Às vezes, me pego em uns lapsos, em devaneios intermináveis e estranhos, pensamentos flutuantes por todo lugar. Em um desses, enquanto estava deitada no jardim de casa olhando as estrelas, fiquei procurando uma razão para tudo. Sim, um motivo. Para quê? Você pergunta? Eu buscava no mais profundo da minha mente um único motivo para ter fé. Não em Deus, ou qualquer coisa divina. Ter fé em mim, ou no futuro, ou em algo aleatório. Apenas ter fé. Por que acreditar? Por que crer em qualquer coisa? O que explica a fé?
Fui buscando tudo o que um dia me fizera confiar no que eu acredito, ou lutar e defender isso. Fiquei imaginando como existem pessoas no mundo que acreditam em diversas coisas, coisas que às vezes somente elas acreditam e ninguém mais. Lembrei-me de como tem gente que consegue dizer ser totalmente cético e do quanto eu não acredito nesta afirmação. Lembrei-me de coisas do passado, de pessoas me dizendo o porquê de suas crenças em quaisquer coisas. Foi então que eu me lembrei daquele filme romântico em que a garota tem leucemia e já não responde aos tratamentos. E o garoto faz de tudo para que os últimos meses de vida dela sejam os melhores e mais longos de sua vida. O filme não nos mostra as partes ruins (ou não totalmente), ele é mais lindo do que qualquer coisa. Mas existe um detalhe específico da estória que me faz elevar o pensamento a muito mais do que consiste aquele enredo: “a fé é como o vento; não podemos ver, mas podemos sentir”. E eu nunca vi palavras mais simples e mais sinceras.
Não existe algo no mundo que abale minha fé. Eu acredito em muitas coisas e eu mudo o tempo todo de opinião, de crença, de preferências. Mas se tem uma coisa que eu deixo intacta é a minha fé na vida. Eu acredito em um propósito, que nada é por acaso. Acredito que as pessoas foram nascidas para terem uma missão aqui e que, quando completas, partirão. Eu sou adepta ao “acreditar em qualquer coisa”. Nossos corações precisam disso. Se alguém quiser acreditar que, sei lá, um elefante é um deus e a ele você deve dedicar a vida, tudo bem. Eu sei que o coração dessa pessoa estará confortável assim.
E eu descobri uma razão e o mais incrível é que ela sempre esteve estampada em todos os lugares: a fé me conforta. Pode ser o maior absurdo a coisa pela qual estou crendo, mas se eu creio, se nada me faz duvidar, eu já ficarei bem e não ouvirei outras pessoas me dizendo se o que eu acredito não existe. É como diz aquele filme fictício, mas que me traz tantas verdades: não posso ver, ninguém pode, mas com certeza podemos sentir.

Nota: Vocês nunca tiveram momentos assim? Reflexões estranhas, ou necessidades por crer em algo ou ter alguém para crer por ou em você? Eu tenho disso sempre e só consigo descansar a mente quando arranjo algo novo para acreditar ou aprofundo ainda mais a minha fé em alguma coisa. Um dia, toda esta fé me levará a um lugar. E, sim, eu estive assistindo "Um Amor Pra Recordar" esses dias e tive que citá-lo no texto. É clichê, mas é um clichê aceitável, sim! Até a próxima.



               

