixou empolgada. "Filhos de Sangue e Osso" é uma fantasia inspirada na cultura iorubá e Zélie tem absolutamente tudo para ser a personificação de uma nova heroína. Além disso, todo o livro é uma grande celebração da cultura negra. A obra é o primeiro de uma trilogia e tem tudo para ser fantástico. Pela pesquisa que eu fiz, soube que esta é mais uma história que está em construção para ser adaptada para os cinemas, e acredito que sinceramente será divino, pois o visual dos personagens e a riqueza da cultura iorubá vai encher a telona de colorido.

Sinopse: Zélie Adebola se lembra de quando o solo de Orïsha vibrava com a magia. Queimadores geravam chamas. Mareadores formavam ondas, e a mãe de Zélie, ceifadora, invocava almas. Mas tudo mudou quando a magia desapareceu. Por ordens de um rei cruel, os maji viraram alvo e foram mortos, deixando Zélie sem a mãe e as pessoas sem esperança. Agora Zélie tem uma chance de trazer a magia de volta e atacar a monarquia.
Com a ajuda de uma princesa fugitiva, Zélie deve despistar e se livrar do príncipe, que está determinado a erradicar a magia de uma vez por todas. O perigo espreita em Orïsha, onde leopanários-das-neves rondam e espíritos vingativos aguardam nas águas. Apesar disso, a maior ameaça para Zélie pode ser ela mesma, enquanto se esforça para controlar seus poderes - e seu coração.
Filhos de Sangue e Osso é o primeiro livro da trilogia de fantasia baseada na cultura iorubá. O Legado de Orïsha está sendo adaptado para o cinema.  


Fanart representando Zélie (Reprodução: Pinterest)


Nota: Olá, olá. Espero que tenham gostado desse post que me deu um trabalho bom e que entendam que eu não sou negra e nunca vou conseguir de fato transcrever todas as dificuldades que essa população sofre, pois nunca passei por isso, e nem quero tomar a voz de ninguém, afinal não tenho propriedade do assunto. Mas acho de muita importância a gente dar voz a essas mulheres, além de divulgar o trabalho e mostrar o quanto estas obras são ricas e legais. 
           
                                                               





Autor(a): Bárbara Sotello
Editora: Clube P.S.:
N° de páginas: 176
Narração: 3° Pessoa

Sinopse:

Verônica sempre esteve acompanhada por vitórias quando o desafio entre as crianças do bairro era a corrida. Filha de mãe viúva, foi assim que encontrou um modo de ajudar em casa desde cedo. Descoberta pela melhor equipe de atletismo do país, o que começou como uma brincadeira se tornou seu maior sonho - talvez junto com o inalcançável Guiga, amigo de infância dos irmãos e estrela em ascensão do futebol, por quem ainda tem uma queda. Agora, depois de conquistar a medalha de ouro na maratona feminina dos Jogos Pan-Americanos em Lima, seu foco está em Tóquio. Ela quer uma vaga para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, mas um passo em falso pode fazê-la correr para trás. Culpa a si mesmo, que não deveria estar pensando em um cara enquanto o evento mais importante de sua vida se aproxima. No entanto, a mesma pessoa que a derrubou também pode ser a única capaz de ajudá-la a voar outra vez.


E cá estamos nós com uma nova resenha! Dessa vez cheguei muito rápido e já estou aqui para falar sobre o primeiro livro da série Deusas, de 2019, do Clube P.S.:. Caso você que está do outro lado da tela, nunca tenha ouvido falar do clube, vou dar uma rápida explicação: o "Clube P.S.:" é um clube de assinatura literária completamente nacional, que leva para seus assinantes um time de autoras da internet, com histórias novas, mimos exclusivos e uma experiência personalizada de leitura. Se quiser saber mais sobre o clube é só acessar o site: P.S.:
Agora que já está tudo explicado, vamos começar a falar! Primeiro que o kit que eu recebi é uma lindeza, feito com muito primor. Eu, como boa amante de papelaria, fiquei louca pelo meu "Diva Journal", mesmo que não tenha tantas coisas legais para pôr nele. Amei a medalinha, na qual é muito perceptível o trabalho que as menins tiveram para produzir. Além de marcadores lindos e uma carta com um design de dá inveja. Mas fora a todos esses "mimos" (blogueira mesmo viu), o livro é maravilhoso.  




