Autor(a): Elle Kennedy
Editora: Paralela
Nº de Páginas: 360
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quanto o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto...Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo que tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre os dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz que Hannah e Garrett precisem repensar os termos de seu acordo.

Eu passei um tempo evitando os livros da Elle por meu inconsciente ter ligado ela (sem motivo algum) com a autora Lauren Layne (talvez porque eles sejam da mesma editora) e por pensar que seria do mesmo estilo me mantive distante. Menina, eu não sabia o que estava perdendo. 
Amores Improváveis é uma série de 4 livros, com cada volume contando a história de 4 amigos que são jogadores de hóquei na universidade Briar e que moram juntos. O primeiro volume, "O Acordo", aborda a história de Hannah e Garrett.
""Desculpa por ter saído correndo" admito. "Mas não vou me desculpar por querer ficar com você.""Capítulo 32
Hannah é uma mulher inteligente, bonita e super confiante, menos quando se trata de Justin Kohl, jogador do time de futebol americano da universidade. Garrett Grahm, é o capitão do time de hóquei da universidade e apesar de ser esforçado nos estudos está indo muito mal em "Ética filosófica", e se não conseguir melhorar, bye bye time de hóquei. Então os interesses dos dois se ligam e ambos decidem se ajudar, Hannah ensina a matéria para Garrett, e Garrett ajuda Hannah a conquistar Justin. Lógico que eles iam acabar se apaixonando não é? Isso já é pré-requisito para histórias do tipo. Um acordo desses não surge na minha vida.
Hannah é uma personagem muito boa, a gente se identifica com ela logo de cara. Somos surpreendidos bem no primeiro capítulo com uma informação jogada com muita naturalidade e que perpetua por todo o livro (apesar de ser no primeiro capítulo, não vou dizer o que é para quem quiser ler seja surpreendido assim como eu). Além disso, Garrett não é aquele estereótipo de macho machista, apesar de continuar sendo o pegador. E aqui eu queria fazer uma observação: os personagens masculinos da Elle não tem essa besteira de "meu Deus, não posso está me apaixonando", eles se questionam e tudo, mas não ficam com aquela frescura sem fim que a gente bem sabe que acontece em outros livros. Acredito que até acontece o oposto, porque na maioria das vezes eles que vão atrás das mulheres que amam.
"Mas o subestimei de novo. Seus olhos cinzentos se escurem, adquirindo um tom de prateado metálico, e, de repente, transmite calor. Um calor e um brilho de autoconfiança, como se estivesse certo de que não vou até o final." Capítulo 16
Pelo que eu percebi dos livros da autora (já li os quatro, Brasil) é que além de todo esse clima universitário, que envolve sexo, provas, jogos e festas (só em livro mesmo, porque minha universitário - que mal começou - se resume a morrer de ler e fazer trabalho) ela quer falar sobre pessoas, pessoas reais com problemas reais. Acredito que o poder de um bom livro é causar empatia, e esse em específico causa muito isso ao falar sobre questões sérias que rodeiam as vidas das mulheres. Eu, como mulher, me senti muito tocada.
Para finalizar, quero dizer que nunca li um livro com uma cena de sexo tão necessária para a história e a construção dos personagens, é o tipo de cena que não é jogada e sim extremamente necessária para a evolução de Garrett e Hannah. É isso, espero que tenham gostado e em breve (vamos orar para que eu consiga tempo) vou trazer a resenha dos outros três livros de Amores Improváveis.

            

                                                       




Autor(a): FML Pepper 
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 406
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

