Eu bebi saudade a semana inteira pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber.



Era uma festa na casa de uma amiga da faculdade e eu, uma das mais calouras, não podia dizer não - pelo menos era isso o que meu espírito de gentileza me dizia. Ela disse que eu não precisava levar nada, mas insisti em ajudar com algumas bebidas. Ao chegar e cumprimentar uma das minhas mais novas amigas, não demorou muito para que eu fosse apresentada às pessoas ali presentes, que não eram tantas, e com um sorriso no rosto, ela me foi apresentada. 
Nós conversamos a festa inteira e qualquer pessoa que passasse por nós duas, diria que éramos amigas de longa data. Mas não era exatamente isso que eu sentia. E foi muito mais do que isso nas festas seguintes, na mesma casa, todas as vezes em que nos encontrávamos. Entre uma festa e outra, mantivemos contato, quase o dia todo, mandando mensagens uma para outra e nos encontrando na faculdade durante os intervalos. Vez ou outra ela me soltava um "ah, Maria Júlia, por que você não apareceu antes?", ao que eu respondia "porque antes eu não era como sou agora, Alice". 
Com o passar do tempo, as festas aos sábados foram diminuindo; a anfitriã havia começado a namorar um rapaz e o foco dela agora era outro. Alice e eu, então, passamos nos encontrar aos domingos, quase sempre na nossa livraria favorita da cidade. Com 6 meses passados desde que fomos apresentadas, ela tomou a iniciativa de me beijar pela primeira vez. Foi uma das sensações mais estranhas que eu já senti na minha vida. E foi uma das melhores também. Eu já havia ficado com vários garotos, inclusive até namorado um por uns cinco meses, mas aquilo... Aquilo sim era um beijo de verdade, com sentimento de verdade e tudo o que se tem direito. Eu quase fiquei sem reação. Quase.
Fomos nos conhecendo melhor e os domingos foram se estendendo para sextas à noite na casa dela e às quintas, nós até íamos jantar em um restaurante de nossa preferência. Na casa dela, a sua mãe já sabia de nós duas e ela era "tudo bem" com isso. Na minha casa, por outro lado, na primeira vez em que eu tentei tocar no assunto - de maneira a comentar que uma colega minha havia se assumido lésbica para a faculdade toda -, fui presenteada com uma longa conversa (lê-se monólogo) conservadora por parte do meu pai, enquanto minha mãe só ouvia tudo em silêncio, "boa esposa" como era. Depois disso, ela veio conversar comigo e disse o que queria dizer. Foi então que eu tive coragem de contar tudo para ela. Contar que eu havia conhecido uma pessoa incrível, diferente de todas as outras do mundo, que ela era realmente e definitivamente especial, sem falar na sintonia que tínhamos e em toda aquela cumplicidade que eu só havia sentido com ela. E que ela era uma garota.
A minha mãe teve uma reação de surpresa. Por um tempo ela não conseguia falar direito comigo. Algumas semanas depois, ela até me perguntava sobre Alice, como ela era e quando ela iria conhecê-la. Aquilo me fez ficar ainda mais louca. Em certos dias, principalmente quando meu pai viajava a trabalho ou dizia que chegaria mais tarde, eu convidava Alice para ir até a minha casa e em uma dessas ocasiões, eu a apresentei a minha mãe. Foram muitos elogios, por parte das duas. Eu não podia estar mais feliz.
Eu e ela nos comunicávamos através do olhar. Tudo o que eu sentia todas as vezes em que eu a abraçava, a beijava e a amava me fazia pensar que eu só queria fazê-la ainda mais feliz. Eu a pedi em namoro quando ela disse pela primeira vez que me amava. E eu realmente acreditei que isso poderia ser para sempre, que eu havia tirado a sorte grande de encontrar o meu bilhete premiado assim, de cara. Ela havia me ensinado a conhecer a mim mesma, a me amar, a definir quem eu sou e quem eu gostaria de ser. Ela me fez ter fé na vida e nas pessoas. Ter fé no amor. Somente ela tinha aquele olhar pro mundo que me fazia entender tudo. Até que aquilo aconteceu.
Foi ficando mais difícil para nos ver, quando eu estava livre ela tinha algum trabalho importante da faculdade; quando ela estava livre, eu tinha um bilhão de provas para estudar, sem falar no estágio que eu havia começado a pouco tempo. Ocorreu um final de semana em que minha mãe havia ficado doente e eu tinha marcado para ver Alice, mas tive que desmarcar. Com meu pai viajando, eu fiquei para cuidar do que fosse preciso e pedi para que a minha namorada fosse ficar um tempo comigo, quem sabe até me ajudar, e depois nós podíamos matar um tempinho vendo algum filme ou algo parecido. Ela me disse que estava muito cansada e que ficaria em casa.
Na mesma noite, eu vi uma foto dela na rede social de um amigo em comum. Ela estava em uma festa, com vários conhecidos, abraçada com outra garota. Foi o suficiente para que tivéssemos a maior briga de todas. Fui até a casa dela no dia seguinte e ela mal me olhou nos olhos. Disse que precisava de um tempo para si mesma - como se todos aqueles dias em que estávamos distantes uma da outra já não fosse espaço o bastante. Eu compreendi e me afastei. Fui embora dali arrasada.
Os dias foram se passando e eu fui tentando seguir a minha vida. Era inevitável chorar em uma noite ou outra de saudade, sem ter resposta alguma para aquele tempo que ela havia me pedido. Nós nos víamos na faculdade às vezes e ela até sorria quando conversávamos nossas banalidades de sempre.  Só não era o mesmo sorriso. Já não era mais a minha Alice, a garota perfeita por quem eu havia me apaixonado cegamente.
Cerca de três semanas depois, ela me ligou dizendo que queria conversar. Era um domingo quando eu fui até a nossa livraria, o nosso lugar favorito, e ela disse com a voz mais fria possível que já não queria mais nada comigo. "Você ainda é infantil demais e eu meio que já estou em outra", foram as palavras dela. O meu coração ficou do avesso e se desfez. Foi pisoteado e massacrado por ela, naquele instante, e eu saí do local devastada demais para contestar no mínimo se a "outra" era a garota da foto. Eu que não quis mais saber.
Ela havia me feito acreditar que o amor era algo forte e grandioso, que seria capaz de suportar qualquer coisa para sobreviver. Isso nunca foi uma mentira, o que significa que ela nunca me amou de verdade. E foi tudo tão de repente, que somente agora eu consigo parar de fato e perceber que ela foi só o que eu precisei para eu descobrir o que eu verdadeiramente sou. Que o brilho no olhar que ela tinha eu não encontraria em mais ninguém, mas outras pessoas tinham os seus próprios e que podiam ser ainda mais luminosos. Os motivos para os meus sorrisos foram atribuídos a outras coisas e a outras pessoas. Aos domingos, quando passo em frente à livraria, ainda lembro dela, das risadas e dos beijos. Mas às segundas, ela se torna apenas uma boa memória que um dia me fez bem. Hoje, depois de seis meses que tudo acabou, eu posso dizer com certeza que eu jamais esquecerei Alice, não por amá-la mais do que qualquer coisa ou por ela ter sido a minha primeira paixão; mas por ela ter contribuído para que eu pudesse ser a Maria Júlia que eu sou hoje, forte como tantas outras Marias, mas única em cada pedacinho meu.

