Autor(a): Jewel E. Ann

Editora: Allbook

Nº de páginas: 369

Narração: 1ª pessoa

Sinopse: 

Flint Hopkins encontra a inquilina perfeita para alugar o espaço sobre seu escritório de advocacia em Minneapolis. Todos os requisitos foram preenchidos na proposta de Ellen. As referências dela são boas. E ela é bonita. 

Até...

Flint descobrir que Ellen Rodgers, musicoterapeuta certificada, toca instrumentos musicais. Bongô, violão, canto - nada de Beethoven que se pudesse controlar com fones de ouvido com cancelamento de ruído. 

O advogado implacável envia um aviso de despejo para a efervescente ruiva que cantarola eternamente, que é sexy demais para o próprio bem. Mas a sorte está ao lado de Ellen, e Harrison, o filho autista de Flint, gosta dela à primeira vista. Um pai solteiro não pode competir com violões - e ratos. Sim, ela tem ratos de estimação. 

Essa mulher...

Ela é irritantemente feliz e tem uma necessidade constante de tocá-lo - ajeitar sua gravata, abotoar sua camisa, invadir seu espaço e bagunçar sua cabeça. 

Mesmo assim...

Ela precisa ir embora. 

O relacionamento de desejo e ódio progride para algo bonito e trágico. Essa sexy comédia romântica explora as coisa que queremos, as coisas que precisamos e as decisões impossíveis que pais e filhos tomam para sobreviver.


"Perfeito para o papel" começa mostrando o lado feio da história, aquele lado que vai criar cicatrizes por todo o livro. Afinal, Flint dirigiu alcoolizado para casa com sua família, e sua esposa acabou morrendo. Não foi necessário uma cena grandiosa, com detalhes realistas, para sentirmos a profundidade daquele acontecimento e da dor que ele causaria. 

É claro que esse fato transforma Flint em outra pessoa. Existe ele antes e depois desse acidente. A sua personalidade muda, seus objetivos e sua própria percepção de si mesmo. Ele não acha que deve ser feliz, não acredita nisso. Depois de muitos anos, Flint conhece alguém que mexerá com sua rotina plastificada. Ellen é bem diferente de Flint. É musicoterapeuta, vive cantarolando e tem 4 ratos com nomes enormes de músicos. É muito claro que essa combinação não daria certo, não é? Principalmente quando Harrison, o filho de Flint, se apega automaticamente a Ellen. 

"Devemos lembrar das pessoas em seus momentos mais bonitos, mas não é o que fazemos. É o sofrimento que deixa uma impressão mais duradoura." Capítulo 2

"Perfeito para o papel" foi amplamente panfletado para mim. Minhas amigas desse mundinho blog falavam "Isabelle, é maravilhoso, vai ler!", e eu então decidi que iria ler. Li e me lasquei. Esse livro é um absurdo de bom, daqueles que você acaba e fica olhando para a parede por uns bons minutos, naquela posição pensativa do Sasuke no Naruto Clássico. 

Isso porque o livro consegue ser uma montanha russa de sentimentos. Uma hora eu estava morrendo de rir e fazendo dancinhas mentalmente e na outra hora estava entrando no pronto socorro com sérios problemas de saúde. Afinal, o livro mescla vários assuntos, como autismo, perdas, traumas, luto, decepções, alcoolismo e ai vai. Você lendo isso talvez pare e pense: Meu Deus, não é muita coisa para um livro só? É, talvez. A questão é que os personagens tem essa bagagem, eles não vivem uma vida plastificada e todas essas nuances que aconteceram ao longo de sua trajetória formam o que eles são e dão certeza de suas ações e escolhas. 

"— É você é o primeiro sopro de oxigênio que entra em meus pulmões em dez anos — cochicha no meu ouvido. " Capítulo 15

Porém, acredito que o mais importante do livro por inteiro, não seja o modo como todos os fatos são dispostos sobre a mesa, mas sobre como a trama nos faz sentir, pelo menos como me fez sentir. Por fim, em uma narrativa que se propõe a falar sobre tantos temas, poderia ficar complicado entender o tema central de tudo, sobre o que a história realmente se trata. Mas para mim ficou muito claro. "Perfeito para o papel" fala sobre segundas chances. Eles estão tentando escrever uma nova página de suas vidas e percebendo que sim, merecem a felicidade que bate em sua porta.