O azar pode ser a sua ruína. A sorte também. da mesma autora da trilogia Não pare! Rebeca, uma garota sem escrúpulos ou fé, criada para ser uma ladra. Códigos decifrados. Uma conta milionária invadida. Diamantes. Desaparecer do mapa. O esquema para o maior golpe de sua vida é irretocável, perfeito...até encontrar Madame Nadeje, a enigmática cartomante do decadente parque de diversões. Ouvir seus segredos mais íntimos seguidos de profecias perturbadora, entretanto, não impedem Rebeca de ir adiante e...pagar o preço! Seu mundo matemático e lógico desmorona ao enfrentar as previsões da vidente, e sua vida se transforma em um pesadelo. Caçada por criminosos, a jovem acredita que a saída está no treze, o número agourento lançado em forma de charada que, contra qualquer lógica, é justamente o caminho a seguir e, quem sabe, sua salvação. Karl, um orgulho e passional lutador de MMA, passa por uma grande decepção. Incapaz de aceitar derrotas, ele comete um erro estúpido e, de herói, se torna vítima em segundos. Um acidente deixa em seu cérebro um coágulo inoperável que pode se romper num piscar de olhos, a vida por um fio. Determinado a esconder a terrível condição de todos, ele resolve levar uma vida tranquila e passar longe de brigas. Um plano perfeito...até conhecer Rebeca! Por ela, Karl seria capaz de jogar toda precaução pelo ralo, seria capaz de tudo, inclusive aceitar que a derrota pode ser a sua salvação.

Já tinha visto algumas postagens sobre esse livro e também conhecia o trabalho da autora através da trilogia Não Pare! (Apesar de nunca ter lido) e sempre fiquei curiosa sobre essa mulher que conseguiu espaço em editoras grandes e que escreve sobre fantasia.  Fiquei mais feliz ainda quando ele veio falar com a gente, perguntando se não toparíamos ler 13. Então estou aqui para falar sobre esse livro que é uma mistura de várias coisas, mas que possuí um equilíbrio impressionante. 
"Se o amor fosse bom, não prenderia, mas sim libertaria. Quem ama deveria dar sem pedir nada em troca. E todo mundo quer algo em troca. Todo mundo..." Capítulo 4
Rebeca é da bandidagem (como ela mesmo gosta de dizer), só faltou dizer "eu sou o crime", para que eu risse mais. Enfim, ela é uma rata da computação e junto com a sua mãe pretendem fazer o golpe de suas vidas a La Casa de Papel, para poderem fugirem e nunca mais sofrerem. É óbvio que tudo dá errado. Mas ela já havia sido avisada antes pela Madame Nadeje quando foi a uma parque de diversões, que mais parecia um lugar com epidemia de tétano, com a melhor amiga. Madame Nadeje, com as suas bijus e lenço na cabeça, mais parecia mais uma picareta de plantão, mas disse tudo o que Rebeca não imaginava ouvir e tudo o que viria se tornar realidade. O golpe dá errado, ela acaba sendo vigiada pela polícia e fazendo alguns trabalhos para eles e está a caminho da segunda faculdade (onde Madame Nadeje disse que conheceria o amor de sua vida).
Karl Anderson, "A Fera", é um lutador de MMA em ascensão, acabou de vencer a luta que vai alavancar a sua carreira quando tudo dá errado. Karl descobre que é corno (muuuuu), porque ele estava sendo muito vacilão, fica com ódio e acaba se condenando ao sair de moto vuado (rápido para quem não é do Ceará) e obviamente acaba se acidentando. Bum! Um coágulo no cérebro inoperável surge em sua realidade, sentenciando o fim da sua vida de lutador. 
"Percebo que meus lábios parecem um espelho e se levantam ao menor sinal do sorriso estonteante dela. Apesar da baita enxaqueca, estou flutuando." Capítulo 12
Acontece realmente muita coisa no livro, com cenas realmente alucinantes, e uma que me deixou muita apreensiva, no melhor estilo de: "Meu Deus, isso não tá acontecendo.". Karl e Rebeca tem uma química imediata e ele parece se encaixar nas características que Madame Nadeje falou sobre o décimo terceiro namorado, porém, nem tudo são flores e outro cara surge, se encaixando nas mesmas características ditas pela vidente. Queria dizer também que Karl é um fofo e fiquei realmente muito envolvida pela relação dos dois e do ponto de virada que cada um significou na vida um do outro, e  que só podia ser muito amor, porque se fosse eu, tinha fugido de Rebeca na mesma hora (ô menina pra ser imã pra problema).
Apesar de Rebeca querer muitas vezes se forçar a ter algo com Eric (o outro boy), a atração e os sentimentos com Karl são muito claros e fazem uma bagunça na sua cabeça. Existe muita conexão entre os dois, mas tudo em volta acaba os sabotando (inclusive eles mesmo e a amiga de Rebeca, Suzy) e as coisas vão se acumulando e acumulando, deixando o leitor em um estado imenso de tensão.
          "Sou a cidade com as horas contadas, prestes a ser inundada." Capitulo 26
Enfim, para finalizar, eu nunca imaginei que o livro fosse falar sobre fé. Rebeca é uma mulher muito cética e realmente acredita que o seu fardo é nunca encontrar a felicidade, em como não existe espaço para isso em sua vida. Realmente, no final, a gente percebe que a história é muito mais sobre Rebeca se encontrar consigo mesma, sobre se refazer como pessoa e criar laços. É uma jornada difícil de realizar e bonita de acompanhar. Acredito que todo mundo já teve os seus momentos de reflexão e cada dia é mais complicado acreditar no ser humano, então livros como esses são importantes para a gente poder refletir sobre certas coisa e revisitar antigos questionamentos.  
Também é importante dizer que o livro não é religioso, acho que diante a tantas temáticas ele está longe de ser, mas deixa uma mensagem muito importante sobre segundas chances, perdão, e sobre quem queremos ser hoje. 