Primeiro que não é a primeira história que eu li da Bárbara, já conheço ela da época dos meus surtos na internet lendo Bola de Ouro e tantos outros contos que ela escreveu a cerca do mundo do futebol. Eu virei a própria Maria-chuteira sabe. Na história da Nica, ainda temos a presença muito forte do mundo futebol caracterizado na personagem do Guiga, mas o principal de tudo é a maratona, visto que Nica é uma grande maratonista. 
A deusa que "abençoa" essa obra é a Nice, e fez muito sentindo para mim ao longo das páginas e das falas das personagens. Além disso, Verônica é uma mulher negra, com cabelos cacheados e que ainda está apreendendo a se amar. Bem no comecinho ela começa a abandonar a chapinha e ter mais autoconfiança com seus cachos, e ainda tem ótimas dicas para dar aquela finalizada e definir bem o cabelo. Toda essa representatividade é muito importante, pois é muito raro ver personagens negras e principais, tomarem frente a uma obra.
A obra é toda baseada em um ritmo esportivo, seja nas provas longas que Nica percorre ou nos noventa minutos que Guilherme passa dentro das quatro linhas. Todo esse clima, passa o ambiente de competição e força que os atletas tem, além de ser super legal poder saber um pouco sobre os bastidores disso e entender o tamanho da dimensão do preparo físico e da quantidade de trabalho que esses atletas têm que realizar.

"— Algumas — ele respondeu, fazendo uma careta engraçada —, mas não bebi o suficiente para esquecer a vontade louca que tenho de te beijar todo dia."Pág 154
No meio disso tudo, é claro que resiste um romance. E que romance! Nica e Guilherme se conhecem desde a infância mas nunca tiveram uma aproximação muito forte, até que depois de um churrasco na casa de Nica em comemoração a sua medalha de ouro, eles começam a se envolver. E tudo foi muito gradativo, não foi aquela coisa: olhei, beijei, transei. A relação dos dois foi acontecendo naturalmente (assim como os problemas) e foi uma delícia de ver! Por que além de Nica ser uma mulher maravilhosa e inspiradora, Guiga é um cara super legal, com um ótimo senso de humor, jogador de primeira linha, além de ser um gato gostoso (Chupa Neymar!)
Claro que durante todas as páginas, obstáculos aparecem, assim como em uma maratona surge o cansaço físico e para um atacante sempre vai ter aquele zagueiro chato. Nesse caso, essas personificações não são de fora e sim de dentro da família de cada um, pra gente ver que às vezes quem quer nos botar para baixo e fazer o mal pode está mais perto do que a gente imagina.
Para finalizar, quero dizer que ontem quando acabei o livro, senti aquele quentinho no coração tão específico de quando a gente fica tão feliz por uma história. P.S.: Viva o Guiga por ser um personagem sem masculinidade tóxica, precisamos de mais personagens masculinos assim.
"Nica achava que, apesar de todas as analogias entre a maratona e a vida serem clichês, faziam todo sentido. As duas exigem garra para serem percorridas e muita força para terem seus obstáculos superados. A grande diferença era que todos sabem o rumo que estão tomando em uma maratona; na vida, nem sempre." Pág 169


             

                           
                               



                                                          

(Reprodução: Adormecidas)
Autor(a): Camila Sodré
Editora: Clube P.S.:
N° de páginas: 205
Narração: 1 pessoa

Sinopse: 

Viver em um mundo de milhões de seguidores nas redes sociais, festas badaladas e viagens internacionais parece o desejo de qualquer garota. Imagine acordar todos os dias e viver tudo isso...à sombra de outra pessoa. 
Bianca é apaixonada por livros e queria estudar linguística, mas ser a irmã mais velha às vezes custa caro. Para ajudar sua caçula a ser uma celebridade do Youtube, ela largou a faculdade e foi aprender a fazer um pouco de tudo: editar videos, lidar com a imprensa, fechar parcerias e ser uma assessora pessoal. O problema é que isso tudo tornou Bárbara uma garota bastante mimada, e Bianca tem cada vez mais dificuldade em lidar com as exigências da irmã às custas de seus próprios sonhos.
É quando, após uma discussão, ela se vê diante de duas opções: embarcar para um evento de moda em Paris ou ir para qualquer outro lugar longe de Babi, só para variar. E aquilo que começou com um impulso que Bia nunca pensou ter pode se mostrar uma decisão certeira. Onde mais, além de Amsterdã, ela conheceria um artista disposto a tocar músicas de boy bands só para animar o dia mais errado de sua vida?

