Autor(a): FML Pepper 
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 406
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

O azar pode ser a sua ruína. A sorte também. da mesma autora da trilogia Não pare! Rebeca, uma garota sem escrúpulos ou fé, criada para ser uma ladra. Códigos decifrados. Uma conta milionária invadida. Diamantes. Desaparecer do mapa. O esquema para o maior golpe de sua vida é irretocável, perfeito...até encontrar Madame Nadeje, a enigmática cartomante do decadente parque de diversões. Ouvir seus segredos mais íntimos seguidos de profecias perturbadora, entretanto, não impedem Rebeca de ir adiante e...pagar o preço! Seu mundo matemático e lógico desmorona ao enfrentar as previsões da vidente, e sua vida se transforma em um pesadelo. Caçada por criminosos, a jovem acredita que a saída está no treze, o número agourento lançado em forma de charada que, contra qualquer lógica, é justamente o caminho a seguir e, quem sabe, sua salvação. Karl, um orgulho e passional lutador de MMA, passa por uma grande decepção. Incapaz de aceitar derrotas, ele comete um erro estúpido e, de herói, se torna vítima em segundos. Um acidente deixa em seu cérebro um coágulo inoperável que pode se romper num piscar de olhos, a vida por um fio. Determinado a esconder a terrível condição de todos, ele resolve levar uma vida tranquila e passar longe de brigas. Um plano perfeito...até conhecer Rebeca! Por ela, Karl seria capaz de jogar toda precaução pelo ralo, seria capaz de tudo, inclusive aceitar que a derrota pode ser a sua salvação.

Já tinha visto algumas postagens sobre esse livro e também conhecia o trabalho da autora através da trilogia Não Pare! (Apesar de nunca ter lido) e sempre fiquei curiosa sobre essa mulher que conseguiu espaço em editoras grandes e que escreve sobre fantasia.  Fiquei mais feliz ainda quando ele veio falar com a gente, perguntando se não toparíamos ler 13. Então estou aqui para falar sobre esse livro que é uma mistura de várias coisas, mas que possuí um equilíbrio impressionante. 
"Se o amor fosse bom, não prenderia, mas sim libertaria. Quem ama deveria dar sem pedir nada em troca. E todo mundo quer algo em troca. Todo mundo..." Capítulo 4
Rebeca é da bandidagem (como ela mesmo gosta de dizer), só faltou dizer "eu sou o crime", para que eu risse mais. Enfim, ela é uma rata da computação e junto com a sua mãe pretendem fazer o golpe de suas vidas a La Casa de Papel, para poderem fugirem e nunca mais sofrerem. É óbvio que tudo dá errado. Mas ela já havia sido avisada antes pela Madame Nadeje quando foi a uma parque de diversões, que mais parecia um lugar com epidemia de tétano, com a melhor amiga. Madame Nadeje, com as suas bijus e lenço na cabeça, mais parecia mais uma picareta de plantão, mas disse tudo o que Rebeca não imaginava ouvir e tudo o que viria se tornar realidade. O golpe dá errado, ela acaba sendo vigiada pela polícia e fazendo alguns trabalhos para eles e está a caminho da segunda faculdade (onde Madame Nadeje disse que conheceria o amor de sua vida).
Karl Anderson, "A Fera", é um lutador de MMA em ascensão, acabou de vencer a luta que vai alavancar a sua carreira quando tudo dá errado. Karl descobre que é corno (muuuuu), porque ele estava sendo muito vacilão, fica com ódio e acaba se condenando ao sair de moto vuado (rápido para quem não é do Ceará) e obviamente acaba se acidentando. Bum! Um coágulo no cérebro inoperável surge em sua realidade, sentenciando o fim da sua vida de lutador. 
"Percebo que meus lábios parecem um espelho e se levantam ao menor sinal do sorriso estonteante dela. Apesar da baita enxaqueca, estou flutuando." Capítulo 12
Acontece realmente muita coisa no livro, com cenas realmente alucinantes, e uma que me deixou muita apreensiva, no melhor estilo de: "Meu Deus, isso não tá acontecendo.". Karl e Rebeca tem uma química imediata e ele parece se encaixar nas características que Madame Nadeje falou sobre o décimo terceiro namorado, porém, nem tudo são flores e outro cara surge, se encaixando nas mesmas características ditas pela vidente. Queria dizer também que Karl é um fofo e fiquei realmente muito envolvida pela relação dos dois e do ponto de virada que cada um significou na vida um do outro, e  que só podia ser muito amor, porque se fosse eu, tinha fugido de Rebeca na mesma hora (ô menina pra ser imã pra problema).
Apesar de Rebeca querer muitas vezes se forçar a ter algo com Eric (o outro boy), a atração e os sentimentos com Karl são muito claros e fazem uma bagunça na sua cabeça. Existe muita conexão entre os dois, mas tudo em volta acaba os sabotando (inclusive eles mesmo e a amiga de Rebeca, Suzy) e as coisas vão se acumulando e acumulando, deixando o leitor em um estado imenso de tensão.
          "Sou a cidade com as horas contadas, prestes a ser inundada." Capitulo 26
Enfim, para finalizar, eu nunca imaginei que o livro fosse falar sobre fé. Rebeca é uma mulher muito cética e realmente acredita que o seu fardo é nunca encontrar a felicidade, em como não existe espaço para isso em sua vida. Realmente, no final, a gente percebe que a história é muito mais sobre Rebeca se encontrar consigo mesma, sobre se refazer como pessoa e criar laços. É uma jornada difícil de realizar e bonita de acompanhar. Acredito que todo mundo já teve os seus momentos de reflexão e cada dia é mais complicado acreditar no ser humano, então livros como esses são importantes para a gente poder refletir sobre certas coisa e revisitar antigos questionamentos.  
Também é importante dizer que o livro não é religioso, acho que diante a tantas temáticas ele está longe de ser, mas deixa uma mensagem muito importante sobre segundas chances, perdão, e sobre quem queremos ser hoje. 

                                      

                                                              

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