N/A: Desde já eu peço perdão pelo texto mais longo que o normal, mas tenho escrito bastantes textos em uma espécie de "coletânea" e resolvi trazê-los ao blog com este seguimento, "As Marias". Será uma série de mulheres diferentes, autênticas, singulares e ao mesmo tempo muito parecidas com tantas que vemos e convivemos no dia-a-dia. Nem sempre serão histórias de amor (ou não-amor) como essa, mas todas com o foco principal: ser mulher

via: Pinterest


Como podemos dizer que ninguém é perfeito se não há perfeito a ser comparado? 


Se tem uma coisa na minha vida pela qual eu sou condicionada a uma luta constante é pela autoestima. Sempre foi muito ruim, destruída por mim mesma e por outras pessoas, me fazendo nunca me sentir querida por mim mesma e consequentemente por ninguém. Isso muda um pouco quando você começa a se apaixonar, pelo menos comigo foi assim. Passei a me olhar no espelho e até me sentir um pouco mais legal, ou até mesmo gostar do que via, coisa que nunca tinha acontecido. Mas ainda assim existe um problema enorme a ser combatido daí em diante.
Olhei-me no espelho hoje cedo e percebi mudanças em mim que há anos eu não parava para perceber. Ou talvez eu simplesmente não procurasse. Algumas coisas estão do jeito que eu imaginei que estariam quando os anos se passassem, outras eu não fazia nem ideia. O meu rosto tem todas as imperfeições de todos os anos e as mesmas marcas que eu mesma criei. E eu não estou falando somente do que eu vejo literalmente no espelho.
A minha cabeça mudou tanto, logo eu que antes quis tanto mudar. Agora eu acho esquisito passar por todas essas mudanças. Acredito que seja porque cheguei a um ponto que não quero mais que as pessoas se mudem de mim, o que antes eu já quis e muito. Hoje eu quero que elas fiquem. E quero que elas me ajudem a mudar, a melhorar e coisas assim. Afinal, é isso, não é? É nisso que a vida se condiciona. Mudar para melhor. Fazer algo de importante para mudar o mundo etc. Às vezes eu só queria parar um segundo. Queria que essa coisa de ter que colocar um sentido em tudo fosse acabando aos poucos. Essa busca por algum ideal e uma vida realmente boa, que faça história... Isso cansa.
A perfeição nos cansa. A busca por ela é cansativa, não? Olho no espelho e encontro imperfeições. E penso o quanto elas me formaram e, querendo ou não, me fizeram ser totalmente diferente. Ao final de tudo, o mais relevante que ficou foi a importância de ser imperfeito. A necessidade de ter falhas, de ter problemas, de ter uma série de defeitos. A necessidade de mudar também, quando algo não for bom para nós mesmos ou simplesmente quando quisermos. A força de saber que você não precisa ser melhor e maior do que ninguém, você não precisa se auto-superar sempre. Você só precisa ser bom, seja para os seus pais, o seu namorado, a sua vizinha ou até mesmo para o porteiro, mas principalmente para você mesmo.
E você pode se olhar no espelho e usá-lo ao seu favor. Observar seu rosto, gostar dos seus olhos e do seu sorriso. Se você não gosta de sorrir, pergunte-se o porquê. Se a resposta ainda for negativa, procure outra coisa para achar bonito em você. Precisamos querer gostar de nós mesmos. E precisamos buscar que nossas inseguranças sejam um combustível para sermos melhores. Sempre para nós. E, assim, depois, para os outros.
Daqui uns 5 anos talvez essa luta tenha acabado. Caso contrário, na possibilidade mais possível - que ela nunca venha a acabar -, eu espero que ainda tenha muita força para isso. Eu preciso de algo que dê credibilidade às coisas que eu escrevo e recito, não é?


É dia 25. 
Eu percebo que não mudei muito quando me pego chorando de novo em todos os finais de ano, não porque percebi que mais uma vez comi demais e estou passando mal novamente, mas é inegável a minha emoção ao fazer uma retrospectiva do ano mentalmente, juntando todos os meus aprendizados, descobertas, sentimentos e pessoas novas que eu adicionei, às quais eu fui adicionada e as pessoas que eu reencontrei. Eu queria poder pegar uma palavra ou duas para falar de tudo. Mas 2017, meu amigo... 
O ano que eu mais pedi para acabar e o que eu mais tive medo que passasse, pelo próximo ano que vem aí. O ano que eu mais me conheci, me reaprendi, me superei,... O ano em que eu mais procurei sumir. Venho vivendo em um looping infinito em que todo fim de ano me traz aquela angústia do novo que está por vir, um alívio pelo que passou e aquela gratidão que me preenche, o sentimento de dever cumprido. 
Hoje é dia 25 e eu espero que, para quem a data tem significado, tenha sido um dia para estar com a família, para abraçá-los e refletir sobre todas as coisas boas que aconteceram nos últimos meses. E para quem não vê significância, que também tenha sido um dia bom para ficar com quem se ama, para amá-los mais e para ser grato pela vida.
Eu decidi que, a partir deste ano, eu amarei o Natal. Será uma época linda, feliz e com muito mais amor do que tenho o ano inteiro. Isso pode ser chamado de resoluções de ano novo, não pode? E decidi também que este texto será apenas uma forma de não deixar a data passar batido (é mais válido o que está acontecendo lá fora: minha família reunida, comendo, rindo e cantando músicas que realmente não são natalinas, mas tudo bem. Estão felizes demais para se importarem com isso).
Feliz Natal para todos nós e que muitos outros dias 25 estejam por vir.





                                 

Peço perdão a ti, ó Pai
Pois o teu filho mataste o irmão
O sangue escorre das mãos
Manchando toda a tua terra

As crianças permanecem chorando
O leite falta do peito da mãe
A terra permanece seca
Os pés rachados pisam sobre o chão segurando um corpo esquelético

Ô pai, peço perdão a ti
Pois o sorriu morreu
Gritos o substituíram

Armas apontadas para todos
Somos alvos agora?


No café da manhã
Mais um tiroteio, 
No almoço, 
Mais um corpo estendido, 
No jantar, 
Já não existe liberdade

Peço perdão a ti, ó Pai 
O sangue está em minhas mãos 

Álcool em volta de mim, 
Álcool em volta de ti, 
Tudo queima, 
Como se estivéssemos em Sodoma e Gomorra 

Mataste a pureza? 
Nos mataste? 

O ódio assombra as travessas 
Um fuzil descansando no ombro
O sangue derramando para se formar um rio

Peço perdão a ti, ó Pai
Pois não sei mais como seguir


                                                                        

 


Eu vou cantar pra ela que sem ela não existo mais. Eu vou cantar pra ela que eu sempre a quero mais. E eu vou dizer pra ela que ela é a luz que me traz paz.