20 de janeiro, 7:05 da manhã. Estou voltando para casa, sozinha. É uma viagem de 8 horas, e eu nunca tinha viajado só. Eu percebi que cresci. Não só por que estou sentada numa poltrona sem minha mãe ou vó do lado. Percebi, pois amigos meus de longa data estão indo pra faculdade, outros já estão no ensino médio. Crianças que eu peguei no braço, estão andando, falando e rindo. Eu e minhas amigas estamos batendo de frente com a vida, uma lutando contra uma doença chata, outra tomando decisões difíceis, aos pouco abrindo as próprias asas, todas lutando por um futuro e sonhos. No outro corredor do ônibus, vejo um homem trabalhando, e percebo que ele um dia será eu. É difícil, até mesmo ruim. Aceitar que temos responsabilidades,  que estamos saindo debaixo da saia da nossa mãe. Dói muito. Afinal, crescer tem seus malefícios. Talvez você vá morar em outra cidade, ou viaje demais. E a saudade bate, pelas pessoas que deixamos e das que vamos encontrar. Dói. Dói não ter a cama da sua mãe para dormir, ou mesmo aqueles gritos que a sua vó dá.  De toda forma, estamos indo embora. Construindo a nossa própria história. Deixamos pessoas que amamos escolher seu próprio caminho. Nos despedimos incontáveis vezes, mas também tudo começa com um "oi" ou "olá". Preferimos nos magoar à ferir quem amamos. Tomamos decisões não só por nós, mas pelos outros. Recebemos inúmeros "não" e nos matamos de estudar para conseguir entrar numa faculdade. Bate aquela saudade de quando tínhamos 5 anos e a única coisa difícil de fazer era seguir a linha pontilhada com o lápis. A decepção não demora muito a acontecer, mas faz parte. Descobrimos amores das formas mais improváveis, e os risos vem sequenciado de um palavrão. Os hormônios afloram, e nos vemos nos braços de alguém, construindo outra história no meio da nossa. Eu quero fechar meus olhos e fingir que apaguei muita coisa da memória. Voltar a pintar meu cabelo ou deixar-lo mais curto. Mas eu mudei, há um tempo abandonei os cabelos coloridos e estão mais longos. O sol já está lá no alto e está fazendo muito frio, minhas mãos estão frias e meus olhos estão
pesando. É, eu só percebi agora. São 7:58 e acho que vou descansar um pouco. Bem-vindo a vida.


Nota: Aquela do cabelo azul está de volta! No primeiro texto desse ano, falando sobre algo que muito de nós estamos passando, que é crescer. Espero que tenham gostado e aguardem o próximo, nesse mesmo batcanal e batlocal. 

                                                                           


Estou pagando a língua por todas as vezes que disse que não gostava de séries, pois não tinha paciência para elas. Na verdade, eu não tenho mesmo. Nunca gostei de me prender à quase cinquenta minutos de episódios de uma temporada com quase vinte e saber que aquilo é previsível demais para perder meu tempo. Mas, com o tempo, descobri que existem séries em que diversas coisas acontecem em metade de um episódio e são essas que eu não consigo assistir em partes: assisto tudo de uma vez só. Foi o caso de The 100. Eu só assisti à primeira temporada (vamos lá, né Netflix, disponibilizar a segunda?!) e não consegui parar desde o momento em que assisti ao primeiro episódio até terminar, e por isso eu precisava vir aqui falar o que eu achei da temporada, o que eu espero para a segunda e fazer vocês viciarem também.


Sinopse

Quando uma guerra nuclear destruiu a civilização e o planeta Terra, os únicos sobreviventes foram 400 pessoas que estavam em 12 estações espaciais em órbita. 97 anos e três gerações depois, a população já contava com 4 mil pessoas, mas os recursos já vão escassos. Para garantir o futuro, um grupo de cem jovens é enviado à superfície da Terra para descobrir se ela está habitável. Com a sobrevivência da raça humana em suas mãos, estes jovens precisam superar suas diferenças e unir forças para cruzar juntos o seu caminho.

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Chegando à superfície da Terra, o grupo de jovens não consegue ter contato com a Arca, pois os sistemas quebraram durante o pouso forçado. Dessa forma, na Arca não se sabe se a Terra é habitável ou que perigos ainda existem no planeta, mas se tem o controle dos sinais vitais de todos os jovens, pois estes são enviados através de uma pulseira que cada um possui no pulso.
A Arca conta com um Chanceler, que dá as ordens e toma as decisões mais importantes. Diversas coisas devem ser decididas, que envolvem o futuro daqueles que estão na Arca, já que os suprimentos e o gás oxigênio estão chegando ao fim. E simultâneo a isso, diversas coisas acontecem na Terra entre os jovens que foram enviados até lá. 
Não existe um minuto em que várias coisas aconteçam na série. Cada episódio é crucial para a história, pois a cada novo acontecimento, novas decisões são tomadas, então, novos rumos são traçados para os episódios seguintes.

amorzinhos maiores!