"Todos os canais levam a Amsterdã" é o quarto e último livro da série Viagens do Clube P.S.:, de 2018. Sei que estou atrasada até demais, pois afinal, estamos em abril de 2019 e já recebi o primeiro livro da série Deusas de 2019. Mas antes, não posso deixar vocês a deriva se perguntando o que é esse tal clube. O "Clube P.S.:" é um clube de assinatura literária completamente nacional, que leva para seus assinantes um time de autoras da internet, com histórias novas, mimos exclusivos e uma experiência personalizada de leitura. Se quiser saber mais sobre o clube é só acessar o site: P.S.:
Mas vamos falar sobre essa obra. Primeiro que se você é do mundo das fanfics como eu, já deve conhecer a Cah há muito tempo e sofrer como toda docinho sofre. Mas para você que não faz parte desde mundo colorido das fanfics/histórias originais (Miga, cê tá perdendo seu tempo, se junte ao lado da força), ela é muito conhecida pelas suas fanfics e faz um sucesso enorme nesse mundo. Se você quer ler mais, e você deve ler, aqui vão alguns links de histórias dela: Summertime (antigona e perfeita), Photograph (uma espécie de conto, que você PRECISA ler, e ter lenços para limpar as lágrimas), Amor em Jogo (um clássico!), Behind The Scenes (Sobre esse aqui só queria dizer: saudades, muita saudade). Enfim, me empolguei muito, e esses são apenas alguns exemplos, tem muito mais coisa que eu até poderia fazer um livro comentando. 
Agora realmente vamos falar da história! Tudo começa quando Barbará e Bianca brigam, porque a irmã de Bianca é muito mimada e quer fazer tudo o que quer, não dando a miníma para o sentimento alheio. Então dá a louca em Bia e ela parte para Amsterdã, sem qualquer motivo especifico, ela só quer viver para si naquele momento.  Mas quem diria que quando se visse perdida na cidade baixa, ela encontraria o maior gato e ainda cantando Backstreet Boys? E isso foi exatamente o que ela encontrou, um pacote louro e holandês, cantor e que acima de tudo, estava disposto a ajuda-la. 


Assim se prosseguiu sua história. Bianca conheceu muita gente local e Amsterdã se tornou quase um lar em poucos dias. Sven (o cantor maravilhoso e que tem o nome da rena de Frozen) é um fofo e é muito claro o interesse que sente por Bianca desde o primeiro olhar. É claro que Bianca recebeu milhares de ligações de Babi e seus pais, mas ela decidiu que estava realmente fazendo algo por ela pela primeira vez na vida e se daria essa oportunidade de ser a Bianca, e não a Bianca, irmã de uma youtuber super famosa. Foi muito gostoso de ver toda essa evolução da personagem e como ela se descobriu em poucas semanas, além de se permitir viver uma história linda com Sven. Ao mesmo passo, é muito legal ver como o Sven é um personagem complexo, apesar de não haver tantas mudanças em seu arco. Porém, a história da vida dele em si, que o próprio conta, é bem transformadora e revela as dificuldades que as pessoas enfrentam para simplesmente aceitar como o outro é. No final de tudo, os dois acabam saindo transformados de certa forma, só que ela muito mais. E é isso que é valido em um livro para mim: o crescimento das personagens ao longo de cada página. Assim como um leitor nunca sai o mesmo depois de uma leitura. Nós sempre estamos apreendendo, mesmo quando se trata de uma leitura ruim.


A Cah tem um jeito super leve de escrever e consegue formar casais incríveis, daqueles que você se apaixona no primeiro momento, e isso é super importante, pois uma leitura muitas vezes é pautada nas primeiras páginas do livro. As personagens secundárias são bem desenvolvidas e dão um toque muito real para a história. O fato da Bianca ficar em um hostel também é bastante interessante e permite que sempre haja uma troca de personagens e o conhecimento sobre características novas e pessoas diferentes aos leitores.
Foi uma experiencia ótima e o kit que recebi junto com o livro é uma lindeza só! Amei a palheta, apesar de não ter conseguido achar para tirar as fotos (vergonha demais), espero que vocês tenham gostado da resenha, conheçam mais o trabalho das meninas do P.S.: e apoiem autoras nacionais. 