Foi naquele aeroporto que eu tive a infelicidade de assistir ao amor da minha vida indo para outro país. Fosse outro estado ou até um país pertinho... Mas ela foi para outro continente, buscando o sonho dela. E eu? Fiquei em pedaços. Fui fraco. Fui orgulhoso. Não queria aceitar que quatro anos de relacionamento seriam afundados porque ela queria ir e não havia me encaixado completamente nesses planos. Na real, até tinha... Mas eu não tinha participado dessa decisão, e para a minha cabeça altamente egoísta e precipitada, aquilo era o bastante para saber que ela não era pra mim.
Eu não conseguia descrever o quanto eu estava inconformado. Eu nunca havia conhecido alguém daquele jeito, do jeito dela. E antes de conhecê-la, eu já sabia como eram várias meninas - e por nenhuma delas eu me entregaria como eu me entreguei pra ela. Mas eu só consegui pensar nisso direito depois, quando já havia perdido. Só conseguia pensar que não podia mais dizer o quanto os olhos dela são lindos e que eu faria tudo por nós dois.
A luz que ela me transmitia... Fazia com que eu fosse completo. Foi a primeira coisa que minha mãe disse quando a conheceu. E minha mãe disse que eu estava só o caco desde que ela foi embora. Disse que se eu não me recuperasse logo, os quatro anos terão sido em vão. Que eu tinha que ir atrás dela ou desistir de vez e seguir em frente. Mas, cara, olha pra mim. Agora me imagina com barba mal feita, acabado, caindo em uma tristeza profunda. Eu não conseguia vestir uma roupa sem lembrar que ela me ajudou a escolher. Ou de quando eu usei aquela blusa e nós trocamos anéis de compromisso. Éramos um compromisso, uma verdade, a certeza de uma vida. Mas eu me transformei em um idiota que não teve a coragem de largar tudo pra ir com ela. Seria a maior loucura que eu poderia ter feito por algum amor, muito embora ela seja muito mais do que apenas um amor. Ela é coisa demais pra mim. Até mais do que um dia eu pedi.
Eu permanecia olhando para as fotos dela na minha estante. Tinha o cheiro dela nas minhas roupas de cama e tinha algumas coisas que ela esqueceu em casa antes de ir embora que inevitavelmente me levavam até ela e me faziam ficar louco comigo mesmo por tê-la deixado ir embora. Nessas horas, eu sentia vontade de sair correndo e pegar o primeiro voo direto pra Alemanha, enchê-la de beijos, dizer que tudo seria resolvido depois. Só não conseguia ficar sem ela. É estupidez demais deixar alguém tão incrível ir embora assim.
Desde que ela se foi, os dias iam sendo de guerra aqui dentro e eu não sabia como pacificar tudo. Que mulher é essa que tem o poder de destruir um homem simplesmente por não estar mais ali? É o amor da sua vida, meu inconsciente respondeu. Não a deixe passar.
Foi complicado, demorado, um processo dolorido para saber que ela é do tipo de pessoa que você simplesmente não descarta, não deixa sumir, mesmo que por escolha dela. Você luta por esse amor, nem que seja em outro continente. Você se joga. 
Eu sabia que eu não conseguiria acalmar tudo. Mas sabia quem podia fazer isso. A única pessoa que eu queria ao meu lado.
Eu resolvi me jogar. 
Ela me recebeu com lágrimas.
Vê-la de novo foi como reacender todas as luzes que ela já havia acendido em mim, mas que haviam se apagado sem o combustível que ela era na minha vida.
Renasci no abraço da luz que me traz paz. E tenho renascido todos os dias desde então.




Eu nunca soube escolher as palavras certas para falar com você, por mais que fosse nítida a quantidade absurda de vezes em que você me exigia que falasse, ainda que se resumisse a algumas palavras. Eis que o colégio pede para que nós escrevamos cartas para nossos respectivos pais e eu parei para pensar em cada pessoinha que não tem uma figura paterna para escrever-lhe. Ou mesmo para quem tem, mas que não tivesse essa liberdade ou facilidade em escrever. Eu sou uma delas.
Nunca fui de falar muito, pai. Não em casa. Com meus amigos até que eu falo, é fato. Às vezes até demais, talvez para suprir todo aquele tempo calada. Nunca fui de conversar muito com você nem com mamãe, mas assim mesmo, ainda tinha uma conversa ou outra com ela. E por mais complicada que fosse, ela sempre se esforçou para entender - e não conseguia algumas vezes, ficava frustrada e me frustrava também... Mas tentava. Você não. Você apenas se aborrece. Diz que eu vivo em um mundo só meu e que, quando finalmente perceber, será tarde demais para querer aproveitar sua presença aqui.
Mas, pai, você não pôde ver que eu aproveito assim, no meu silêncio, observando tudo. Você não conseguiu ver que eu prefiro não falar e não magoar você. Sempre que me cobras isso, eu lembro de você doente. Eu lembro de como eu não fazia ideia de como reagir diante daquilo, da minha impotência; queria ligar, mostrar que me preocupava... E ao mesmo tempo não queria atrapalhar, nem sabia direito o que falar. Eu nem lembro da última vez que te disse que te amo. 
Só que não quer dizer que eu não amo, pai. Não quer dizer que eu não me preocupo com você e nem que eu seja desleixada com a sua vida. Eu só tenho um jeito diferente de fazer as coisas e eu sei que você não concorda com essa maneira, mas é a única que eu sei ser. E não pense que não sou grata por tudo o que já fez e faz por mim. Eu sei que, da sua maneira, você também faz tudo o que pode, tudo o que considera ser o suficiente. E eu entendo isso. Jamais cobraria mais de você, porque eu entendo a sua cabeça - por mais que não concorde com muitas coisas -, eu respeito suas questões e pontos de vista e eu acredito que tudo somente seja uma questão de aceitar o espaço um do outro.
Pai é quem ouve, quem conforta, quem ama, quem cria, quem ensina com o erro e mostra que errar não é o fim do mundo; é só o início dele. Eu não sei muito sobre isso, considerando meus exemplos e o fato de ainda não ser mãe. Mas eu pretendo ser. E pretendo me sair muito bem nisso. Pelo menos o seu lado extrovertido disso tudo eu pretendo levar até meus filhos.
Eu não vou mudar por você, nem você por mim. Então vamos apenas seguir em frente como sempre foi antes de querer de fato nos conhecermos. Já sabemos o suficiente. Eu sou calada, você falante. Eu sou universo, você uma só estrela. Eu tenho sonhos que você só consegue ver o lado ruim e eu não concordo com metade de suas atitudes e ideais, mas tudo bem. Ainda és meu pai. Ainda és ocupante de um dos lugares mais importantes do meu potente coração. Obrigada por tudo e apesar de tudo. Feliz dia dos pais.

P.S.: Eu sei que o dia foi domingo, mas eu só consegui pôr pra fora agora. Você esperou mais de uma década para vir tentar uma aproximação. De alguma forma, acho que estou um pouquinho no débito, não?


                    

Olá, meu nome Maria Isabelle Maciel Galdino e tenho 16 anos. Meu sonho é ser jornalista. Amo escrever e saber que estou transmitindo informações ou emoções para alguém. Mas como uma criança de 5 anos diz, ou uma modelo em um concurso de miss: meu sonho é a paz mundial, e fazer parte dela. Não são apenas palavras jogadas sem um sentimento sincero, é real.
Ao longo da vida esquecemos como ser altruístas e as escolas e empresas apenas nos ensinam a como ser líderes. O dinheiro passa a ser o topo de nossas prioridades e tudo se resume a glamourização da vida, com festas regadas a bebida, drogas em geral e sexo. Pensamos tanto no nosso umbigo e em como precisamos comprar mais roupas pois as que têm no guarda-roupa já não são mais o suficiente, que esquecemos o valor de ser humano.
Assistimos o jornal na hora do almoço e do janar e um vemos um mar sangrento pelo mundo. A violência escorre pelos nossos poros e dizemos: "Bandido bom é bandido morto" e esquecemos que mesmo o pior inimigo é o nosso irmão, e isso mesmo que você não acredite no mesmo Deus que eu, ou não acredite em nada. Somos irmãos de uma mesma espécie, temos padrões iguais, como esqueleto, carne, órgãos e nos tornamos diferentes nos pequenos detalhes como cor dos olhos e do cabelo.
Mas mesmo com tantas informações a humanidade continua lutando por poder, seja territorial, dinheiro ou mesmo um status social. Batalhamos por pura futilidade humana, pois no final não sobrará nada. Derrubamos o nosso irmão fantasiado de inimigo e sorrirmos, pois aparentemente a batalha foi ganha.
A grande questão disso tudo é que esquecemos que o nosso combustível na vida são as pessoas e não pedaços de papel. Nos divertimos, gritamos, rimos e não há problema com isso, o problema é achar que tudo vai se resolver enquanto você continua sentado observando o jornal.
Cada peça desse grande quebra-cabeça que é o mundo é importante. Mesmo que sejamos tão pequenos em relação a tudo a nossa volta.
E engana-se aquele que pensa que vencerá o ódio com mais ódio. Será sempre um ciclo vicioso. Está na hora de trocarmos as armas por flores e oferecer amor ao invés de disparos.



