
Eu quase deixei meu verdadeiro eu escondido.
N/A: Esta Maria foi mais sucinta porque é um assunto muito difícil pra mim. Eu ainda tentei assumir a personagem, dar um "final" melhor para ela, mas ainda é complicado desenvolver quando você não sabe a maneira certa de expressar os mesmos sentimentos. E o motivo para fazer a publicação é que ela acaba sendo um prelúdio para assuntos dos quais eu pretendo falar mais por aqui. As letras do título e da frase pré-texto são de Who You Are, Jessie J. Ouvia enquanto escrevia, achei cabível. Até a próxima, Marias.
1. Barquinho de Papel - Anavitória
Não sinto tua falta. Não sinto a falta do teu cheiro de perfume importado que exportou de mim. Não sinto falta do teu erre puxado, nem do teu beijo com gosto de dente que morde coração envenenado. Não sinto tua falta. Não sinto! Nem lembro de você, nem da tua respiração ofegante. Não sinto falta; eu sinto ânsia. Distância do teu signo-preto, do teu silêncio - o grito. Sinto ânsia e a provoco. Enfio os meus dez dedos na garganta pra ver se vomito teu ser da minha alma.
2. Quando Bate Aquela Saudade - Rubel
Não tem medo, não. Eu sei, vai dar errado. A gente fica longe e volta a namorar depois. Olha bem, mulher, eu vou te ser sincero: eu tô com uma vontade danada de te entregar todos os beijos que eu não te dei. E eu tô com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado e de acordar do teu lado pra te dizer que eu te amo, que eu te amo demais.
3. A Música Mais Triste do Ano - Luiz Lins
Tua vida ainda vai ter sentido se a nossa for tudo o que te sobrou? (...) Ainda vai sorrir quando eu for teu único motivo? Ainda vai ouvir o que eu digo mesmo quando eu só quiser falar de amor? Ainda vai tentar me entender quando eu não dizer mais sentido? E ficar comigo quando tiver visto o pior lado de quem eu sou?Fazendo justiça ao seu nome, qualquer pessoa que já pôde amar alguém sente alguma coisa com a letra dessa música. O gênero não é nem o meu preferido, mas a letra paga qualquer coisa.
4. Te Vi na Rua Ontem - Konai
Talvez um dia a gente se resolva, talvez tu seja mais uma cicatriz. Mas sempre que falam de ti, lembro da sua mão na minha. Meu Deus, o que é que eu fiz? Ainda penso muito em ti. A vida não tem sido justa... Você sabe, ainda tô aqui. Sua falta ainda me assusta.
5. Ensaio Sobre Ela - Cícero
Não se esqueça por enquanto de esquecer alguma coisa pela casa e vir buscar do nada. (...) Nem vi você chegar, foi como ser feliz de novo. Nem vi você chegar, foi bom te ver sair de novo.
Bônus: Mar Fechado - Selvagens À Procura de Lei
E mesmo que eu lhe peça desculpas o ano inteiro, não me cobre mais amor quando chegarmos em janeiro. Fica mais um pouco e sustenta o meu corpo antes mesmo d'eu cair no mar, e como era de esperar, eu vou me afogar pra nunca mais ter que te ver por aqui.
The End of the F***ing World
Sinopse:
"Nunca fui o protetor da Alyssa. Ela era minha protetora."
O alarme tocou. Cinco e meia da manhã. Fechei os olhos novamente. Tocou de novo. Cinco e quarenta. Decido levantar. Botos os pés no chão frio com preguiça de procurar um chinelo.
As mãos levantam para o ar, em uma falsa maneira de tentar despertar. Tomei banho de olhos fechados, escovei os dentes sem mal abrir a boca, tomei leite, pois era mais rápido, vesti a camisa errada. Escondi o celular no fundo da mochila, me empurrei no meio das pessoas dentro do ônibus e encontrei um lugar para escorar e tentar dormir por alguns minutos. Era engraçado como muitos estavam de olhos fechados e boca aberta, com fones de ouvidos, inchados e poucos conversavam. Alguns estavam até no celular, digitando palavras doce e engraçadas, como se a vida estivesse linda e você não tivesse que ir para o trabalho chato ou a escola chata.
Demorou 40 minutos até que eu chegasse ao meu destino. Sentei na minha mesa, em frente a um computador que nunca poderia pagar, mexendo em planilhas de empresas que eu nem sabia para o que servia. As pessoas riam e falavam sobre a amante do Seu Carlos, nosso patrão, pois pelo menos na vida dele acontecia alguma coisa. A moça da frente flertava comigo, oferecia café e "bom dias" recheados de alegria, e eu, bem, sorria por pura conveniência. Não fazia sentido nenhum, ela só queria um corpo para esquentar sua cama e tentar esquecer do namorado violento.
Saio às 6 horas e de novo tenho que me espremer em um ônibus, procurando um canto para me apoiar e dormir. As pessoas estão com os olhos fechados e de boca aberta, alguns ouvindo música, outros atualizando incessantemente seus próprios celulares, rindo de pessoas que nunca tinham visto na vida ou achando comum mais 20 pessoas terem sido mortas em um ataque.
Chego em casa, tiro toda a roupa, tomo um banho, como, escovo os dentes, e sento ao lado da minha mãe no sofá, pegando em sua mão. Assim, contamos sobre o nosso dia, enquanto a novela passa na TV, fingimos que grandes coisas aconteceram no nosso dia, além de ter derramado café na blusa do colega do trabalho, e que estamos felizes e realizados com tudo que temos. Mas o que temos não faz sentindo, é puramente automático e ninguém liga para isso.