                                    


                                                          

      
(Reprodução:Pinterest)

Lembro da primeira vez que disse "eu te amo". Não o eu te amo para qualquer familiar ou amigos, mas o "eu te amo" de quem preenchia o meu peito com outro tipo de paixão, aquele que me tirava do eixo e me fazia passar noites em claro, mas que também era o meu conforto de tantas horas. Mas eu estava falando sobre a primeira vez que disse as três palavrinhas mágicas. Nós tínhamos subido 2 lances de escada com as mãos lotadas de sacolas do supermercado e tínhamos sentado no chão da cozinha e guardávamos os quilos de arroz, latas de milho e enchíamos os potes de tupperware - que minha mãe tinha me dado - de mantimentos, quando entre um feijão e um requeijão eu virei e encontrei você, ajeitando o óculos no rosto e lendo o rótulo da ricota, um habito que você adquiriu depois de descobrir uma intolerância esquisita. O seu rosto estava concentrado, o nariz franzido e naquele segundo eu sabia que te amava, mesmo com as neuroses que me infernizavam. Então cutuquei o seu ombro e deixei as palavras escaparem da minha boca, tão naturalmente como nunca pensei que aconteceria. Não existia tremedeira, nem desconforto, apenas a verdade, eu amava você, e que você lidasse com isso. Mas então o sorriso tomou conta dos teus lábios e foi a minha vez de escutar aquelas palavras pequenininhas escaparem de ti. Pulei em seu pescoço e nos beijamos ali, rodeados de sacos de macarrão, com um pacote de cuscuz nas suas pernas e uma ricota em sua mão. Foi o melhor eu te amo que eu poderia dar e receber. Depois nós acabamos de guardar tudo e nos sentamos no sofá, tentando achar algo de bom na Netflix, mas acabamos rodando boa parte do  catálogo e assistindo um episódio repetido de uma série que já amávamos.
Hoje, depois de uns anos compreendendo o sentimento um do outro, olho para trás e tenho orgulho da nossa história de quase uma década. Não demoramos a namorar, nem muito menos a nos beijar, mas demoramos quase 2 anos para finalmente falarmos as palavras que as pessoas amam explanar na internet. Você sabia desde o começo que eu queria algo real, junto com sentimentos que estivessem presos ao meu caminhar. Então todo aquele momento foi cercado por quem éramos e somos. Foi necessário noites em claro, carícias, saudade, novos apartamentos e viagens para nos descobrirmos um pouquinho. 
Toda essa história continua a mesma, a diferença é que agora aparecem cabelos brancos de estresse entre os fios escuros da minha cabeça, você trocou de óculos várias vezes e tirou centenas de fotos minhas. Andamos descalços na praia ao amanhecer, dançamos no escuro da nossa primeira casa, na noite que fizemos a mudança e descobrimos que teríamos que aturar um ao outro por um tempo muito maior e não poderíamos fugir depois de uma discussão pesada. 
O eu te amo dos nossos 20 e poucos continua o mesmo dos nossos 30 e bolinhas, só que agora temos muitas páginas a mais do que aqueles jovens jogados na minha velha cozinha. Temos sofrimento acumulado e um amor transbordante.
A realidade é que a gente não queria se amar, simplesmente amamos, sem direito de devolução.

Nota: Diferente do último texto que tivemos aqui, quis uma coisa mais amorzinho e totalmente ficcional. Espero que tenham gostado.