Eu gostei de cara de The 100 por vários motivos, mas principalmente por causa do enredo. A série retrata certas coisas que às vezes se passam despercebidas para aqueles que não ligam muito para o psicológico dos personagens, mas para mim, é como se fosse um estudo do que se passa na cabeça de cada um deles: a coragem de se ultrapassar limites para se manter vivo e de matar alguém a sangue frio para se proteger; o medo do desconhecido e do que pode acontecer no dia seguinte; a razão e a escolha de fazer o certo para proteger sua família, que não se define em laços consanguíneos. E, querendo ou não, por mais fictício que a estória seja, nos faz pensar na Terra, nossa única casa, e no que aconteceria se estivéssemos na mesma situação que eles.
A série está na sua terceira temporada, que já está sendo transmitida, e eu estou enlouquecendo para assistir tudo! Dou 5 luas, mesmo que não seja das séries que eu morra ou mate para assistir, eu amei.



Contém spoilers!

E então chegou o terceiro episódio! E a cada novo eu me surpreendo mais com a capacidade dos efeitos de serem tão ruins. Mas, antes da crítica, seguinte: O episódio começa com Clary tentando convencer o grupo a ir atrás do Simon, que está com os vampiros estranhos. Eles decidem ir, mas sempre com Alec contra suas vontades - por mais que ele faça tudo por Jace. Eles decidem ir atrás de armas, e vão à um cemitério buscar algumas em uma tumba. Voltando ao lugarzinho dos vampiros - que eu gostei muito de um específico (Raphael) com todo aquele sarcasmo e que, mais tarde, fez algo bem legal -, Simon procura de várias maneiras sair dali. Eles buscam as armas e então começa o "plano" para ir buscar o bendito amigo. Enquanto Alec volta para o Instituto para buscar seu arco, Izzy vai em busca de descobrir como fazer uma visitinha aos vampiros de uma forma bem peculiar. 


Tem uma ceninha de moto que é horrível: Jace e Clary vão à um bar cheio de vampiros e roubam uma moto modificada com capacidades subumanas. Chegam ao local que os vampiros estão e começam umas ceninhas bem legais de luta até encontrarem com Simon e o carinha legal, Raphael, ajudá-los a sair de lá. E antes disso, aparecem algumas cenas entrecortadas com outras em que, aparentemente, transformaram Simon em vampiro, mas isto não fora dito. Nesse episodio, eu gostei bastante desse Simon, e estou cada vez mais apaixonada por essa Izzy! É a melhor! E fora um episódio em que você viu claramente a indignação de Alec por não conseguir dizer o que sente e fica nesse mimimi incubado. Tá chato, mas sei que faz parte do personagem. 
Já me acostumei com o fato de não ser tão fiel ao livro e pela Clary - eu realmente não gosto dela, mas estou aceitando melhor agora. Até certo ponto, eu estava amando o episódio. Foi só quando começou a lutinha que aqueles efeitos voltam e eu sinto vontade de chorar. Todavia, eu até gostei desse. As coisas estão finalmente acontecendo e eu não vou mentir que estou gostando, sim, tanto que estou ansiosa pelo 4º. 


Então, para este episódio, eu dou 4 luas, o que significa que eu realmente gostei e que para mim as coisas estão melhorando de acordo com que a série vai passando - ou pelo menos eu estou me conformando com isso mesmo. Quem sabe o episódio seguinte não surpreenda, né? Até a próxima!


