As castas de A Seleção X  Desigualdade Social 

Já fazia muito tempo que tinha lido a trilogia criada por Kiera Cass, mas por causa do anúncio do lançamento do filme pela Netflix, as meninas do Instagram @tolendocomapri e @floresepalavras organizaram uma leitura coletiva e eu topei logo de cara. Fora a experiência da releitura e de reviver todos os momentos que eu já havia vivido com os personagens, as castas me chamaram muito atenção, mais do que na primeira vez, exatamente pela proximidade com a nossa realidade. 
"— Mas eu não consigo parar de pensar assim. — Ele olhou para mim e prosseguiu. — Fui criado desse jeito. Desde pequeno sempre ouvi que os Seis "nascem para servir" e "não devem ser notados". A vida inteira me ensinaram a ser invisível." Capítulo 5, A Seleção
No universo da Seleção, Illéa, é divida em 8 castas, a primeira sendo da família real e as outras dos cidadãos do país. Sendo que estas castas delimitam o que você pode fazer e a Oito é a miséria total. 
Mas porque isso me trouxe reflexões sobre a nossa realidade? Pois apesar de não sermos segregados por números, somos separados pela desigualdade social. Acho que uma das diferenças é que ainda temos a possibilidade da ascensão social e mesmo assim somos barrados pelo sistema. 
"O prefeito então falou de minhas qualidades à multidão reunida na praça, deixando passar que eu era muito bonita e inteligente para uma Cinco. Ele não parecia ser má pessoa, mas às vezes até os membros mais simpáticos das classes superiores eram esnobes." Capítulo 7, A Seleção
Um exemplo claro disso é o atual momento que vivemos. A pandemia mostrou muito bem aqueles que tem o privilégio de ficar em casa e os que não tem. Poderíamos falar também sobre o ENEM (inclusive, #adiaENEM) e porque nesse momento é muito óbvio quem são os "Um" ou "Dois" e os que são "Seis", "Sete", "Oito" e não tem como estudar durante esse período, ficando limitados por causa da desigualdade. E eu nem comentei sobre o fator mulheres, comunidade negra, LGBTI+ etc.  
Por isso que acredito que todos nós devemos ter um pouco de America em nós (mesmo que ela tenha me feito sentir muita vergonha alheia em "A Elite") e lutarmos de verdade por uma sociedade mais igualitária. Isso significa se posicionar, ajudar, votar, dar voz as minorias e procurar enxergar o quanto às vezes queremos nos cegar sobre as pessoas marginalizadas e não compreender o que nós, como privilégiados, podemos fazer. A reflexão que fica é: Leia A SELEÇÃO!




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