                                                                         




                                                    (Reprodução: Blog Adormecidas)
Autor(a): Jill Santopolo
Editora: Arqueiro
N° de páginas: 272
Narração: 1ª pessoa

Sinopse: 

Da lista de mais vendidos do The New York Times, USA Today e Publishers Weekly. "Fãs de Um dia e Como eu era antes de você vão se apaixonar e chorar por este livro." - New York Post. "Jill Santopolo explora muito bem os temas da paixão, do destino e do que verdadeiramente faz uma boa pessoa. Uma história bela e devastadora, que vai cativar os leitores." - Kirkus Reviews.
A luz que perdemos é um romance impactante sobre o poder do primeiro amor. Uma ode comovente aos sacrifícios que fazemos em nome dos sonhos e uma reflexão sobre os extremos que perseguimos em nome do amor. Lucy e Gabe se conhecem na faculdade na manhã de 11 de setembro de 2001. No mesmo instante, dois aviões colidem com as Torres Gêmeas. Ao ver as chamas arderem em Nova York, eles decidem querer fazer algo de importante com suas vidas, algo que promova uma diferença no mundo. Quando se veem de novo, um ano depois, parece um encontro predestinado. Só que Gabe é enviado ao Oriente Médio como fotojornalista e Lucy decide investir em sua carreira em Nova York. Nos treze anos que se seguem, o caminho dos dois se cruza e se afasta muitas vezes, numa odisseia de sonhos, desejo, ciúme, traição e, acima de tudo, amor. Lucy começa um relacionamento com o lindo e confiável Darren, enquanto Gabe viaja o mundo. Mesmo separados pela distância, eles jamais deixam o coração um do outro. Ao longo dessa jornada emocional, Lucy começa a se fazer perguntas fundamentais sobre o destino e livre-arbítrio: será que foi o destino que os uniu? E, agora, é por escolha própria que eles estão separados?


Sinceramente, tenho que dizer adiei esse livro por um bom tempo, pois simplesmente sentia que ele destruiria um pouco do meu emocional. Então fugi e me rendi a outras leituras, porém, chegou o dia  que cai em suas graças e foi uma leitura espetacular, e claro, o meu emocional foi destroçado. 
Assim como é dito na sinopse, acompanhamos a história de Lucy e Gabe durante 13 anos, desde o dia que eles se conhecem, no 11 de setembro. É engraçado como sempre lembramos muito bem do momento de nossas vidas em eventos  impactantes. Por exemplo, uma pessoa provavelmente nem vai lembrar do que estava comendo no café da manhã no dia anterior, mas com certeza irá lembrar do que estava fazendo no dia da queda das Torres Gêmeas. Desse modo, Gabe e Lucy estão nus e crus um para o outro, montando uma história intensa desde o dia que se conheceram. 
É lógico que eles não viveram felizes para sempre desde esse dia, ao contrário, eles demoraram um tempo a se rever, mas quando se reencontraram tudo é intenso e a flor da pele. Eles falam demais, riem, fazem sexo, e entre outras coisas com a mesma intensidade. A relação dos dois tem uma certa dependência, o que de fato não é bom e Lucy percebe isso muito bem. 
Um ponto que eu acho lindo no Gabe é porque ele é apaixonado pela Lucy e automaticamente por tudo que ela faz, conversando e botando os sonhos dela no patamar nos quais eles devem realmente está, mesmo que outras pessoas pudessem tratar a produção de desenhos infantis como uma piada. Do mesmo modo, ela o apoia em seu desejo pela fotografia e por dá um real significado a vida, mesmo sabendo que isso irá o tirar de sua vida. 
"Parecia que o mundo tinha se fragmentado. Era como se tivéssemos atravessando um espelho estilhaçado e penetrado num espaço despedaçado atrás dele, onde nada fazia sentindo. Como se nossos escudos tivessem caído por terra e nossas muralhas estivessem destruídas. Naquele lugar, não havia por que dizer não." Capítulo 2
Então ele vai embora, atrás de se descobrir de fato, tirando fotos e mostrando ao mundo o terror da guerra. E Lucy fica, pois apesar de amá-lo demais e até querer acompanha-lo em certo ponto, ela continua a ter uma vida e tem que seguir com ela. 
O tempo passa, Lucy finalmente se entrega a outro alguém, se rendendo a calmaria de Darren e um tipo de amor totalmente diferente do que teve com Gabe. Darren é uma importante parte desse livro e em certo ponto parece que temos mais contato com ele do que temos com Gabe, visto que a história é contada de Lucy para outra pessoa. Darren é um cara legal, bonito e trás conforto, além de ser engraçado e querer definitivamente construir algo com Lucy, e é triste e bem sutil como a autora botou pontos de um machismo estrutural nele, como o fato dele não dá tanto valor ao trabalho de Lucy e outras coisas. 
Nesse meio tempo encontramos Gabe novamente, e dói no peito saber que ele encontrou todo o sucesso profissional e quem ele era como artista, mas continuava terrivelmente só, sendo Lucy o seu apoio principal mesmo quando se veem tão distantes. Apesar de todo essa trajetória, é muito claro que Lucy e Gabe são os amores da vida um do outro e que esse livro foi uma grande carta de amor dela para ele. 
Para finalizar, quero dizer que estou quase novamente em lágrimas escrevendo essa simples resenha, pelo fato da Jill ter escrito com tanta delicadeza a história dos dois e ter transformado personagens fictícios em reais, os dando sofrimentos, momentos bonitos, qualidades e defeitos. 
"- Era - respondi, enfiando a cabeça sob seu rosto. - Ela trabalhava na promotoria de Manhattan antes de eu e Jason nascermos, mas quando ela teve o Jay, largou o trabalho. Durante o resto da vida, passou a ser definida por suas relações com os outros: a mulher de Don, ou a mãe de Jason e Lucy. Isso acontece com muitas mulheres. Não quero que aconteça comigo" 