               
                              

É muito mais fácil sentir ódio do que amor. E ser o alvo disso nunca é bom. Você se pergunta o por que e o que fez de errado. É difícil entender, principalmente pois não estamos na cabeça do outro, não sabemos o que se passa ali. Então você simplesmente ignora, ou tenta. Muitos dizem que basta não ligar, deixar as coisas para lá. Só que quando você recebe essa parcela de ódio, é difícil não se importar, se importar com as indiretas ou não se sentir incomodado numa casa onde não é bem vindo.
Me desculpe o palavrão, mas por dentro você só sabe dizer "foda-se", numa falha tentativa de dizer que não está nem aí para as inúmeras críticas que recebe. Por dentro você está xingando e "sambando" na cara da sociedade. Porém, a vida não é assim. E temos que prender a nossa língua em certas situações, por não valer a pena, ou por aquilo não resolver nada e só prejudicar mais. 
O coração dói. Pois nunca existe só uma vítima, e ninguém gosta de ver quem ama sofrer. É muito fácil xingar e dizer todas as verdades, quando a única pessoa atingida é você. Existem pessoas más, ou mesmo doentes, e a gente aprendeu a ignorar, a não perder a paciência com os leigos e aqueles que não possuem um pingo de educação. É difícil deixar as pessoas que você ama escolher os próprios caminhos. Ver ela sofrer por escolha. Então você desiste, pois cada um sabe o que faz da vida. Você arruma as malas e vai pra casa, onde o amor é palpável e a raiva é o mais perto do ódio. Mas eu não guardo mágoa dela, talvez um pouco de raiva, e um poço de pena, pois viver fazendo o mal por achar que as pessoas querem atingi-la, só vai a tornar uma frustrada, enquanto todo mundo está seguindo seus sonhos e fazendo uma história. Foi-se o tempo que o amor batia na sua porta e as pessoas eram gentis, agora todo mundo quer ganhar em cima do outro, não respeitando o sentimento de ninguém.


Apesar dos enredos não serem lá essas coisas e até mesmo a produção do filme não ser das melhores, eu devo confessar que gosto muito de filmes que trazem a dança como temática. Talvez pelo fato de gostar tanto disso e não saber dançar nem o famigerado "dois pra lá, dois pra cá", eu assisto muito sobre e na Netflix (e com certeza em qualquer outro site que disponibilize filmes online ou para baixar) existem vários deles, inclusive os meus favoritos, dos quais falarei hoje.

Step Up




Este é, na verdade, uma série de filmes. Para o Brasil, os filmes vieram com o nome de "Ela dança, eu danço" - e esse nome provavelmente você já deve ter ouvido falar. As sequências não têm ligação com o filme anterior, ou seja, você não precisa assistir todos para entender a estória do quinto, por exemplo. Em um filme ou outro só reaparece um personagem do filme anterior e geralmente ele vem trazendo algum ensinamento ou o pontapé inicial para o grande desafio do longa. O primeiro filme - que é com o maravilhoso Channing Tatum - foi o que me fez assistir todo o resto e me apaixonar fortemente por todos. Em todos existe uma competição, um desafio para o grupo, e um casal que lidera-o. Dentre os filmes da lista, é o melhorzinho produzido, e são os meus favoritos - além de outro que falarei depois. Na Netflix, no momento, apenas o 4 está disponível.

Dance-off


Em Dance-off também existe a competição, o desafio para os dançarinos, mas neste caso, existe também um conflito entre os principais: ambos dançavam ballet desde criança, mas o garoto acaba tendo que ir embora e sua vida na dança muda de rumo. Ele começa a participar de outro grupo de dança, fazendo um estilo mais dança de rua, e em uma competição, eles acabam se reencontrando e revivendo todos aqueles sentimentos de antes. É fraquinho, mas tem bastante dança. E se eu não me engano, a menina que protagoniza faz um dos Step Up.

1 Chance 2 Dance


Este aqui é o piorzinho da lista, mas está aqui porque acho muuuito fofo eles dois juntos. Até a dança é menos profissional que dos outros filmes, mas não deixa de ser um filme bom para passar o tempo. A menina, que se mudou para uma nova cidade, ama dançar, mas depois da separação dos pais e da perda do pai que era o único que a apoiava nisso, ela acaba desistindo na dança e focando naquilo que sua mãe quer: passar na faculdade de medicina. Mas uma chance surge na nova escola, com o desafio de vencer a competição com seu novo parceiro.

