Autor(a): Judith McNaught
Editora: Bertrand Brasil
Nº de Páginas: 415
Narração: 3ª Pessoa

Sinopse:

Após perder os pais em um trágico acidente, Victoria Elizabeth Seaton é enviada para a Inglaterra, onde se espera que reivindique seu lugar de direito na sociedade inglesa. Assim que chega à suntuosa propriedade de Jason Fielding, ela é vista por seu tio Charles como a mulher perfeita para o sobrinho. Assustada com a má fama do marquês de Wakefield, Tory jamais pensaria que sob a frieza e a amargura de Jason haveria lembranças de um passado doloroso a atormentá-lo. Ele, por sua vez, acredita ser incapaz de amar de verdade, quem quer que seja. Juntos, Victoria e Jason descobrirão até que ponto se pode conter um coração que quer se entregar e todos os obstáculos que só um amor verdadeiro é capaz de vencer. 

Sinceramente, acho que demorei para fazer essa resenha porque eu queria ver se os meus pensamentos conseguiriam se acalmar e eu não viria aqui tão raivosa. Ledo engano. Ainda continuo pensando em como esse livro é TODO ERRADO. Todo errado em caps lock, caixa alta e tudo mais, porque isso realmente precisa ser dito. 
Enfim, esse livro, em ordem, seria primeiro que Algo Maravilhoso (resenhando aqui), mas ambos não tem ligação, além de um nome ou outro e podem ser lidos separadamente. Eu li primeiro Algo Maravilhoso e amei, fiquei super envolvida pela história e pela escrita da autora, então vocês já imaginam, acabei criando uma super expectativa em cima do livro. Me ferrei. 
Em Agora e Sempre, publicado originalmente em 1987 e relançado pela Bertrand Brasil (se não me engano, nesse ano), conhecemos a história de Victoria Seaton, uma jovem americana que após perder os pais acaba indo para a Inglaterra ficar com os parentes vivos (e que nem sabia que existia). Então ela se ver em um outro modelo de sociedade, com homens que ela mal conhece e separada da irmã. Do outro lado, temos Jason Fielding, o rico marquês, marcado pela vida e com todos os complexos e blá, blá, blá, blá.
Primeiro que tio Charles, o duque, decide anunciar o casamento dos dois antes mesmo deles se conhecerem. Victoria aparece e já fica toda confusa com as reviravoltas que estão fazendo com a sua vida. Mas Jason também não quer casar e o noivado fica muito mais como uma alavanca para o debut de Victoria na sociedade londrina. O plano dar certo e uma chuva de pretendes aparece e lógico que Jason se veria muito incomodado com isso, não é?
"— O amor não pode ser forçado a existir." Capítulo 1
Eu poderia resumir toda a história em uma simples frase: romantização de relacionamento abusivo. Não tem para onde correr. Não vou dizer que se cria um relacionamento complicado, que ambas as partes são falhas e toda aquela baboseira. Não. Não vou passar pano para isso. Se você realmente achou essa relação aqui OK, reflita um pouco e pense mais. Por que ser tratada desse jeito não é normal. 
Grosseria, manipulação, são sinais que parecem silenciosos, mas eles estão ai. Talvez o que mais me revoltou nessa leitura foi me deparar com avaliações positivas do livro. Gente falando que Jason é um sonho de consumo, o que automaticamente revelam que elas desejariam esse tipo de homem em suas vidas. Mulheres, lendo isso e agindo como se tudo estivesse OK. Vocês tem noção, que não somente Jason, mas Charles, manipulam toda a vida de Victoria? Não interessa se você é coberta de joias e vestidos bonitos se tudo não passa de um jogo, e não interessa, mais ainda se o livro é de época e os homens se comportassem desse jeito. Não existe graça em um homem tratando uma mulher como lixo.  
Também não interessa que Jason tenha um passado conturbado e por isso seja grosseiro e manipulador. Charles tenta enfiar goela abaixo de Victoria e do leitor que por dentro Jason é o melhor dos homens. Isso pode ter caído bem para Victoria, mas para mim não. E digo para você, leitor, não se engane, seja crítico. As pessoas tem uma ideia de que tudo se cura com amor, mas isso é mentira. Você não pode ser maltratada, manipulada e violentada e continuar pensando que o amor de verdade vai curar tudo. Isso não passa de uma grande e inegável mentira. 
Acho que para finalizar, quero dizer que nesse livro tem uma cena de estupro e que sim, aquilo que eu sei que você está pensando foi estupro. Judith McNaught continua tendo uma escrita incrível, mas erra rudemente nesse livro ao usar uma mulher para suportar tudo no pretexto de "salvar um homem" e criando um personagem masculino absolutamente tóxico. 
Agora eu quero falar para você mulher que ler este blog. Você é suficiente sim! Não deixe ninguém dizer o que você deve fazer, o que deve vestir, te diminuírem. Não deixe ninguém dizer que você é menos do que maravilhosa. Não aceite as palavras rudes e aquelas que só lhe botam para baixo. Isso não é amor. Isso não é salvação. E você não está disponível para ser maltratada por senhor ninguém. 
Por essas e outras que esses livros são perigosos. Por ao invés de abrirem os olhos das mulheres, as cegarem completamente e acharem que está sendo tratada dessa forma é normal e que tudo vai melhorar com uma boa dose de amor.
                                                                 
                                                                   
                                                       


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