                                                                        

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Sinopse: 

Na Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliadas da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acampanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.


Dunkirk é um filme que me chamou atenção desde os primeiros trailers, então admito que estava com a expectativa alta quando fui ao cinema.
Como dito na sinopse, o filme é divido em três momentos. A praia é onde vários momentos de tensão ocorrem, e temos sensações claustrofóbicas quando uma câmara e um barco cheio de soldados são invadidos pela água.
O inimigo era como se fosse onipresente, e temos contato com eles apenas em bombas, disparos e nos aviões que vemos quando acompanhamos o céu. O visual do filme é incrível e isso não poderia negar. Em algumas cenas, a câmera acompanha o movimento do ambiente e isso trás um efeito incrível para o telespectador. Com isso podemos somar a trilha sonora de Hans Zimmer, que trás um tom de tensão muito maior para as cenas e instiga quem está assistindo.
Mas o filme tem pontos ruins, como a falta de momentos de silêncio, diálogos fracos e desperdício de atores maravilhosos em personagens que não passaram um pingo de emoção. Para mim esse foi um defeito da história, pois em alguns momentos eu simplesmente não me importava com os personagens e chego a dizer que só me importei mais com o personagem do Tom Hardy.
O Christopher Nolan na minha opinião de leiga, e não de uma crítica que já assistiu centenas de filmes, é um ótimo cineasta, mas ainda falta apreender a lidar com as emoções dos personagens, pois existem vários filmes de guerra e os que eu assisti sempre me prenderam muito.
Para alguns, esse pode ser uma revolução para o gênero e um dos melhores filmes de guerra, e para outros não.



                                             



                                                                              
                                                                                 





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Dificilmente eu tenho parado para pensar sobre as coisas que ando assistindo. Neste mês de férias, eu assisti a milhões de filmes e vi centenas de séries, mas foi no antepenúltimo dia que eu assisti a um filme que me fez escrever sobre. Não por ser um clássico, por ser o tipo de filme que merece Oscar ou nada assim. Mas por mexer com o emocional (especificamente o meu) e nos fazer refletir sobre. Tudo bem, também não é tão difícil mexer com as minhas emoções... Porém, esse fez com que, em plena madrugada, eu chorasse copiosamente. 
Não é uma crítica ou uma análise detalhada sobre todos os aspectos técnicos do filme. São observações minhas a respeito dos pontos que mais me encantaram no longa. Mas se você quiser ler uma crítica "de verdade", essa foi uma das que mais gostei.

Sinopse: O escritor Bill Borgens (Greg Kinnear) é um pai de dois filhos, Samantha (Lily Collins) e Rusty (Nat Wolff), que foi traído por sua esposa, Erica (Jennifer Connelly). Sam, aos dezenove anos, está prestes a publicar seu primeiro livro e é do tipo de garota que desacredita no amor. É desapegada, prefere relacionamentos que durem uma noite só e nutre um profundo rancor por sua mãe, pela traição. Sua vida sofre uma reviravolta quando ela conhece Louis (Logan Lerman), um garoto totalmente fora dos padrões daqueles que ela costuma se relacionar.
Rusty, por outro lado, é totalmente o oposto de Sam. Não enxerga motivos para sentir rancor de sua mãe, é um adolescente apaixonado, escritor como o pai e a irmã. Ele nutre um amor platônico por Kate (Liana Liberato), que não é exatamente o tipo de garota perfeita... Exceto para Rusty. Sua vida também toma novos rumos ao conhecê-la.
Bill e Erica separaram-se há mais ou menos três anos e ele ainda não conseguiu esquecê-la. Isso incomoda Sam, que torce para que o pai siga em frente. 
Com um final emocionante, Ligados Pelo Amor analisa vários tipos de amor: entre pais e filhos, namorados e irmãos, de modo a prender quem assiste e fazê-lo pensar sobre o que é certo e errado quando se trata de amor. (Fonte/modificado)

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Eu devo dizer que, ao passear pelo catálogo da Netflix, decidi assistir logo esse porque vi que tinha Lily Collins, Nat Wolff e Logan Lerman no elenco e nunca nem tinha ouvido falar sobre o filme. Resolvi dar uma chance e descobri logo de cara que não vem com aquela dose de romance teen ou transbordando banalidades com os atores que citei agora a pouco. Os personagens se apresentam e a princípio não entendemos a ligação entre eles. Depois as coisas vão se encaixando e tomando seus rumos, não deixando de estarem entrelaçadas.

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Um considerável número de sinopses que encontrei pelo Google afora trazem a descrição da história de Bill, o que desmerece todo o filme, porque não se trata apenas disso. Inclusive, quando Sam decide enviar o seu livro para a editora, ela pede para que seja em anônimo para que o nome do pai, escritor renomado, não influencie em todo o processo de publicação do seu primeiro livro. Então, eu acho que focar a sinopse na história dos pais é tomar partido por aquilo com que você mais se identificou na história. Porque eu particularmente fui mais chamada a atenção pela história de Sam, mas alguém pode ser mais próximo da história de Rusty, outra pessoa pode ter mais compaixão por Erica... Enfim, são muitos núcleos que, no fim, estão literalmente ligados pelo amor (trocadilho lixo, mas adequado).

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Bill é um escritor conhecido, renomado, que vive bem e tem até um senso de humor especial para alguém que passa por uma grande turbulência emocional. Há três anos sua esposa o deixou após traí-lo por anos com outro homem. Desde então, em todos os feriados, especificamente Ação de Graças, ele coloca a mesa inteira para o jantar e sempre deixa um prato para ela, deixando claro que ainda a espera. Uma das coisas que comprova que ele ainda é apegado à mulher são as vezes em que ele vai até a casa dela e a observa pela janela. Erica, por sua vez, vive o casamento com o tal homem, mas não é exatamente feliz. É tudo confuso, eles brigam e logo se acertam, como é a maioria dos casamentos, mas o que também não quer dizer que seja exatamente um casamento incrível. A relação deles com os filhos também tem suas peculiaridades. Bill se dá bem com os dois, os faz escrever diários, incentiva-os na carreira de escritor e os proporciona uma vida bastante tranquila. Erica, por outro lado, só se dá bem com Rusty. Desde o divórcio - ou até mesmo antes disso, não é especificado -, Sam não conversa com a mãe, não dá nenhuma chance de sua relação ter o mínimo de progresso. 
Esta é a parte da história que, para mim, o amor é espera e é perdão.