Footloose: Ritmo Louco (2011)


Eis, então, o meu outro favorito! Este é o de 2011, mas também gosto muito do de 1984. A estória é a seguinte: Ren MacCormack é um típico garoto de Boston que vai morar com os tios em uma cidadezinha de interior, após a morte de sua mãe. Apaixonado por dança, descobre, ao chegar na cidade, que dançar, ouvir música em volume alto ou apresentar atividades obscenas em público é proibido perante uma lei implantada após um grave acidente. A vontade de dançar o faz enfrentar problemas com o reverendo Shawn Moore - pai de Ariel, que se torna o par romântico de Ren -, o principal cidadão a favor da lei, além da sua vontade de ter um baile na escola. É meu favorito devido à produção, à estória, às músicas - eu tenho algumas no celular e sempre que escuto tenho vontade de sair dançando -, aos atores... Enfim, é um filme que todo mundo deveria assistir, se gosta da temática.

StreetDance


Este fora o mais recente que assisti, mas que não deixa de ser bom também. Carly faz parte de um grupo de dança de rua que está trabalhando para a final de um concurso. Ela está em uma ótima fase em sua vida e com o casamento marcado com seu namorado e companheiro de dança, Jay. Contudo, ele acaba largando tudo para participar de outro grupo de dança, terminando o relacionamento com Carly. A partir daí, Carly precisa encontrar um local para dançar e ensaiar com seu grupo; surge, então, a professora de ballet Helena, que oferece o seu salão de dança, com a condição de Carly encaixar a sua turma de ballet no grupo de dança de rua. Este filme é recheado de dança, a todo momento eles encaixam uns passinhos em uma cena ou outra. E não só a dança de rua, mas eles fazem uma mistura com o ballet que ninguém esperava que aconteceria.

The Cutting Edge


Estes não são exatamente dança, mas, sim, patinação no gelo. Coloquei na lista porque, para mim, tal esporte envolve dança. A trilogia é como Step Up: não dependem um do outro para entendê-los, mas também possuem ligação. O primeiro filme é uma patinadora que precisa de um par, e este acaba sendo encontrado em um ring de hóquei, um jogador que sofreu um acidente e não pode mais jogar. O segundo filme, é a vez da filha do primeiro casal, que torna um patinador de manobras radicais em um delicado patinador de gelo; e ela acaba se tornando a treinadora do terceiro casal, um patinador profissional sem sucesso com parceiras e uma jogadora de hóquei. A produção também é boazinha e eu gosto de como os filmes se entrelaçam. Maior sonho seria patinar como eles no gelo.
Obs.: Descobri que o terceiro não é o último da série: ainda existe o The Cutting Edge: Fire & Ice, cuja protagonista é a protagonista do terceiro, que tem que procurar um novo parceiro, pois o seu se machucou e o relacionamento de ambos já não está tão bom assim. Seu novo parceiro era patinador de corrida. O quarto não está disponível na Netflix.

Então é isso, estes são meus filmes favoritos que envolvem dança, mas não necessariamente são os melhores. Gosto deles pelo enredo, pelos personagens; a dança é o foco principal, mas trazem outros eixos para o longa acontecer. Espero que gostem e até a próxima!


Pode conter spoilers!