                

Nota: Esse livro de fato é sensacional e espero não ter dado spoilers ou pelo menos muitos spoilers. Voltamos na ativa no instagram do blog, é @blogadormecidas, segue lá. Beijos e tchau.


                                           

                       
                                                        (Reprodução: Pinterest)

Sinceramente vi que depois de um tempo era importante ter uma pausa. Uma pausa para sentimentos controversos e que insistiam em invadir a minha mente diariamente. Não é como se eu tivesse dito para os meus sentimentos que parassem e eles simplesmente obedecessem, mas agora consigo enxergar com clareza, vendo minuciosamente a realidade. Quando o meu celular chama e vejo que em um dia atípico é você, ainda existe aquela animação lá no fundo, mas eu acabo conversando com ela e dizendo que nós estamos dando um tempo, afinal. 
Muitas pessoas dizem que para você superar alguém ou algo você precisa começar algo novo, e sinceramente, isso é uma baboseira. Não vou dizer que não existem outros além de você, outros que realmente gostam de mim, porém, também quero dar um tempo deles, não quero tapar um buraco com gazes e algodão quando eu posso regá-lo com o meu próprio sangue, dando tempo para ele se acostumar as batidas tranquilas e uma vida sem romances. Nós sofremos demais durante os últimos tempos e agora queremos apenas trabalhar com tranquilidade. 
Não estou dizendo que o amanhã não irá existir e que não me darei novas oportunidades, apenas digo que agora é um tempo de celebrar quem eu sou, na minha pura essência, lendo os livros que eu gosto, escutando a mesma música 200 vezes, assistindo filmes adolescentes e que eu adoro, sem me preocupar com o que devo dizer, com o que você deve está pensando ou se simplesmente está tudo bem. Entendo que você é fechado demais e não é nada tagarela como eu, prefere se fechar em seu mundo onde os seus cálculos chegam a números infinitos e que precisam de uma reticências, ou simplesmente ficar trancafiado em seu quarto jogando vídeo game por horas a fio. 
Demorou um tempo para que eu percebesse que não ia dá certo, mas que tudo bem. Você de certa forma talvez nunca nem tenha se tocado que eu gostava de você, mas me disse que estava com o coração partido por causa de outro alguém, e naquele momento eu me quebrei junto a você. Chorando por simplesmente ter me permitido sentir tudo aquilo que eu já tinha sentindo antes. Demorou mais um tempo para eu perceber que passar por isso tudo, com você, meu primeiro amor, foi mais importante ainda, pois pude reencontrar a menina de 12 anos com o coração quebrado e finalmente nos compreendemos. Estamos pondo um ponto final nisso tudo. Por que no fim do dia, aprendi demais com tudo isso, e foi uma jornada muito mais comigo mesma do que de nós dois, dessa forma, saio conhecendo muito mais sobre mim do que um dia saberei de você. Por isso, toda essa pausa é importante, para que eu faça as pazes com o tempo, comigo, e que acima de tudo aprenda a gostar de cada particularidade minha. Enfim, acho que é isso.
Sabe, não pule de galho em galho como se a ideia de passar um tempo "só" fizesse mal, a tranquilidade de se namorar por um tempo é um remédio e tanto para um coração machucado.