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Sam é destemida. Está na faculdade e é uma garota de personalidade forte, mas desacreditada sobre tudo o que diz respeito ao amor - uma das coisas que marcaram em mim a personagem dela foi a frase: "Evite o amor a todo custo. Este é o meu lema.". A sua parcela da história, além de falar sobre a sua difícil relação com a mãe e sobre a sua preocupação para com seu pai, conta também sobre como a sua visão sobre o amor muda quando conhece Louis, um menino tímido da faculdade. A forma como Louis entra na história, criando também um novo núcleo, faz com o que o filme seja ainda mais abrangente sobre o amor. Ele a conquista aos poucos, do jeito dele, à medida em que um garoto tímido, mas grandioso em sentimentos, consegue. Foi o "núcleo" que mais me prendeu, o crescimento de Sam ao longo da história, o amor entre os dois que assume uma conjuntura adulta que se distancia do irmão mais novo, no caso.
Aqui, o amor é recomeço, maturidade e também perdão.

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Rusty é um adolescente à primeira vista comum, apaixonado pelas histórias de Stephen King, que está no Ensino Médio e o filme não falha em mostrar aquele típico cenário de high school: ele é apaixonado pela garota que é namorada de um dos valentões. Mas o quadro em que o valentão e Kate se colocam não é do jogador de basquete ou beisebol e da líder de torcida, mas sim, da galera envolvida com certas coisas que são um outro problema que o âmbito adolescente enfrenta: o desvio para o lado das drogas. 
Kate, assim como Louis, também abre um novo núcleo no filme. A figura da boa menina, bonita, com um bom namorado (Rusty é, sem dúvidas, incrível) e muito amada, mas com uma mente fraca e inconsistente. 
Agora o amor foi descoberta, crescimento e proteção.

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A relação do núcleo principal foi uma das partes que mais me emocionou, se não tiver sido a que mais mexeu comigo. Não é uma família perfeita, longe disso. Os irmãos têm aquela implicância comum entre irmãos, mas fazem um pelo outro aquilo que se faz por quem se ama. O pai mantém uma relação de amizade com os filhos tão linda que faz o amor assumir a forma de cumplicidade desta vez. 
Outra coisa que me encantou foi a relação dos personagens com a escrita. Eu sou doida por poesia, por gente que escreve com coração, por tudo aquilo que a gente pode colocar em palavras, e principalmente pelos momentos que a gente vive que não podem ser descritos... Acho que por isso o filme teve um significado tão forte em mim.

"Eu acho que escrever é isso. Ouvir a batida do coração. E quando a ouvimos, cabe a nós decifrá-la."

Quem me conhece bem de perto sabe que o amor para mim é o sentimento mais incrível que existe, porque dele vem todo o resto: o respeito, a cumplicidade, o carinho, a união, a gratidão... Clichês à parte, fiquei muito comovida com boa parte da história, chorei horrores, me envolvi com cada caso, cada drama, cada momento certo para o humor. Achei maravilhoso o fato de que tanto Louis quanto Kate não servem apenas de enfeite à história, ficando claro que eles também têm seus próprios dramas, seus próprios problemas difíceis demais para se lidar, exatamente como a vida é.
É um filme sobre amor e acima de tudo, sobre amadurecimento. É sobre lições de vida, sobre ter calma, ser paciente. É sobre os altos e baixos que toda vida tem e tudo o que podemos tirar de bom de todas as coisas ruins. Qualquer coisa a mais que eu não consiga dizer, eu posso explicar pela citação de Stephen King que aparece no filme: "As coisas mais importantes são as mais difíceis de dizer.". Até a próxima!

"Eu nunca aprecio nada. Sempre estou esperando o que vem depois. Acho que todos gostam disso... Viver a vida no acelerado, nunca apreciando o momento, ocupados demais se apressando pelas coisas para conseguir aquilo que realmente deveríamos estar fazendo. Eu tenho esses fleches de clareza. Clareza brilhante, que por um segundo eu paro e penso: espera aí, é isso, essa é minha vida. É melhor eu ir devagar e apreciar isso porque um dia vamos acabar na Terra e será o fim, teremos ido."

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A terceira temporada de Outlander estreará em 10 de setembro, então corri para acabar de assistir a segunda temporada e admito que meu coração ainda sofre pelo final do decimo terceiro episódio.
Mas para quem ainda não acabou ou começou a 2 temporada, recomendo ler o post sobre a primeira (clicando aqui) e voltar aqui depois de ter finalizado a segunda.

O primeiro episódio começa com Claire (Caitriona Balfe), Jamie (Sam Heughan) e Murtagh (Duncan Lacroix) chegando na França, onde eles estão realmente focados em mudar o futuro dos jacobitas. Durante essa trajetória muita coisa acontece, incluindo o manto de vilão que passa de Black Jack Randall (Tobias Menzies) para o Conde (Stanley Weber). Basicamente, essa primeira parte da temporada é um jogo político, onde Jamie se aproxima do príncipe Charles Stuart para se tornar um homem de confiança dele, entre eles terem que lidar com outras pessoas e um jogo de aparência e formalidades que vemos que passa de pura blasfêmia.
Outro ponto para entrar em destaque, é em como a série se tornou menos pesada em comparação a primeira. Ainda acontece uma cena de estupro, mas não é nada explícito. A violência continua praticamente a mesma, mas acho que é um bom retrato dos tempos bárbaros.
Mas como vemos no primeiro episódio, a Claire volta para o "futuro"/"presente" grávida. Então surge a dúvida: Se ela tá grávida, não era pra barriga ta maior, já que ela tava grávida no final da primeira temporada? Se é outro bebê, porque ela não trouxe o outro filho dela?


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Bem, no episódio 7, intitulado "Faith", descobrimos que Claire deu à luz a sua filha, mas esta não resistiu. O episódio em si é muito doloroso, principalmente quando Claire se encontra agarrada a filha morta. Mas então temos o ponta a pé inicial para a segunda fase da temporada, que é eles voltando para a Escócia para tentar montar um exército jacobita.
Então basicamente do episódio 8 ao 13, temos eles tentando mudar o futuro dos escoceses, fazendo de tudo para a batalha de Culloden não existir.
Não quero dá mais spoilers, mas só tenho que dizer que o último episódio me fez chorar muito. No fim, a temporada é bem definida e parece ser bem fiel aos livros da Diana Galbadon, pelo pouco que eu li, além de saber desenvolver muito bem os personagens secundários e trazer novas figuras tão simpáticas quanto os que já tínhamos conhecido.
A primeira parte na França, é bem apresentada e consegue ser diferente do que já tínhamos visto antes e a segunda parte é´aquela coisa brutal e emocionante que tanto gostamos.
Outlander definitivamente é uma das minhas séries favoritas e não tem nada de água com açúcar de um romance de época.

           

Trailer da 3 temporada:

                        




                                                                        





Incertezas são um saco. Mas isso é o mais comum na adolescência, além da pressão, claro.
Nos olhamos no espelho e sempre queremos mudar algo, nunca estando completamente satisfeito com o corpo,  na maioria das vezes, não temos certeza de absolutamente de nada em relação à isso.
É um período de muitas paixões e poucos amores, pelo menos na minha opinião. Então, temos dúvidas em começar ou não um relacionamento, em beijar, ou mesmo ter a tão chamada "primeira vez".
Afinal, as pessoas esperam demais para quem acabou de começar a vida. E a de você se tiver uma mente brilhante, a pressão aumenta muito mais, pois todos tem grandes expectativas para o seu futuro, e parece que todo mundo sabe o que você deve fazer, menos você. Alguns falam sobre engenharia, medicina e direito, e talvez tudo o que você queira fazer é a velha e boa faculdade de geografia. Todos falam de dinheiro e em como tudo que se faz agora será reflexo de amanhã. Às vezes não podemos ter 10 reais que já gastamos, imagina com um salário na conta e um shopping na frente.
Muitos dizem, como a mídia, de grandes feitos de jovens adultos com cérebros gigantes e nos sentimos pequenos. Mas é como a mãe diz: "Você não é todo mundo", o que basicamente quer dizer que todos somos diferentes e temos dificuldades diferentes, paixões distintas, etc.
O lance todo, é saber que essa fase é a que vai mudar muita coisa. Onde deixamos de ser meninas e passamos à ser mulher, assim como os meninos que passam à ser homens (alguns não, lógico), e preocupações surgem além das notas da escola. Percebemos que corações partidos não estão só em filmes e livros e que podemos nos decepcionar infinitas vezes, mas que no fim, o amor vale a pena.
Onde perdemos contato com antigos amigos e descobrimos novos. É aprender acima de tudo, que as dúvidas nunca vão parar de existir e que mais incertezas surgirão em nossa mente ao longo de toda a vida. Afinal, a frase marcante de um grande filósofo da história mundial é: "Só sei que nada sei", então, porque nos forçamos a ter tenta certeza na vida?