Nesta última quarta (20) chegou à Netflix o segundo episódio da primeira temporada de Shadowhunters, e depois de fazer o post sobre o primeiro, eu quis trazer meus comentários a repeito do segundo, que ainda não veio como uma das coisas mais maravilhosas da vida, mas digamos que eu estou começando a me acostumar com algumas ideias.
Primeiro que eu não aprendi a lidar com o quão diva e maravilhosa está sendo a Isabelle. Sério, estou amando a atriz, a presença dela é uma das partes que até me faz esquecer um pouco da atuação dos outros e dos efeitos horríveis que os dois primeiros episódios nos apresentaram, assim como Simon, que é quase como um alívio cômico. Eles dois juntos, então, não vou nem comentar.
Bom, o episódio começa com Clary partindo em busca de respostas a respeito de si mesma, e Jace leva-a para conversar com o Hodge. Enquanto isso, rola uma ceninha de briga entre Luke e uma mulher pertencente ao Ciclo - o que foi bem legal, porque não tem nada de efeito e até que ficou bem feita. Voltando ao Instituto dos Shadowhunters, Clary faz perguntas a Hodge (que é um gato!) sobre o Ciclo e descobre que Jocelyn fazia parte disso. É aí que mais perguntas brotam em seu cabeça e junto de Jace, finalmente descobrem que suas memórias foram apagadas. Procuram por Dot, a amiga dela que ela acaba descobrindo que é feiticeira, mas não a encontram. Então, o único jeito de ter essas memórias de volta é fazendo uma visita aos Irmãos do Silêncio, mais ou menos como no filme. Ela descobre algumas coisas, mas o que termina o episódio com uma "vontadezinha" de assistir o próximo fora a cena em que vampiros capturaram Simon e o levaram com eles, pedindo em troca o Cálice. E agora, só próxima semana.
Eu não consigo expressar o quanto eu acho a atriz que faz a Clary uma menina de Malhação. Sério. As expressões dela, até a postura, nada me agrada! Pode ser pelo fato de que adoro a Lily Collins, mas eu realmente não gosto dessa menina de agora. Também espero que seja algo que mude com o tempo.
Contudo, olhando para o episódio como um todo, eu o achei bem melhor que o primeiro. Não existem tantas cenas com efeitos quanto o Piloto e até que, como eu disse, estou me acostumando com os pontos negativos que encontrei na série. É importante lembrar que o início ruim não compromete a série inteira; temos Doctor Who, por exemplo (um exemplo muito bom, concordemos), que tem um início horrível, com efeitos horríveis, mas que hoje faz muito sucesso (mesmo que há muito tempo tenha sido lançado o primeiro episódio, e Shadowhunters seja recente). Para esta vez, dou 3 luas, pois vi uma certa melhora. Ainda temos 11 episódios para dar o veredicto final e ter a certeza de que foi bom ou ruim. Até a próxima!




Há muito eu já queria falar sobre essa série, mas só agora cheguei a fazer. Foi uma das primeiras séries que eu já assisti, pois ela nunca me exigiu paciência nem concentração nos acontecimentos, então rapidinho se tornou uma das minhas favoritas.

Modern Family

Além do fato de ter a maravilhosa Sofia Vergara no elenco, o enredo é o que nos prende à história: é a vida comum (ou quase) de uma família grande e repleta de divergências. A série já está em sua 7ª temporada (yay!) e é incrível assistir ao crescimento dos personagens a cada novo episódio.

Sinopse

"O dia a dia de três famílias ligadas entre si. Jay Pritchett é um homem mais velho que se casa com a colombiana Glória, muitos anos mais nova que ele. Os dois vivem com o filho dela, Manny, e convivem diariamente com os filhos do primeiro casamento de Jay: Claire e Mitchell. Claire é uma dona de casa casada com o corretor de imóveis Phil Dunphy e que luta para dar a melhor educação para os filhos Haley, Alex e Luke. Já Mitchel vive um relacionamento com Cameron Tucker, que tem coo fruto a filha adotiva Lily."

Resenha

Só pela sinopse já se percebe a loucura que é, né? Eles são interligados por serem da mesma família, mas a série mostra o cotidiano de cada um e o lado cômico que todos possuem. Eu não me cansei em sequer um episódio porque eles são curtinhos, mais ou menos 20 minutos cada capítulo, e as piadas são leves e nada forçadas, ficando claro que aquilo faz parte do dia-a-dia daquelas pessoas.


