Autor(a): Brittainy C. Cherry 

Editora: Record 

Nº de páginas: 406

Narração: 1ª pessoa 

 Avaliação: 5 🌙💛

Sinopse: 

Eleanor & Grey é um livro sobre amizade, família, perdas e, acima de tudo, amor. Amor de todas as formas. 

"É impossível não amar as histórias criadas por Brittainy C. Cherry!" - Carina Rissi 

Eleanor é uma adolescente introvertida que prefere a companha de seus amados livros - e cardigãs com libélulas - a interagir socialmente, sobretudo com os colegas da escola. Quando a prima a arrasta para uma festa, Ellie se surpreende ao ser abordada pelo astro do time de basquete; afinal de contas os dois não tem absolutamente nada em comum. Ou pelo menos era o que ela pensava. Com o tempo, a amizade entre eles surge de forma natural; uma ligação tão forte, tão intensa, que logo se transforma em outro sentimento. Algo que Ellie nunca havia experimentado. 

Mas aquele sonho se transforma em pesadelo de uma hora para outra. Uma terrível notícia faz o mundo de Eleanor desabar. A única coisa ainda de pé é Greyson, incansavelmente ao seu lado. Mas nem sempre a força do amor é o bastante para deter o curso da vida: Ellie e Grey se veem forçados a se separar. 

Anos mais tarde, Eleanor pensa ter deixado seu primeiro amor no passado, mas o caminho dos dois volta a se cruzar. Só que, dessa vez, quem precisa de ajuda é Greyson. O problema é que ele já não é mais o garoto doce de suas lembranças. Grey se tornou um homem frio, insensível, e o elo especial que um dia partilharam parece ter se rompido para sempre. 

Eleanor & Grey é um delicioso romance de tirar o fôlego que agradará fãs de Jojo Moyer, John Green, Nicholas Sparks, Carina Rissi, Sophie Kinsela e Marian Keyes. É impossível não se apaixonar por essa história de amor e amizade escrita pela autora que já encantou incontáveis fãs com seus livros. 


Desde que li a última página de Eleanor & Grey e desliguei o Kindle, não consegui parar de pensar na história que havia acabado de ler. Também pensei muito sobre como escreveria essa resenha e faria jus ao livro de Brittainy. Fiquei pensando por dias e tentei desenhar as palavras na minha mente, até finalmente conseguir sentar e escrever. 

Isso porque a Brittainy escreveu esse livro com muita delicadeza. A história simplesmente flui, é fácil de ler, de se apegar e de se deixar envolver. De um primeiro encontro debaixo de uma escada, Eleanor com Harry Potter e a Ordem da Fênix nas mãos e Grey, curioso com aquela menina de cardigã de libélulas, até corpos e rostos adultos, Eleanor e Grey transbordam companheirismo. 

Ainda adolescentes, Eleanor e Grey se conheceram no pior momento da vida dela. Talvez não por acaso, pois foi nele que ela se segurou quando tudo se tornou difícil de suportar. A relação dos dois não era sobre desejo, ou uma paixão avassaladora, era sobre apoiar um ao outro e estar presente. 

"Sabe aqueles primeiros minutos depois que você termina um livro incrível? 

Aqueles instantes em que você não sabe exatamente o que fazer?

Você fica ali, olhando para últimas palavras, sem saber ao certo como seguir sua vida .

Como assim o livro acabou?" Capítulo 4

Só que com o tempo as dores de Eleanor foram se curando, mesmo que as cicatrizes fossem fortes, e ela acabou se perdendo de Grey. Como duas libélulas que se encontram em um jardim e o vento as separa.  

O mesmo vento que os separou, os uniu novamente 16 anos depois. Ambos não mas adolescentes, e sim adultos. Agora era Grey que passava pelo pior momento de sua vida. E Eleanor, despida de seu cardigã de libélulas, encontrou um homem diferente do menino de suas memórias. A vida aconteceu para Grey e ela não foi muito boa. 

"— Você nunca ficou num lugar lotado sentindo que ninguém sabe nada sobre você? — questionou ele. — As pessoas falam de você de um jeito falso. Tudo o que sabem sobre você são mentiras aleatórias que inventaram na própria cabeça, mas ninguém te conhece de verdade. As pessoas só conhecem o personagem fictício que criaram. Isso é que é solidão: viver em um mundo onde ninguém te vê de verdade." Capítulo 5

Agora Eleanor está ali com ele, presente. Sendo primeiro de tudo sua amiga e mostrando que ainda existe muita beleza na vida e que vale a pena sorrir. São por esses motivos e por toda a delicadeza da narrativa, que Eleanor & Grey conseguiu mexer tanto comigo. O amor que transborda nas páginas do livro é tão puro, tão cuidadoso e realmente belo, que não existe outro caminho a não ser se envolver inteiramente nele.  