Nota: Depois de um bom tempo apareci, desculpem! Mas esse texto tem muito a ver com isso, afinal, estamos em um período em que o estudo aperta, e que temos que estudar pro ENEM e estagiar (no meu caso), então é uma fase que vários estão passando e quis trazer nesse texto isso, para falar que você não está sozinho! Beijos. 



                                                              


Arrumava meu guarda-roupa quando encontrei um álbum de fotos de quando eu era criança. A foto que mais me chamou atenção foi uma de quando eu tinha sete anos. Dez anos atrás e eu nem imaginava metade das coisas que me aconteceram. E eu fiquei pensando que, se eu pudesse, eu diria algumas coisas para aquela menininha que tão pouco sabia sobre a vida e sobre tudo. Eu diria para ela não perder tanto tempo com coisas fúteis. Diria para não ser materialista - a coisa mais bonita e honrosa que podemos ter, o amor, não é material; desprenda-se. Eu diria para ser forte, pois a fase mais difícil de sua vida começaria em poucos anos e ela precisa estar preparada. Diria para não se preocupar com coisas bobas agora, para não chorar à noite por medo, nem evitar o sono por não querer ter pesadelos. Diria para dormir e sonhar enquanto pode. Diria para abraçar forte os seus pais, pois com o tempo eles desistirão de tratá-la como menininha - por mais que digam que para sempre ela será a sua menininha. Diria para correr, pular, gritar, dançar, e fazer o que quiser; quando se é criança, as pessoas têm cautela ao julgar e as responsabilidades ainda não são capazes de privá-la de qualquer coisa. 
Eu a diria para andar com as pessoas certas, pois elas serão o que fará o caminho valer a pena. Também diria para não ter medo da mudança. De seguir o fluxo e, assim, não se machucar. Eu a diria para preservar os cafunés de avó e os dias em que acordava cedo para assistir desenho, mesmo que só estudasse à tarde e pudesse dormir mais um pouco. Eu a diria que nem tudo é como os filmes contam, nem mesmo o Ensino Médio, e diria que aquela sua ideia de que com 15 anos muita coisa já vai estar como nossos sonhos, é uma pura utopia. Melhor dizendo, é um sonho de garota criada pela Disney. E eu não estou dizendo que é errado; só que a vida real é um pouco mais amarga.
Para eu de 7 anos, eu diria que dez anos depois, apesar dos pesares, eu estou feliz. E que os cortes, as dores, todas as lágrimas que nós derramamos, serão necessárias. Mas passarão. Ah, e antes que eu me esqueça: eu diria para aquela menininha se amar, independente de seu corpo, seus ideais e as pessoas ao seu redor. Diria para olhar-se no espelho e ver-se bonita, gostar de si mesma para que, depois, não seja tão difícil reconstruir uma autoestima tão acabada. E, claro, diria que ela vai amar muito! Todas as pessoas que ela puder. E vai querer levar um monte delas consigo para sempre. E tem uma, em específico, que ela quer realmente preservar, cultivar, amar, cuidar... Por toda a vida. E ela, menina de 7 anos, não precisa se preocupar com isso agora. Apenas preocupar-se em ser grata pelo que ela tem no agora. Porque no tempo certo tudo vem a acontecer. Não vai ser diferente com ela. 


Todo dia é uma luta. Sim, eu sei que é. Tanto pra você, quanto pra mim. Manter-se vivo e sob controle, não perder a cabeça com qualquer besteira, estar sóbrio... Exigem demais de nós, não acha? Querem que sejamos fortes. Eu tenho tentado com toda a força que consigo, mas talvez ainda seja pouco em comparado às batalhas do outros - e venho agora fazendo aquilo que eu mais detesto, comparando-me e colocando-me em parâmetros que não são cabíveis. Odeio fazer isso. Odeio quando fazem isso comigo e acabaram me envenenando para fazer o mesmo. Comigo mesma. E parece que eu tenho mesmo perdido a cabeça, assim como o sono e qualquer esperança restante. Todo dia um 7 a 1 diferente.
E até 10 a 1. 14 a 1. Infinito a um. Os meus sentimentos têm sido cada vez mais intensos. Aqui dentro, eu sou gigante. E por ser gigante, eu tenho um universo de emoções, elas saem de mim de diversas formas. Tenho contido às palavras, mas até mesmo elas têm sido pequenas. Dá pra acreditar que eu tenho meu futuro em mãos mas não posso simplesmente pô-lo em prática porque ser professora de Português/Literatura "não dá dinheiro"? É cômico, não? Pra não dizer que é trágico.
Tenho vivido em uma corda bamba e nem sou lá essas coisas todas equilibradas para manter tudo nos trilhos. Eu faço o que posso e na medida do possível, o meu caos não tem me engolido. Mas as palavras fora de contexto e jogadas ao léu, sim, estão presentes. Sou como um caça palavras sem a lista de palavras a serem encontradas - me buscam sem saber ao certo o que se está buscando; como um quebra-cabeças que algumas peças faltam e as que tem, são mudadas o tempo inteiro, porque eu sou muito instável. São poucas as certezas que tenho e que mantenho. Mas são fortes as minhas convicções. Tenho coisas, amo alguém (o alguém mais certo) e sou um turbilhão de coisas, o que eu quiser ser. Isso é imutável. Isso é pra vida toda.
E diante de todas as minhas nuances, eu espero que uma parte em mim tenha se organizado. Espero que ao fim de tudo, os meus intervalos entre uma inspiração e outra sejam mais lentos e a minha mente já tenha achado um novo rumo. Só não pense que sou doida (pejorativamente), de forma alguma. Só tenho feito de tudo para ser feliz, nem que pra isso eu tenha que sobreviver com meu salário de professora, ou passar a vida ouvindo "você poderia ter sido uma excelente psicóloga". Eu tenho amor, aqui dentro e fora. Eu tenho a quem amar, que me faz inteira, que me faz única, quem me faz melhor. Eu tenho isso aqui, a oportunidade de escrever e a não-obrigação de fazer algum sentido. Simplesmente ser. Já tenho tudo o que preciso. Eu não quero de mais nada, nem ninguém.


Desejo que depois de toda tempestade sua, surja o sol que pra mim também surge. Até a próxima chuva!