São pessoas completamente diferentes para uma família só. Em um dos eixos familiares, existe um casal gay criando uma menina vietnamita muito engraçada e sarcástica; em outro eixo, uma relação matrimonial com uma diferença de idade grande, um menino maduro demais para a sua idade e um bebê filho do casal; e no terceiro, talvez um dos personagens mais engraçados, que é o pai, que faz de tudo para agradar a esposa, uma mulher temperamental e mãe de três filhos: a mais velha que não é lá das melhores alunas, a do meio que é nerd e uma menina prodígio, e o irmão mais novo, que tem alguns parafusos a menos. 
Os episódios seguem uma linha cronológica, mas você não precisa assistir 100% da série para entendê-los se acabar encontrando um episódio perdido passando na TV. O humor leve e que recheia a história faz Modern Family ser uma das séries favoritas por muita gente atualmente, além de ganhar diversos prêmios e indicações. Ao longo das temporadas, vimos as crianças crescerem, os adultos amadurecerem, e descobrimos detalhes essenciais que toda família deve ter. É uma série para assistir com a família em um final de semana, comendo pipoca e outras "porcarias" assim. Recomendo muito.






Para poucas pessoas no mundo,
Eu queria entender como é ser sortudo. Como é não precisar cruzar os dedos, rezar para todos os santos ou fazer mandingas para que algo dê certo. Queria saber como é não precisar escolher entre o jogo ou o amor, pois se tem sorte nos dois. Ah, como eu queria ter sorte no amor! Queria ter a sorte de encontrar alguém tão bom para mim que me fizesse ter olhos apenas para ele, que ninguém mais no mundo existisse quando estivéssemos juntos - e até quando não, também.
Às vezes é bom ser um pouco azarado, você aprende a lutar. E cada conquista é mais valiosa que a outra. Confiar somente na sorte é um grande erro, afinal, um dia ela acaba. Você vai aprendendo aos poucos que a vida não é fácil, e que cruzar os dedos não vai adiantar. A sorte pode falhar. E você pode ser a pessoa mais sortuda do mundo, mas vai chegar um momento em que isso vai te deixar na mão. E de repente, em um instante em que se piscava os olhos ou algo ainda mais impercebível como respirar, você perdeu toda a sorte que tinha. Nesses momentos, é a fé que entra no lugar. Não precisa ser a crença em alguma divindade, ou uma determinada religião; mas a fé de que independente de quão grande ou pequena seja a sua sorte, você deve acreditar que vai dar certo. Que é você quem faz a sua sorte.
Mas de alguma maneira, eu acho que estou enganada. Somos muito sortudos, sim, todos nós. Sorte a nossa que saudade não mata. Sorte a nossa que a vida está aí, só esperando para ser vivida. Sorte a nossa que a cada dia temos uma nova chance de viver, de errar, de crescer. Sorte de ter um lugar para chamar de casa. Sorte de poder acreditar no que quiser. Sorte de ver com os próprios olhos o quanto a vida pode ser bonita, e que só depende de nós mesmos para que seja ainda melhor. Sorte a nossa todo dia ter pelo que agradecer. Sorte a nossa ainda não ser proibido sorrir. Sorte a nossa ter a humildade de não se considerar ter sorte, mas ainda ter de sobra para saber que dias melhores virão. Que sorte a nossa!

Nota: Queríamos ter muita sorte; mas também queríamos fazer por merecê-las. Voltamos com as cartas, toda quarta-feira (ou quase toda), às 10:00! E caso sinta o interesse de nos enviar um tema, pode falar conosco pelas redes sociais ou por e-mail. Até a próxima semana!

                     
   

