Não existe um manual dizendo como se despedir. Não existe um manual que diga o quão difícil é ficar longe, o quanto machuca ir embora.
A maioria das vezes, pensamos o quão legal será morar sozinha, ir fazer intercambio em algum país dos sonhos. Só que nunca pensamos no bendito "adeus". No que diremos ao caminhar em direção ao check-in do aeroporto, ou quando começarmos a mobiliar a própria casa. Quando tudo tiver escuro, vai bater a saudade. Você não ouvirá o barulho das conversas malucas da sua vó, ou mesmo as frases desconexas ditas pela sua mãe no meio da noite. Todo mundo fala de como deve ser bom ter um lugar para chamar de seu, para fazer o que quiser, mesmo que seja as 3 da manhã. Mas não entramos no detalhe da saudade e como nos sentimos sós quando o travesseiro e os lençóis são os nossos únicos companheiros, e não há ninguém para espantar os monstros da nossa imaginação. É, afinal, não somos mais crianças, temos que enfrentar o mundo, montar nossa própria história. Nossa própria família. É quando deixamos de dá ''adeus'' e começamos a oferecer um ''bem-vindo'', à novas pessoas e novas coisas, como um namorado ou namorada, um filho, um cachorro e até mesmo algo material que esteve esperando por um bom tempo.
É difícil partir, seja para outro livro, ou para um novo relacionamento, pois nos apegamos muito fácil, e simplesmente não há como remover algo de nós com um estalar de dedos. Então se fomos pensar, nossa vida é como uma história cheia de derivados, onde cometemos o mesmo erro centenas de vezes e dissemos que não vamos errar mais. Onde escutamos música às 6 da manhã e passamos a repetir todos os versos o dia todo. Quando constantemente sonhamos com outra vida e outras pessoas, porque às vezes queremos ser diferente, poder trilhar um caminho novo, nascer em outro país, mudar de nome, ser simplesmente outra pessoa. E voltamos ao dito "crescer", onde percebemos que podemos realmente fazer tudo isso, mesmo com as contas para pagar e o trabalho. Jogamos tudo para cima e dizemos adeus a quem eramos, mesmo que seja só para pintar o cabelo ou começar a vida em outra cidade por conta do trabalho. Sim, não existe um manual sobre se despedir, pois cada um sente algo diferente, seja ruim ou bom, afinal, cada um tem a sua própria história e definitivamente nunca saberemos o que passa na cabeça do outro para decretar regras para a vida.

                                                           
                                                                           

Desde duas semanas atrás, comecei a ler a série "Os Bridgertons". No momento vou começar a ler o 5 (Para Sir Philip, com amor) e simplesmente tô apaixonada. Por isso, hoje trago um quote de O Duque e Eu, primeiro livro da série. Como estou lendo em PDF, não sei a página no livro físico. Em breve, resenha aqui no blog.


" - Não me deixe - sussurrou.
- Simon - respondeu ela, com a voz abafada.
- Por favor, não vá embora. Ele foi embora. Todos foram embora. Então eu fui embora. - Ele apertou a mão dela. - Você tem que ficar." 

                                                                              


                                                                                




Sinopse: 

Dizem por aí que os melhores momentos da vida são vividos na adolescência. Os primeiros amores, os encontros, as festas, as viagens, as surpresas...E são sempre os instantes inesperados que transformam um dia comum em uma lembrança especial, daquelas que nunca deixarão de nos acompanhar
Este é um livro sobre esses momentos doces e sensíveis que não se apagam da memória tão facilmente. Quatro contos, em quatro estações do ano, sobre jovens que passam por vivências e sentimentos intensos. Paula Pimenta nos leva em uma viagem de inverno. Babi Dewet conta como um outono pode mudar tudo. Bruna Vieira mostra a paixão brotando com a primavera. E Thalita Rebouças narra um intenso amor de verão. Histórias de um ano inesquecível que vão ficar para sempre!


Resenha:

Essa de fato vai ser uma resenha grande. Pois não vou fazer direto, - juntando os quatro contos numa ideia geral - vou dividir cada um, e dá a nota para cada conto. Okay?



                   

Enquanto a neve cair 

O primeiro conto é da autora Paula Pimenta, de Fazendo Meu Filme e Minha Vida Fora de Série, que se passa no inverno. Por um acaso, eu escolhi o marcador que ganhei de uma amiga (Z!) que foi pro Chile, para usar, e a história se passa exatamente no lá! Quando a família de Mabel  resolve passar as férias lá. E a Mabel claro, fica super revoltada, pois queria passar as férias com os amigos em um acampamento, só para ver se o Igor ficaria com ela. Admito que fiquei com muita raiva dela, pois sinceramente, que menina burra.  Você pode tá morrendo por causa daquele garoto sem noção, mas nunca, nunca, mesmo, perca a oportunidade de aproveitar algo por causa de alguém. Só que ela faz isso e fica sendo irritante um bom período da história, até que percebesse que tudo está dando errado para ela. Não quero dá spoiler, por isso não vou entrar nas situações. Então ela conhece o Benjamin, que mora em Santiago, mas nasceu no Brasil. No primeiro momento eles não se dão muito bem, mas depois são só flores e hormônios. 
Como já disse na resenha de Fazendo Meu Filme, e a Letícia na de Minha Vida Fora de Série, a Paula escreve com muita naturalidade, e a história te prende, então você acaba de ler em dois tempos. Apesar de achar as mensagens no WhatsApp exageradas, pois nunca na minha vida usaria tanto ponto de exclamação numa sentença normal, e bem, ela usa.
Eu tenho a mesma idade da Mabel, por isso muitas vezes parei de ler e reparei em como inúmeras vezes podemos ser idiotas, principalmente quando estamos apaixonadas, só que mesmo assim a personagem principal extrapolava. 
Já tinha lido outro livro da Paula, com essa temática de conto, que foi Princesa Adormecida, e admito, que comparando com esse conto, ele ganha de lavada. Por isso dou 4 luas.


