Quando eu era criança, a minha avó paterna dizia que "O Pequeno Príncipe" era o livro que todo mundo deveria ler e reler em diferentes fases da vida, porque ele sempre traria uma nova perspectiva sobre a história e causaria novas reflexões. Li quando era mais nova e confesso que não entendi muita coisa. Não me causou impacto, sabe? E por muito tempo não entendi o sucesso que esse livro faz com base nessa minha primeira leitura. 
No início desse ano, estava passeando por algum site de livros e vi a capa dele. Bateu a curiosidade de novo e resolvi reler, depois de mais ou menos 10 anos da minha primeira leitura. Foi completamente diferente da primeira, obviamente, e pude entender muito melhor porque gostam tanto.
Além de refletir sobre os significados dessa história, essa releitura me trouxe outra pauta: o costume de reler livros. Eu nunca tinha parado para pensar nisso, porque não tenho essa prática. Em 2020, com a quarentena e a pausa nas minhas aulas, andei arrumando a minha prateleira e separando alguns livros lidos há muito tempo para relembrar essas histórias. Também dei uma olhada em alguns livros já esquecidos na biblioteca do Kindle e percebendo como muitas histórias já se perderam na minha cabeça - restando apenas a sensação de que gostei muito ou mesmo nem tanto assim.
Uma dessas releituras foi a série completa de Harry Potter. A minha avó materna sempre amou muito e já releu tantas e tantas vezes que é capaz de ter trechos decorados. Eu, por outro lado, havia lido uma vez, quando era bem mais nova e os filmes ainda estavam em fase de lançamento. Embora ame todo o universo da história, sempre consumi mais os filmes e me preocupava muito mais em dedicar a minha leitura a coisas novas. Achava que não tinha como esquecer o suficiente para que a leitura fosse prazerosa e surpreendente. E, a título de registro, foi incrível reler essa saga; percebi como consigo gostar ainda mais da história, me "reapegar" aos personagens e fiquei presa - de uma forma bastante prazerosa - por alguns dias em um sentimento de nostalgia sem fim.
Outra história que resolvi revisitar foi a de "Por Lugares Incríveis". A adaptação saiu recentemente e foi assistindo a alguns vídeos de resenha que eu percebi como não lembrava de nada do livro e o filme, que tinha me causado indiferença, na verdade ficou bem ruim. E eu li esse livro em 2016, emprestado por um amigo. Ou seja, não precisava passar 10 anos para reler e ter novas sensações com essa leitura. Talvez seja mais como a minha avó paterna diz: a cada releitura, uma nova experiência. Talvez isso se encaixe a outros livros, não apenas a "O Pequeno Príncipe"
Estou me propondo a reler essas histórias das quais tenho boas memórias sentimentais, mas pouquíssimos detalhes armazenados sobre a história em si. O único receio agora é reler e perceber que a minha percepção sobre o livro pode mudar completa e negativamente, mas isso é assunto para outro post. 
Vocês costumam reler? Acham que a releitura pode trazer novas experiências, mesmo naqueles casos em que você conhece de cabo a rabo o que livro está contando? Diz aí se você costuma refazer essas viagens ou se tem vontade de adotar essa prática. Até a próxima!



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