Autor(a): Camila Marciano 
Editora: Clube P.S.:
Nº de Páginas: 151
Narração: 3ª Pessoa

Sinopse: 

Ninguém consegue entender a magia do bar Makhé. Nem mesmo sua proprietária, Cátia Flávia, a única que vê todos ao redor se apaixonando, mas nunca cai de amores por alguém. Ela e seus incríveis garçons servem drinques flamejantes e escrevem bilhetinhos românticos em favor da causa mais justa do mundo: formar pares apaixonados. Por isso, quando chega o Carnaval, ela promete um grande evento: cem horas de bar aberto. A fadiga a atinge com força e, em nome de sua saúde, ela se vê forçada a desacelerar e encarar um "dia do sim". A questão é que Cátia está sozinha. A deusa que confere a boa sorte para o bar não socorrerá. E, uma vez contrariada, pode ser que nunca mais apareça . Conseguirá Cátia  manter a fama do Makhé sem seus poderes mágicos? 
"E, pelo andar da carruagem, vai viver de unir casais, mas vai morrer sozinha." Página 12
Cátia Flávia é uma azarada no amor, apesar de ser o cúpido de toda a cidade. Todos os 3 namorados que teve acabou perdendo para os encantos do Makhé que os fizeram se apaixonar por outras pessoas. Parafraseando Marília Mendonça: "Chego apaixonado e saio arrependido/Amar por dois só me dá prejuízo" parece ser a música da loira dona do bar. Depois de tantas decepções é bem óbvio que ela quer que o amor vá se lascar (também quero) e se retrai para os sorrisos bonitos e o charme dos homens que passam por sua vida.
Porém, depois de dar um banho de chope em um cliente e cair durinha durante a maratona de 100 horas que se propôs a passar no carnaval, ela é forçada a descansar e encarar o “dia do sim”, só o que ela não esperava era que o Makhé ficasse com raiva dela e decidisse não colaborar mais com seus apaixonados frequentadores. Agora, Cátia Flávia tem que correr atrás dos encantos do bar.
Costumeiramente eu procuro focar mais na imagem do livro nas fotos, tanto que sempre gosto de pensar e trazer conceitos antes de tirar a foto para a resenha. Mas como tudo na vida, Cátia foi uma exceção. Estava tirando fotos das minhas amigas na reitoria da faculdade quando surgiu a ideia da imagem da resenha de hoje, e ela se encaixou completamente não só na história que o livro trouxe, mas na que construí ao longo dos dois dias de leitura.
"Não era só pelo trabalho. Toda a sua vida estava dentro daquele bar. Os amores e as desilusões, as lembranças de sua mãe e as festas. Os garçons mais antigos que a viram crescer, e os novos que chegavam com costumes, piadas e sotaques distintos." Página 29
Esse é o tipo de livro que a gente leva a tiracolo, ler apressada no ônibus ou mesmo no banco de uma pracinha (se não for perigoso, hein) porque ele te envolve naturalmente e não permite que você o largue. Eu fui completamente laçada pela história, tanto que uma da manhã estava finalizando o livro de baixo do lençol e com a lanterna do celular ligada, me sentindo altamente emotiva por ter chegado ao fim (e não foi nem a TPM).
O tipo de escrita da Camila é o tipo de escrita que abraça, mas não do jeito que serve cafés e bolos como a Jenny Colgan, mas de abraços sufocantes, intensos e da risada alta quando o abraço chega ao fim. Ela é intensa e amorosa em cada palavra (exagerada igual a mim), tanto que me surpreendeu muito o fato do livro ser tão pequeninho quando já li um enorme dela. E é muito difícil escrever um texto pequeno sem ficar vazio e um grande sem ficar exagerado, e ela consegue fazer tudo isso com o pé nas costas.
"— Se um homem não cai por uma doida, o doido é ele. E eu não sou doido." Página 81 
Por fim, Catía Flávia não é a loira Belzebu como diz na letra da Fernanda Abreu, mas se faz a gostosona do litoral, a loira Belzebu, pelo seu sorriso aberto, pela liberdade que exala e principalmente quando descobre que não existe problema nenhum em se entregar e amar. Os seus bilhetinhos continuam mágicos e os drinks caros, mas o principal foi que ela se reconstruiu e mudou a sua história só pela força de ser.
P.S.: Marcelo (o boy médico maravilhoso) me dar nos nervos estacionando em lugar proibido, se pudesse eu dava uns murros nele. E andar sem capacete também não pode, depois morre e não sabe o porquê. Duda é maravilhosa, um mulherão de boca suja que eu amei e Adônis é um gato com um nome mô chic. #Desabafei.