Namore alguém que te ame. Não, isso é óbvio. É o mínimo. Namore alguém que seja declaradamente louco por você, alguém que não tenha medo de dizer pra qualquer pessoa - senão gritar pro mundo inteiro - que ama você, que quer ver você dando o maior sorriso do mundo e que é capaz de mover o mundo só pra poder ver você feliz. Alguém que brigue por você, não com você. Alguém que suporte seus dramas e até goste de seus clichês. Alguém que não foge. Alguém que fica e luta por você. Tem que ser alguém que também se mostre digno de luta.
Nunca permaneça se não houver amor. Mas não é ele o único a suportá-los. Namore alguém que mostre o quanto a vida é bonita. Namore alguém que respeite você, que ame, que dê suporte, que seja amigo, cúmplice, e tudo o que você precisar. Em contrapartida, seja tudo isso também: respeitoso, amante, suporte, amigo, cúmplice e o que mais o outro precise. Mostre para ele ou ela aquela música que você viciou recentemente e convide para passar uma tarde apenas conversando ou em um silêncio que apenas os dois podem compreender; desde que seja juntos, sem compromissos, regras, cobranças, discussões, desavenças. Fiquei juntos. Sejam juntos.
Você não precisa enlouquecer procurando, mas se caso houver, fique com quem faz o seu sorriso ser o mais sincero. Que não deixe suas inseguranças serem um problema. Que não permita ninguém colocar você para baixo por qualquer motivo que seja. Fique com aquele que demonstra amor; que assume você, que não tem medo de gritar tudo o que sente, que assume o seu medo, mas não o trate como defeito: trate como algo comum. Você, assim como qualquer outro, também morre de medo aí dentro de se machucar. Mas uma vez, pelo menos uma vez, se o outro se mostrar ser o mínimo de segurança, deixe-se amar e ser amado. Arrisque-se e não deixe o tempo se esvair assim.
Fica com quem te beija com gosto. Fica com quem te abraça forte enquanto o mundo cai. Fica. Só fica. Mas não desiste de tentar. Se acaso não deu uma vez, tenta de novo. Não deu outra? Tenta de novo e de novo. O seu coração merece recomeçar. Você merece saber o que é viver. E o amor, o mais puro, recíproco e o que você realmente precisa, vai te mostrar que vale a pena lutar.


Estou sufocando.
A todo momento, me parece que estou em uma banheira, prestes a afogar. E é exatamente uma banheira porque uma banheira aparentemente é fácil de sair, certo? Errado. Tem algo que me puxa pra baixo. Talvez a autoestima que anda cada vez pior. Ou aquelas pessoas lá fora que ficam falando de mim na minha frente. Ou as coisas que acontecem aqui dentro e eu mesma não consigo controlar. Pode ser também o tempo que tem corrido e não tem me deixado respirar. A escola que anda apertada e o meu anseio por mudar. Penso o tempo inteiro que há algo de errado comigo, mas pode ser também que o mundo não esteja tão bom assim.
Eu não consigo emagrecer. Olho-me no espelho e não gosto do que vejo. Próxima semana eu tenho uma festa pra ir. Meus amigos também vão. Não sei se quero ir, porque não consigo gostar de mim na roupa que escolhi - ou em qualquer outra que experimentar. Isso tem me atormentado mais do que eu deveria permitir.
Meu namorado fica chateado quando eu digo isso. Ele não diz, mas eu sei que sim. Eu sei porque ele faz de tudo pra me ver sorrir, mas o que acontece aqui dentro tem pesado demais. Ele me cuida, mas quando estou sozinha, os meus tormentos tomam conta de mim. O meu caos me engole. Tenho a sensação de estar dentro de uma caixa e a cada minuto que passa, ela vai diminuindo e diminuindo. Eu só quero fugir, o tempo inteiro.
Mas há momentos em que me sinto bem. Momentos em que estou com meus amigos, em rodas grandes, ou quando estou com meu namorado, e ele me aperta em seu abraço. Há momentos em que respirar não é um esforço, é alívio. E estar viva chega até a valer a pena. Há momentos em que eu consigo não me desesperar. Que o estresse da minha mãe, ou as cobranças do meu pai, ou até mesmo a implicância da minha irmã, não me afetam de forma alguma. Nesses momentos eu até consigo gostar um pouco de mim. Paro de sufocar e consigo conter o choro abaixo da garganta. São momentos em que eu risco e rasgo as inúmeras listas de razões que já fiz e tento esquecer do que acontece aqui dentro.
Estou sufocando. Mas às vezes eu consigo levantar e respirar.

Nota¹: Se você acompanha séries e gosta das produções da Netflix (ou mesmo tem redes sociais e amigos) sabe que o último lançamento foi "13 Reasons Why" ("Os Treze Porquês"), uma série que fala sobre diversas questões importantes e que envolvem principalmente o âmbito adolescente. Tentei falar sobre a série em um post específico, mas eu não consegui colocar tudo o que eu acho sobre em uma só publicação, porque a temática vai além e eu não ia me conter em falar somente sobre a sinopse. Em síntese, escrevi esse texto pensando na série. Nos meus porquês. Eu não vou me matar. Mas todo mundo tem porquês, certo? Sejam motivos para cometer um suicídio ou só para se sentir ruim. Todo mundo tem porquês. Daí eu quis escrever um pouco sobre os meus. 
Nota²: Pode ser que eu volte a falar dela outras vezes, mas por enquanto, eu só consigo pensar nisso, em textos que envolvam os temas tratados, no sentimento de sufoco que a série toda me causou. Até a próxima!


Eu nunca senti isso por outra pessoa. É, essa coisa louca que eu sinto por você. A ligação que a gente tem que não consigo ter por mais ninguém. É maluco o efeito que você tem em mim. E mais doido ainda é como eu quero ter você por perto o tempo inteiro, quero contar sobre tudo o que acontece no meu dia e quero saber do seu também. Quero fazer parte da sua vida, quero visitar sua mãe e conhecer sua família inteira. Quero brigar com você só para podermos conversar e nos resolver, fazendo as pazes com milhões de beijos. Eu quero carinho de dedo, ficar horas em silêncio só contemplando o seu rosto. Quero ouvir as suas músicas favoritas e quero indicar algumas que eu ouço e que me fazem lembrar de nós dois. Eu quero contar pra todo mundo que eu me apaixonei por um coração enorme, com espaço para me caber inteira. E, ao mesmo tempo, eu quero guardar em segredo todo o nosso amor, de forma que ninguém possa invejar ou se meter nisso que é nosso. 
Quero beijar você no fim do dia quando chegar em casa, cansados do trabalho. Quero abraçá-lo quando os momentos ruins chegarem. Quero falar de você quando o assunto for amor e quero que a saudade seja só um prelúdio para fazê-lo uma surpresa. Eu quero ter certeza de que você é o amor da minha vida e quando nós brigarmos, eu quero que você me lembre disso. Eu quero acordar cedo e ver você do lado. 
Mais à frente, quero discutir o nome dos nossos filhos - e se decidirmos não tê-los, dos nossos cachorros. Quero maratonar séries e tomar banho de 1h junto. Quero aprender novos pratos só para agradar você e sua fome infinita. Quero me amar, exatamente como você faz, para poder amá-lo ainda mais. Quero você rindo dos meus dramas ou até alimentando-os e sendo dramático comigo. Quero dizer "sim" a você no altar. Quero dizer "sim" a você para a nossa vida. Quero você para ser feliz como nenhuma outra pessoa consegue me fazer, porque ninguém pode ser que nem você ou como nós somos juntos.
Só há uma coisa que não quero com você: perdê-lo. De forma alguma, sem exceções ou objeções. De resto, vem comigo que juntinho a gente vai bem. Queira-me também.