Então, se alguém me perguntasse do que se trata Eleanor & Grey, responderia apenas com uma palavrinha: empatia. É sobre entrelaçar os dedos e enfrentar uma batalha que não é sua, mas que mesmo assim vale a pena. 

"A tristeza não se mostra com palavras; ela atravessa o corpo da pessoa. Flutua em seus olhos. Ela se reflete nas rugas da testa. Empurra os ombros para baixo e se acomoda meio sem jeito nos cantos dos lábios. Nenhum ser humano precisa falar de sua tristeza para que ela seja vista. É preciso apenas um tempo para se observar a pessoa e enxergar a tristeza nela." Capítulo 22


 

Para Sir Phillip, com amor

Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano de publicação: 2003 (tradução: 2015)
Número de páginas: 276
Narração: 3ª pessoa
Título original: To Sir Phillip, with love
Sinopse: Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante.
Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder.
Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos.
Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar? Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina.
Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços. Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro.
"Os sonhos dela não passavam disso: sonhos. Ilusões, coisas que criara. Se ele não era quem esperara, a culpa era só dela. Vinha ansiando por algo que nem mesmo existia." (p. 50)
Dando continuidade à jornada que estou correndo com a família Bridgerton, cheguei ao livro 6 com certas expectativas. Eloise é uma das minhas Bridgertons favoritas, entre homens e mulheres. Ainda que ela seja muito intrometida e até um pouco irritante, ela sempre me pareceu muito espirituosa e eu sempre gostei da forma como ela se colocava diante de determinados rótulos e expectativas que queriam direcionar a ela. 
Esse livro é localizado na linha do tempo muito próximo ao anterior, o romance de Colin e Penélope. No caso deste, é muito intenso como tudo acontece tão rápido. Embora Eloise e Phillip tenham trocado cartas por praticamente um ano, é em questão de dias que ela chega à casa dele fugida de toda a família e, tão rápido quanto eles descobrem que não são como imaginavam de acordo com as cartas, os irmãos de Eloise, enlouquecidos, encontram a irmã na casa de Phillip e, também em questão de dias, todos os trâmites para o casamento acontecem.
"Mas, à medida que ele a observava à sua frente e via o rosto dela se transformar com um simples sorriso, percebia que sua razão para ter partido não importava. Só tinha de conseguir fazê-la ficar." (p. 65)
Não vou me deter a falar sobre expectativas, visto que estou decidida a ler toda a série e, sendo assim, tenho boas expectativas para todos os livros. De um modo geral, senti que esse livro foi bastante "confortável", em um sentido até bom da palavra. Os acontecimentos não são tão movimentados como no livro anterior, mas esse traz algumas reflexões, sobretudo voltadas para a decisão de Eloise sobre se casar.
"- Mas foi o que aconteceu - disse ele, fazendo a gentileza de concluir o pesamento dela. - Acho que nem Penelope pensou que se casaria. E, para ser sincero, duvido que Colin também tivesse previsto isso. O amor às vezes chega sem ser notado, sabe?" (p. 150)
As motivações de Phillip para o casamento eram bastante claras. Mesmo que depois tenha surgido o amor dele por Eloise, em primeiro lugar, o seu objetivo era dar uma mãe aos seus filhos gêmeos, que, por sinal, são muito indisciplinados. As motivações de Eloise, no entanto, embora não sejam claras para todo mundo, são escancaradas para ela mesma: depois do casamento de Colin, seu irmão mais velho, e Penelope, sua melhor amiga, Eloise foi inundada por um sentimento de solidão nunca sentido antes. Ela acreditava, e afirma isso diversas vezes para si mesma, que poderia acabar como uma solteirona para o resto da vida depois de uma série de pedidos de casamento recusados, tanto porque não havia encontrado amor verdadeiro naqueles pretendentes, quanto porque achava que ela e Penelope poderiam fazer companhia uma para a outra na solteirice. 
Confesso que essa decisão de Eloise, por esses motivos, me incomoda um pouco. Eu sempre a considerei forte, independente e autoconfiante... Vê-la fazendo escolhas por medo de ser reduzida a uma solteirona me fez vê-la de outra forma e eu ainda não sei se foi totalmente positivo. 
"Violet nunca precisara de nada, e sua verdadeira riqueza residia em sua sabedoria e seu amor, e Eloise percebia agora, enquanto via a mãe virar de novo em direção à porta, que ela era mais do que só sua progenitora... ela era tudo o que Eloise desejava ser." (p. 203)
De fato, é interessante ver a construção da relação dela com as crianças (e, posteriormente, com o próprio Phillip). Gosto de como ela reflete muito sobre o "ser mãe" dessas crianças que ela adotou, essas que adotaram Eloise também, de certo modo. Como eu disse, é um livro mais confortável, mais calmo, embora seja muito reflexivo. Apesar desses incômodos que eu tive, adorei ficar um pouco mais próxima dos pensamentos de Eloise. Ah, e o epílogo desse livro é muito, muito lindo, com direito a quentinho no coração e tudo.