                                         



O som dos sentimentos

De longe o melhor conto do livro. Só tenho o que falar bem dele, e sinceramente queria colocar a Babi num potinho e guardar em casa. A história fala sobre Anna Julia e João Paulo, que se conhecem em frente ao Museu de Arte de São Paulo, ela indo para o estágio de direito e ele tocando violão e cantando para arrecadar dinheiro para uma instituição. A forma que é escrito é super despretensiosa, deixando a história fluir e não fica apressada. Tem uma trilha sonora apaixonante, e pequenos detalhes que fazem toda a diferença, como quando ela começar a gostar de música por causa dele, pois antes ela só ouvida postcards, pois para ela, é como se não estivesse sozinha. Os encontros dos dois são bem casuais, o que torna a história bem mais realista, daquelas que escutamos um monte de gente contar. Não há um ''grande problema'', são mais questões pessoais e sentimentais, que acontece com todo mundo, principalmente quando você começa a gostar de alguém. E como fã de música, pirei quando foi citado ''Thinking Out Loud'', ''Let It Be'', ''Hey Jude'', ''If I Lose Myself". Com certeza Babi Dewet ganhou uma nova leitora. 


                          








A Matemática das Flores

Sempre tive curiosidade para ler alguma coisa da Bruna Vieira, principalmente pois as críticas sempre foram contraditórias. e por causa disso eu não botava fé mesmo nela. Infelizmente, depois de ler o conto eu tenho que concordar com as críticas negativas. É o tipo de história que tinha tudo para dá certo, mas não deu. Tem ótimas referências, desde Harry Potter à Netflix (amor eterno), e tem uma personagem que assume seus cachos e ainda tem pontas coloridas, só que ela não tem personalidade, digamos, é sem graça, e não prende o leitor. Entendo que ela queria mostrar como simples coisas podem fazer um feito muito grande na nossa vida. Como quando falta aqueles sagrados pontos de matemáticas no fim do semestre. Mas ela não conseguiu captar o leitor, tanto que a Jasmine e o David são um casal tão apático que você nem tosse verdadeiramente para eles. Fora que eu achei algumas coisas muito exageradas, e sem um quote que realmente me conquistasse. Mas acredito que como a Bruna lançou seu 7 livro agora (apesar de ser publicações dela para a capricho) ela melhore em vários aspectos. 
                                                        
                               


Amor de Carnaval 

Definitivamente o mais engraçado de todos. Thalita tem uma escrita tão gostosa que li numa noite. Foi onde em quase toda página coloquei um post-it. Diferente dos outros três contos, é bem focado nas três amigas, Inha, Kaká e Tati, apesar de se focar no amor de carnaval de Inha. As três personagens são bem características, colocando Inha como a romântica que ainda sofre pelo ex-namorado, Kaká como a que quer casar com um príncipe, definitivamente ser da realeza, (cuidado Harry), e Tati quer ser famosa, daquelas que tem um blog de moda, e posta todos os dias o look do dia no Instagram, e não é nada fashion. Até ai tudo bem, até que Wylsinho (irmão de Tati), jogador reserva do Flamengo, tem um affair com Keilinha Kero-Kero, uma funkeira que tá no auge da fama. Nesse momento Tati começa a ser a celebridade que sempre queria ser (subcelebridade na verdade) e vemos Thalita tratá com ironia e bom humor as materias que saem todo dia nos sites de fofoca, daquelas pessoas que a gente nem conhece. Ex: Tati, irmã de Wylsinho, namorado de Keilinha Kero-Kero, é vista passeando com amigas. Mas vamos pular isso. Então chega o carnaval e Wylsinho consegue com Kero-Kero três ingressos para a sapucaí, para Tati, Kaká e Inha. E lá que a história realmente começa, quando Inha conhece Guima, e definitivamente rola o clima. Só que nesse momento, percebi que tenho que parar por aqui para não dá spoiler. Mas definitivamente é uns dos contos mais gostosos de se ler e rende muitas risadas. Mas como eu tenho que ser analítica, admito que às vezes se torna exagerado, e uma história muito corrida. Por isso que acredito que os contos devem ser naturais, deixando as coisas fluírem da forma que acontece na vida real.