fascina-me tua boca
que me deixa louca
à distância curta

fascina-me teu cheiro
que me recorda o desejo
de então te beijar

fascina-me mais, amor
com teus braços a me enlaçar
e o nosso amor a consolidar

prende-me e equaliza
o desejo que me anestesia
ao te ver passar
toca-me e eletriza
fala-me das tuas sinas
não há hora para voltar

junta-me e purifica
minha pele nua e comedida
diante do teu tocar

abriga-me em teu peito
perdoando meus defeitos
ali onde eu sempre quis morar

beija-me e não me quantifica
ama-me e vê se fica
anseio dia e noite por te amar



Se fosse outra pessoa, eu já saberia.
Mas foi você que cruzou a rua naquele dia em que meus olhos seguiram seu andar, curiosos. Foi você que chegou atrasado no segundo dia de aula e mais uma vez meu olhar estava em você, assim como o do restante da turma. Foi você que perguntou meu nome na fila da lanchonete e também sobre as provas e os professores; eu respondi e não nos falamos mais depois dali.
Foi você que me procurou meses depois para dizer que gostou da minha crônica que foi publicada no jornal da escola; e fui eu que passei todos esses meses fitando você do outro lado da sala. Foi você que perguntou se eu já tinha dupla pro trabalho de História e eu pedi para minha amiga para que ela fizesse com outra pessoa com a desculpa de que eu queria ajudar você, por ser o novato e tudo mais. Fui eu que chamei você para a festa na casa da minha amiga no final de semana seguinte. Você foi. Nós passamos a festa inteira na varanda, conversando e rindo dos que ficaram bêbados. Depois daquele dia, não ficamos um sequer sem nos falar Foi você que fez minha família lhe gostar e minha casa ter a sua marca e o seu cheiro.
E foi você que me beijou de forma tão singular depois de uma crise de ciúmes que você fez daquele menino com quem eu fiquei, mas já era passado e não tinha motivo maior. Fui eu que retribuí o beijo e desejei que o outro dia chegasse para que eu pudesse o beijar de novo. Foi você que fez tudo aquilo combinado com minha mãe, me deixando amá-lo da forma que eu queria. Foi você que passou a madrugada inteira comigo quando eu briguei com meu pai e quis sumir - você não deixou.
Apesar de tudo (brigas, discussões, ciúmes bobos, meus momentos de drama e birra e a sua lerdeza), foi você; não o cara que me comprou flores no meu aniversário ou o cara que passou meses conquistando minha mãe para me conquistar; mas, sim, você.
Se fosse pra ser outra pessoa, eu com certeza já saberia.

"É sobre você. É a sua cara!", disse uma amiga depois de ler. Não posso discordar.


                        

Se tornou o caos.
Era ilusão demais.
Olhares perdidos.
No fim, não era nada.

Tudo estava inabitável,
meio vazio,
mas feliz.

Tu causaste uma tremenda bagunça,
agora sou eu que tenho que catar os destroços.

Deixei que apenas uma pequena partezinha do meu coração estivesse disponível,
você quase se fixou.
Fui tola demais.

Mas em meio a esse tremendo caos,
me aconchegarei em um canto e aos poucos tudo voltará ao seu devido lugar.

                                                                               


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Sinopse:
Os órfãos Baudelaire são três irmãos muito inteligentes; Violet é a mais velha, Klaus é o irmão do meio e Sunny é a mais nova, com três anos. Quando seus pais morrem, eles passam a morar com diferentes tutores, e o primeiro é Conde Olaf, que irá tentar roubar a enorme herança deixada pelos pais.

A série é baseada na série de livros "Desventuras em Série" de Lemony Snicket (pseudônimo para Daniel Handler) que contêm 13 livros.

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A série da Netflix adapta os 4 primeiros livros em 8 episódios. Sendo 2 episódios focados em adaptar um livro.
O primeiro é "Mau Começo", onde somos apresentados a Violet, Klaus e Sunny, e a sua trágica história. Onde o narrador começa nos apresentando e falando que é melhor não continuar assistindo, - um ótimo artificio para aguçar a nossa curiosidade - então somos inseridos a história dos Baudelaire desde que seus pais morrem e eles tem que entrar para o sistema de adoção, caindo nos braços do malvado Conde Olaf. 
O narrador entra em cena em várias ocasiões, despejando ironia e sarcasmo, principalmente pela "burrice" dos personagens adultos. O autor que é roteirista da série trabalha muito bem nesse ambiente e também construindo uma crítica social, como claramente podemos ver em "Mau Começo" como o sistema de adoção e o conselho tutelar são falhos, principalmente representado na figura do Sr. Poe, facilmente enganado além de pensar somente em uma promoção e não no destino das crianças. Toda a "burrice" dos personagens, acaba sendo a representação de como nós somos egoístas e preferimos não enxergar o que está errado para não ter que nos preocupar. 
Basicamente nesses 2 primeiros episódios somos apresentados ao mundo da série e ao Conde Olaf, que faz de tudo para conseguir por a mão na fortuna dos Baudelaire até mesmo organizar um casamento verdadeiro em meio a uma peça teatral.


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Outro ponto da série é o seu visual, diferente do filme ele é mais colorido, o que dá um sobretom legal quando somos apresentados ao vilão e a alguns ambientes mais sombrios. Vi muitas pessoas até compararem com o tipo de visual presente nos filmes do diretor Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste, O Fantástico Sr.Raposo, Moonrise Kigndom etc).
Mas algo que me incomodou e não posso deixar de passar foi os efeitos especiais muitas vezes exagerado, e como claramente em várias cenas a Sunny era um boneco. Mas até isso dá para levar em consideração visto o tom da série.
Os dois episódios seguintes: "A sala dos repteis, Part 1 e Part 2" já vemos os órfãos longe das garras de Conde Olaf - não por muito tempo - e conhecendo o Tio Monty que é herpetologista e nos apresenta a incrível sala dos repteis, onde conhecemos a fofa Víbora Incrivelmente Mortífera que apesar do nome é super inofensiva - apesar de eu ter pavor a cobra.
A relação dos quatro é maravilhoso até que conde Olaf aparece com o seu primeiro de muitos desfaces: Stephano. E o que torna o público tão dentro da história é perceber que ninguém percebe que conde Olaf é o Stephano (entre outros desfaces), e isso faz com que fiquemos revoltados junto com os Baudelaire. 
Além disso somos aprofundados nesse mistério de o que significa o simbolo do olho, sempre presente, assim como a luneta. 

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Os episódios 5 e 6 são baseados em "O Lago das Sanguessugas" onde conhecemos a medrosa Tia Josephine e a sua sempre tão perfeita gramatica. E isso me leva a uma das melhores coisas da série: a inteligência. As crianças são extremamente inteligentes e espertas, assim como narrador e claro o autor, que brinca com vários tipos de gêneros, produzindo parodias e dentro desse ambiente sarcástico de Desventuras fazendo ótimas críticas sociais, o que torna série - tanto livro, quanto filme - altamente produtiva para quem assisti/ler pois faz pensar e até mesmo instigar a procura do real significado das palavras do autor.
Os episódios 7 e 8 já mudam completamente de tom ao adaptar "Serraria Baixo-Astral", que causam uma reviravolta na trama e nos sentimos verdadeiros trouxas. Mas o que mais me chamou atenção nos episódios foi a crítica ao trabalho de certa forma escravo e como há uma grande alienação nessa área, além de claro, nos proporcionar bons momentos de diversão e aflição na trágica história de Violet, Klaus e Sunny, onde eles são frenquentemente botados a prova e se provam mais inteligentes que todos os adultos que vivem presos em seu próprio mundinho.
Não quis falar muito sobre os episódios para não dá spoiler e permitir vocês se deliciarem com essa série que já tem um lugar guardado no meu coração pela sua genialidade, ironia e permitir ao telespectador pensar além da série.