P.S. para quem já leu: Como é que a Julia Quinn não me escreve a reação da Eloise sobre aquela coisa que foi revelada no livro passado? Fiquei o livro inteiro esperando por isso. E essa falta eu não vou perdoar.



 


Autor(a): Holly Black

Editora: Galera Record 

Nº de páginas: 294

Narração: 1º pessoa

Sinopse: 

A rainha do nada é o aguardado final da trilogia O Povo do Ar, best-seller #1 do New York Times. Ele será a destruição e da coroa e a ruína do trono. O poder é mais fácil de adquirir do que de manter. Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável. Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfame, mas as condições são longe ser ideias. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo o que Cardan tomou dela. A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu. No entanto, ao voltar de Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próximo a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre? A rainha do nada é o épico desfecho da trilogia O Povo do Ar, da renomada autora Holly Black. Com intrigas palacianas, reviravoltas inesquecíveis e uma construção de um universo ao mesmo tempo complexa e crível, Holly Black se consagra mais uma vez como a rainha do Reino das Fadas e um dos nomes mais icônicos da fantasia para jovens adultos.


Finalizar um livro é complicado. Colocar o ponto final em uma história que vem sendo construída há um tempo é difícil. Você precisa olhar lá para o começo, pro meio, pelas entrelinhas e ver o que ainda precisa (ou não) ser concluído. Agora quando falamos de uma série, saga ou trilogia, esse trabalho consegue ser muito pior. Afinal, existiu toda uma construção para a chegada daquele ponto final. Precisa haver consequências e conclusões, e as expectativas tendem a ser bem altas. 

"Um pânico repentino toma conta de mim. Preciso me afastar dele. Tento pular do galho, mas não caio no chão. Só caio e caio e caio pelo ar, como Alice no buraco do coelho." Página 55

Sendo assim, reafirmo a inteligência de Holly Black. Ela entende seus personagens e com isso compreende o que precisa ser feito. Em "O Príncipe Cruel" conhecemos Jude, uma humana vivendo no mundo das fadas e sofrendo as consequências de viver em um mundo tão cruel. Pudemos ver toda a sua transformação na busca do poder e até onde ela chegaria. Ao mesmo tempo olhávamos com desconfiança para Cardan e descobrimos que ele não era bem o que parecia. Em "O Rei Perverso" o poder tão difícil de ser conquistado escorrega de suas mãos e Cardan mostra que o trono é seu, ao passo que seus sentimentos se confundem e as raízes do amor começam a afundar em seus corpos. 


Então, o que teríamos em "A Rainha do Nada"? Diria que um recomeço. É daqueles momentos que a chave irá mudar em um click rápido e as decisões precisarão ser tomadas. Exilada no mundo mortal, a humana criada em volta das cruéis fadas não se sente em casa. Criada em meio a brutalidade, ela será brutal e sangue derramará. Só que o coração de Jude pulsa pelo Reino das Fadas e na primeira oportunidade, ela retornará. 

Como será encarar Cardan? Jude não é mais a menina em busca de poder e vingança, ou mesmo aquela que tenta manter para si. Ela é a rainha. E a rainha está atrelada ao rei, de uma forma tão forte que ela não consegue entender. Logo ela entenderá que Cardan já não é o mesmo e que ela se tornou algo muito maior, de um jeito que nunca imaginou. Ele não será o problema. O inimigo será o mesmo que causou toda a sua mudança ainda quando era apenas uma menina que havia acabado de ver os pais sendo mortos. Origens violentas simplesmente não se perderam e finalmente Jude perceberá que não está mais sozinha. 

"Se você enfiar uma espada aquecida em óleo, qualquer pequena falha vira uma rachadura. Mas, banhadas em sangue como vocês foram, nenhuma se partiu. Vocês só ficaram mais duras." Página 143

Mas se lembram que falei de um recomeço, não é? Ele de fato virá, junto com uma coroa quebrada, uma serpente rastejante e decisões que deverão ser feitas. Não se trata de quanto sangue será derramado, se trata de entender a crueldade e a maneira peculiar que as fadas se movem e respeitam a terra que é mais forte que tudo. 

É certo que queria só mais algumas páginas de Jude e Cardan para aproveitar e suspirar a química absurda que ambos possuem, mas dona Holly Black não facilitou meu coração de romântica e shipper. O que no fim posso dizer é que O Povo do Ar se tornou uma das minhas séries preferidas e me entregou personagens apaixonantes com suas próprias distorções e crueldades e um universo que conseguiu transbordar magia pelas páginas amareladas.