Simplesmente o Paraíso
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Título Original: Just Like Haven
"Odiava ser o centro das atenções, mas, por Deus, desejava ser o centro da atenção de Honoria"
Simplesmente o Paraíso é o primeiro livro da série "Quarteto Smythe-Smith" que é um grupo musical da família Smythe-Smith formado por 4 primas que se apresentam todos os anos em um concerto. Fomos apresentados a este quarteto na série "Os Bridgertons" e lá conhecemos a sua fama, ou melhor, má fama, pois as jovens solteiras do quarteto tocam horrivelmente.
Nesse primeiro livro, a autora narra sobre Honoria Smythe-Smith e Marcus Holroyd, um casal de amigos que se conhecem desde a infância, quando Marcus passava suas férias na casa de Winstead, com o irmão de Honoria, Daniel.
Porém os anos se passaram, e Daniel teve que se exilar, após uma discussão que teve com Hugh Pretice e um duelo mal resolvido, porém, antes de embarcar para longe da Inglaterra, o jovem conde, pede a seu melhor amigo que cuide de lady Honoria. E assim ele o faz, sempre a espreita nos bailes da temporada e afugentando todos os candidatos não aceitáveis.
"Havia algo de maravilhoso em conhecer tão bem outra pessoa."
Porém, como de praxe, tudo volta a mudar quando reencontra Honoria em uma movimentada rua da cidade, no meio de uma chuva. Eles conversam e só voltam a se encontrar quando Honoria está no meio do campo, em uma viagem com suas primas para tentar agarrar algum pretendente "universitário". E um acidente acaba ocorrendo com Marcus, quando torce o tornozelo em um buraco ao tentar ajudar Honoria que cairá neste mesmo buraco, que ela própria tinha feito.
Depois de uma chuva torrencial, Marcus finalmente consegue voltar ao seu lar, com um cavalariço, mandado por lady Honoria, e se ver caído em uma forte doença.
Eu simplesmente amo a forma que a Julia Quinn narra as suas histórias, de uma leveza e firmeza impressionante, botando os fatos da época, mas traduzindo de uma forma que o leitor compreenda tudo. Isso ocorreu na série dos "Bridgertons" e volta a aparecer nesse primeiro volume do "Quarteto Smythe-Smith", trazendo uma história encantadora sobre estes dois amigos.
A forma que eles se apaixonam e percebem que estão amando é gradativa e bonita, quando se veem em um momento horroroso, onde Marcus não possui família e Honoria e sua mãe ficam ao seu lado, tratando do seu ferimento e cuidando para que este se tornasse saudável.
Acredito que se trata muito daquilo de "nos melhores e nos piores momentos", pois nessa loucura de quase morte, eles percebem que realmente estão apaixonados.
Mas voltando para a parte onde ele fica doente, é um ponto alto da história, principalmente como a autora consegue transmitir o tratamento de uma ferida, com tamanho realismo, naquela época e até o uso de drogas.
A história de ambos segue de uma maneira linear, com altos e baixos, claro, para dar aquela apimentada e uma dor no coração do leitor. Mas no final. tudo se resolve em um momento lindo, e temos até a volta de um personagem super interessante, além da aparição de Gregory Bridgerton e Colin Bridgerton, naquele fã service que todo mundo adora.
Simplesmente o Paraíso é um livro maravilhoso, com uma narrativa rápida e intrigante, te prendendo da primeira página a última. Cada vez me admiro mais com a inteligência da Julia Quinn e ela está me tornando uma viciada em romances históricos.
"Ela amava ensaiar com as primas, mesmo se, com o tempo, houvesse passado a tampar os ouvidos com chumaço de algodão."

Nota: Esse foi o meu último livro de 2017, e já comecei o segundo volume dessa série e espero em breve trazer uma resenha de " Uma noite como esta" que já está me fazendo perder o sono. Espero que tenham gostado.

Existia uma fita amarrada ao meu pescoço e a cada vez que eu tropeçava, com palavras ou atitudes, ela me apertava mais.
O soluço constante me fazia sufocar, contraindo a garganta de mil formas em uma falha tentativa de respirar. As pessoas passavam por mim e estava tudo "ok", algumas apenas apertavam mais a fita, afrouxavam ou acrescentavam mais uma em volta do meu pescoço. Então eu sorria, como se nada estivesse acontecendo, como se dentro de mim a felicidade habitasse. Mas eu estava perdida, sufocada em pensamentos e em uma vida que não me pertencia, sendo guiada pelo desejo alheio e nunca sendo perguntada sobre o que eu queria de verdade. Sobre o que eu quero para minha vida, o que considero felicidade. Mas eu não via forma de sair, pois a cada passo dado em outra direção a fita se acochava mais.
Me segurando em uma vida cheia de feridas, onde band-ainds não poderiam segurar tamanha dor. Era um coração quebrado, um corpo doente. Até que surtei, sai correndo por aí, às 4h30 da manhã, de pijama, descalça, sem saber para onde exatamente ir, apenas continuei a correr e correr, até cair em meus joelhos em uma rua loteada de casas, e perceber que fita não tinha me estrangulado, nem ninguém, pois quem a estava apertando esse tempo todo era eu. Naquele momento eu havia arrancando-a da minha vida.
Nota: Feliz Ano Novo, meus amores! Espero que tenham compreendido a mensagem do texto, e que assim como relatado a cima, vocês possam retirar qualquer amarra que estão o prendendo da felicidade. Beijos e tchau.
