(Via Pinterest)

Assim como a felicidade às vezes chega de mansinho, ocupando espaços desconhecidos e fazendo sorrisos sem sentido brotarem em nossos rostos, a tristeza também sabe chegar sem falar nada, se acomodando aos poucos no nosso peito, causando um peso desconhecido, se embrenhando nos nossos pensamentos como pequenas garrinhas que querem tomar tudo. Parece como em um dia ensolarado, em que o céu está azul, o sol brilhando sob nossas cabeças, quando do nada aparece uma nuvem carregada para nublar tudo. Você fica procurando por todos os cantos por um pedacinho de sol e nada. Às vezes simplesmente não entendemos porque essa tal de tristeza resolveu aparecer, por que esse aperto no peito se tornou sufocante, e por que as lágrimas que querem sair e você tenta controlar de todas as formas porque simplesmente não entende o que elas estão fazendo ali.
Uma coisa que aprendi com a minha irmã de quase um ano, é que sempre choramos quando algo está errado (só não quando é de felicidade, né). Mas porque algo estar doendo, porque estamos estressados e não conseguimos fazer nada, entre tantos motivos que não conseguiria por aqui. A questão é que o choro, assim como a tristeza são importantes, importantes para ligar uma luzinha na nossa cabeça e pararmos um pouco para olharmos em volta. Talvez seja meio clichê dizer isso, porque ultimamente todo mundo diz, mas estamos em um mundo apressado, onde os carros correm a mais de 80 quilômetros por hora, as mensagens piscam no celular a cada segundo, as informações e notícias aparecem a cada nova postagem quando atualizamos sem parar um feed como se não pudêssemos perder nada. E queremos fazer parte disso também, postando fotos, stories, mostrando como somos felizes e as novidades minusculas da nossa vida como a simples troca de esmalte. Talvez eu tenha percebido isso porque nos últimos meses estou direto em casa, cuidando da minha irmã, atualizando o feed do Instagram a cada segundo, lendo e lendo, conversando uma hora ou outra com amigos que estão ocupados. Não dizendo que estar sendo um momento ruim, tenho certeza que quando entrar na faculdade vou sentir falta dos dias que minha função era banhar o corpinho pequeno de minha irmã. Porém, esse tempo me permitiu observar um comportamento não dos outros, mas meu. E hoje, essa tristeza me atingiu, querendo conversar comigo, me mostrar que algo realmente estava errado. Eu tenho que observar mais a natureza e como tudo parece perfeito, ao invés de fotografa-lo. Tenho que conversar mais olho no olho ao invés de através da tela fria do celular. Tenho que me concentrar a assistir a uma série que eu sempre quis assistir, ou mesmo a um filme que me faça chorar, tenho que tirar a obrigação de está animada e pronta para fazer alguma coisa durante todos os dias. Talvez o que eu precise é derramar algumas lágrimas, rir da minha cara inchada, escutar minha música preferida. Mas acima de tudo, preciso viver um dia de cada vez, preocupada em realmente viver, aproveitar cada momento, inclusive aqueles de ficar com os meus próprios pensamentos tomando uma xícara de chá. Muito provavelmente, eu precisava escrever isso aqui, não pra você do outro lado da tela, mas para mim.

                                                               



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