Quem me conhece, nem que seja só aquele básico de preferências literárias, musicais, cinematográficas etc., sabe que eu não sou a maior fã de séries. Eu não tenho muita paciência para acompanhar, fico entediada quando as coisas não acontecem logo e geralmente não passo do quinto episódio (quando consigo chegar até ele). Mas na qualidade em que me encontro, de férias e num completo ócio, decidi dar uma olhada na lista interminável de coisas que a maravilhosa Netflix tem a nos oferecer, e me deparei com Sense8, uma nova série original.
Não fora a primeira vez que eu havia a visto perambulando pelo site, mas ignorei (como pude ser tão tola!?). Depois, vendo alguns comentários no Twitter, até que cheguei a me interessar um pouco mais. Fora quando, num desses momentos de tédio, decidi ver o primeiro episódio só para saber se era tudo aquilo o que diziam. Comecei a ver ontem (29) e só parei quando cheguei ao último episódio, hoje (30). Será que viciei? Sim ou claro?
E como raramente eu me apego à séries, decidi escrever sobre esta e destacar o porquê de ter me apegado tão rápido à ela.
Sinopse: A série foca em oito personagens espalhados pelo mundo que se ligam mentalmente e emocionalmente após uma morte trágica. Eles podem não só conversar entre si como ter acessos aos mais profundos segredos de cada um. Juntos eles precisam não apenas entender o que aconteceu e o porquê, como também fugir de uma organização que está atrás deles para capturá-los e estudá-los.
Cada personagem é de um lugar do mundo (e isso é uma das coisas que me encantam na série, eles mostram a cultura de cada lugar, os problemas de cada um). Os principais são oito:
Seria o maior prazer para mim dizer quem são cada um, falar sobre suas personalidades e os problemas que cada um tem, mas além de temer dar spoiler, não teria graça para você saber por mim. Basta saber que, da esquerda para a direita, eles são: Wolfgang (por Max Riemelt), Kala (por Tina Desai), Riley (por Tuppence Middleton), Nomi (por Jamie Clayton), Will (por Brian J. Smith), Sun (por Doona Bae); Lito (por Miguel Ángel Silvestre) e Capheus (por Aml Ameen). Cada um é de um lugar do mundo, e a série retrata de forma realista (bem realista, até) cada cultura, que vai de americana LGBT até indiana, mas sem perder o tom de sobrenatural que seu enredo traz.
Ao longo da história, os personagens conseguem não só sentir as emoções um do outro, mas vez ou outra conseguem assumir o corpo do outro, agindo por ele. É como se fossem uma pessoa só.
A primeira temporada é composta por 12 episódios, e a cada episódios, novas dúvidas são esclarecidas, novos conflitos ocorrem, mais ligados eles ficam. É do tipo de série que a todo momento algo está acontecendo, e não exige a sua paciência para compreendê-la. Ela vai além do simples, do que possa ser explicado através da razão. É algo muito mais complexo, assim como a personalidade de cada um deles. Eles podem sentir um ao outro, mas através de cada atuação, lágrima, riso, diálogo, eles me fizeram sentir também. Sofri, chorei, ri, senti vergonha quando os personagens sentiam e isso é simplesmente fantástico.
Para você que não aguenta uma violência ou uma cena um pouco mais forte, não é recomendável assistir a série. Eu fiz a proeza de assistir a série inteira e só depois descobrir que a classificação indicativa é de 18 anos. Bem, seja lá quem for que possa me julgar por isso, terá de me perdoar, mas vamos fingir que eu tenho uns três aninhos há mais para poder assistir.
Eu não preciso dizer o quanto eu gostei da série, e o quanto estou sofrendo por ter que esperar até 2016. Percebi que o motivo de gostar tanto é que Sense8 não segue exatamente todas as características de séries comuns. Há uma crítica a respeito da série (e é a única com a qual concordo) que li no Omelete, por Aline Diniz. Ela diz que essa série pode ser uma das primeiras produções de TV que se encaixam no molde de um "filme grande", e eu acho que é exatamente por isso que eu consegui assistir, e consegui gostar tanto.
Sim, eu dou cinco luas, e pode ser que enlouqueça até a segunda temporada sair. É isso, então. Durante as férias, pode ser que eu venha com mais alguma série/filme/livro que me surpreenda. Até a próxima!
Um disparo. Uma morte. Um instante no tempo em que oito mentes em quatro continentes são interligadas para sempre. Oito pessoas que viram suas vidas, segredos, dons e ameaças compartilhadas entre si. Pessoas comuns, unidas pelo destino e caçados por um inimigo misterioso.