                                      

                                                              


Autor(a): Camila Marciano
Editora: Disponível no Kindle Unlimited e físico direto com a autora
Nº de Páginas: 577
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

Você consegue dizer o ponto exato em que o amor acaba? Consegue dizer quando as contas, a rotina e os filhos afogam o amor? Consegue dizer quando acaba o tesão? 
Eu nunca soube. 
Isso aqui não é uma história de dois adolescentes que se batem mas no fundo se amam. Eu sou um pai de dois filhos, sou casado. 
Esta aqui é sobre reconquistar a mesma mulher que você já meteu uma aliança no dedo, mas deixou escapá-la por entre eles. Ela se foi e você nem viu. Esta vai para todos os cabaços que como eu, esqueceram-se que o amor não é um posto, é exercício. É um jogo de tentativa e erro com algumas regras pré-estabelecidas. 
Aqui, o amor é outra coisa. 
Não é à toa - Que os contos de fadas terminam no casamento e a ideia de "casamento perfeito" vem estampado num comercial de margarina.
"A gente não limpa o peito com dias de silêncio. A gente limpa o coração com minutos de conversa." Capítulo 34 "Meio-Dia"
Esse foi o segundo livro sobre casamento que li no ano, mas com uma pegada completamente diferente. Já havia visto o livro no Wattpad e conheci melhor a autora ao saber que ela faria parte das autoras da Série Deusas no Clube P.S.:, então depois de ver algumas contas de Instagram falando e ler direitinho sobre o que era o livro, decidi começar a leitura. E que livro maravilhoso! Tava só começando a ler e já chorava horrores. 
Enfim, a história começa quando Fernanda ou só Fê, sai de casa, deixando Dio (ou Rodrigo) e os dois filhos, Lipe e Guto. Durante esses sete dias, Dio pensa em tudo. Em como ele deixou o casamento esfriar e tudo se tornar automático. Em como foi consumido pelo trabalho, não ajudando em nada em casa e nem com os filhos. Em como conseguiu apagar quem Fernanda era. Então, após se xingar e se martirizar por um bom tempo, ele decide fazer diferente, decide reconquistar aquela mulher que está escorrendo por entre seus dedos nos próximos 6 meses.
 "Por que você deixou a mãe ir embora, papai? - Foi a única coisa que Lipe falou, chorando um pouquinho também, limpando os olhos na manga do uniforme.
Por que, meu filho? Porque seu pai cagou feio, porque seu pai é um babaca. Porque seu pai é um egoísta, um arrogante. Porque seu pai achou que daria certo engaiolar um pássaro selvagem. Porque ele achou que fosse o certo da história, ele achou que ser o patrocinador dos filhos fosse o suficiente." Capítulo 1 "Seis meses"
O nosso "eu" leitor está muito muito acostumado a ver a construção de uma história e não o temido "depois", então é lógico que quando nos deparamos com histórias do tipo surge uma certa surpresa. O felizes para sempre não existe. Sempre haverá dificuldade, dias ruins, assim como haverá dias bons. E é isso que vemos nesse livro. Um casal que se conheceu com seus 20 e poucos, vivia no fogo da paixão e nas expectativas altas para o futuro. Opostos que se atraíram e descobririam serem únicos nas suas diferenças. Uma Fê cheia de atitude, filha da capital. Um Dio ainda quase menino, filho do campo, mineirinho com sotaque forte. E os dois se moldaram, se moldaram como casal, cedendo aqui e ali, trocando alianças e deixando o tempo passar. Mas o tempo passa e ele pode ser muito cruel. A rotina chega, os filhos também e cada vez Fernanda se sentia mais de escanteio, sendo aquela mulher que nunca pensou que seria.
"Para casar tem que ser com aquela que vai te pentelhar a vida toda. Tem que ser aquela a conversa não tem fim, nem piadas, nem as risadas. Tem que ser aquela que você sonha em um dia poder voltar para casa depois de um dia de serviço e esquecer que trabalhou, esquecer que é segunda-feira, esquecer que está chovendo. Seu coração está em casa, você voltou para o seu lar e tudo está bem - é com essas que a gente casa." Capítulo 1 "Seis meses"
Primeiro que para mim é sempre meio pesado ler sobre quando um casal está prestes a desmoronar, quando as vidas parecem entrelaçadas apenas por um fiozinho prestes a se romper. Foi com esse desespero que comecei a ler a história. Chorei junto com Dio quando este finalmente se tocou que estava perdendo a mulher da vida dele. Chorei mais ainda quando ele percebeu que o beijo e todas as transas haviam sido automáticas, praticamente sem sentimento nenhum, como se do outro lado do colchão estivesse um desconhecido.
Me apaixonei por uma São Paulo e uma Minas Gerais que nunca conheci. Com cada particularidade que cada uma carrega consigo e as histórias que cada canto conta. Guto e Lipe são as crianças mais sensacionais que eu já tive o prazer de "conhecer", de tão fofas, inteligentes que são. E o mais importante: elas estão presentes em praticamente cada página. E isso é importante por quê? Pois alguns livros tratam os filhos como meros detalhes e estes mal aparecem, quando na realidade a gente sabe que não é assim. Quando se tem criança em casa, praticamente não se tem tempo pra si. Enfim, eles são tão maravilhosos que só poderia ser ficção mesmo, porque não vi uma birra sequer.
Existem outros vários personagens, como Ana e Bia, um casal maravilhoso e o que mais mexeu comigo: Seu Alcides e Dona Teresa. O pai e a mãe de Dio são a coisa mais fofa e que me trouxe uma infinidade de reflexões sobre muitas coisas e que com certeza vou levar comigo pro resto da vida.
"Quando você tem um problema de verdade, coisa que dói na alma, qualquer coisa menor perde a importância. Só isso dói, só isso importa. Nos primeiros dias as pessoas ainda te perguntam se você precisa de alguma coisa, se você quer conversar, se está querendo um ombro amigo.  No décimo segundo dia elas já cansaram de você e da sua vida. Estão tocando a vida delas o melhor que podem, mesmo que eu, mais uma vez, não embarque no bonde com elas." Capítulo 32 "Os Homens, os Mendigos, os Loucos"
Para finalizar, quero dizer que esse livro não deixa de ser uma declaração de amor de Dio para Fê. Sobre como o amor é um exercício diário e que nunca pode ser a nossa zona de conforto. Acho que às vezes as pessoas se prendem muito ao primeiro coríntios que diz que "o amor tudo suporta" e esquece os versos anteriores que dizem: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha/ Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor./ O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade./Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Acho que é isso. Sempre é importante lembrar que dentro de um casal existem duas pessoas e estas são diferentes e tem necessidades opostas, o que significa que de forma alguma podemos fechar os olhos para a dor do outro e sempre temos que está atentos aos sinais presentes em uma relação.