Sua boca estava na minha. A testa franzida. Os olhos baixos, pesados de sono. Me abraçando forte. Chorei. Olhei para você, finalmente em casa. Aquele buraco no meu peito estava se fechando. Os lábios num eterno roçar, respirando sobre o outro. Os corpos entrelaçados. 
Aquele sorriso lindo guardando na minha memória, diante de mim. O frio na minha barriga que sinto quando você me aperta e fica suspirando no meu ouvido. 
Seria mentira se dissesse que nunca te quis apagar da memória no período que você estava fora. Falei incontáveis vezes em frente ao espelho para ser indiferente. Como se existisse uma máquina que te deletasse. E eu segui em frente, com um pedaço quebrado, tentando miseravelmente fingir que não queria saber de você, quando sempre me via perguntando de você quando sua irmã ligava. A gente se cercava, procurando um meio de pedir desculpas pelos erros cometidos e não-cometidos, e recuando no último segundo por vergonha ou orgulho. Você bateu na minha porta, estava um pouco bêbado, todo encharcado e falando coisa com coisa. Eu queria te xingar e mandar embora. Então você me beijou. Com o bafo de cerveja, eu não me importava. Me prendeu na parede, e disse tudo aquilo que estava preso dentro de si. Agora estávamos aqui, você ajeitando meu cabelo e eu sorrindo feito boba, observando seus olhos ficarem pequenos e num tom assustador de azul. Não sabíamos o que seria dali para frente. Não saberíamos se o amor bastaria. Mas eu tinha certeza que nunca te esqueceria. Não quero o calor de outros braços que não seja os seus. Tinha certeza que lutaria por poder sentir seu beijo todo dia. 



   

Andei arrumando minha estante esses dias e me vi com As Vantagens de Ser Invisível em uma mão e Carta de Amor Aos Mortos em outra, relembrando da leitura dos dois e do quão parecidos são, e decidi vir aqui falar um pouquinho sobre eles, fazendo uma resenha rápida sobre os dois e logo vocês saberão as suas semelhanças. 

As Vantagens de Ser Invisível

Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Número de páginas: 223
Narração: 1ª pessoa
Foi o primeiro dos dois que li, então será o primeiro da resenha. Devo ter lido entre 2013 e 2014, justamente entre os últimos dias de dezembro e os primeiros de janeiro. Li em um dia só, praticamente engolindo o livro. Existem diversas coisas que gosto nele: a narração de Charlie, a vida adolescente descrita com todas as suas inseguranças, e tantos outros detalhes.

Sinopse

"Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. Um mundo de primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. Um mundo de sexo, drogas e rock'n'roll, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para se sentir infinito."

Resenha

Fora um livro importantíssimo para mim. Através das cartas, Charlie torna-se um amigo. E se fosse real, eu adoraria respondê-lo. Essa coisa do "se sentir infinito" me deu um significado para a vida que nosso vocabulário não é capaz de explicar. Ele se torna um amigo, pois descreve tudo de uma forma detalhista e cheia de dúvidas a respeito da vida. Não se sabe para quem as cartas foram escritas, mas, no final, acaba parecendo que foi para você, o leitor. 
Ele é solitário, mas acaba conhecendo algumas pessoas. Dentre elas, Sam e Patrick, irmãos que tornam-se grandes amigos de Charlie. Também tem o professor, Bill, que incentiva Charlie a viver sua vida, interessado nele, em vê-lo crescer. E Sam e Patrick fazem com que novas coisas a respeito de si próprio sejam descobertas. Ele vive uma fase difícil. Sente falta de um amigo e um familiar - e você sofre junto dele com o que ocorreu com esses dois. E o que eu achei de mais incrível é que Charlie não está ali para impressionar ninguém. Não quer nada demais, sem muitas perspectivas para a vida. É a vida dele mesmo sendo descrita de uma forma natural através das cartas, a vida de um adolescente qualquer que se descobre infinito, como todos os adolescentes devem se sentir. O final do livro é, inclusive, algo com o qual eu me identifico bastante, principalmente agora, no que eu vivo hoje. Realmente é um livro que fizera uma marca em mim. E eu também gosto muito do filme, apesar de não sentir tanto as mesmas coisas que Charlie quanto no livro.

Quotes favoritos

"Eu não sei se você já se sentiu assim, querendo dormir por mil anos. Ou simplesmente não existir. Ou apenas não estar ciente de sua existência. Ou algo parecido. Eu acho que querer algo assim é muito mórbido, mas eu acabo tendo esse tipo de desejo quando estou mal. É por isso que estou tentando não pensar. Eu só quero que tudo pare de rodar." (páginas 103 e 104)

"A gente aceita o amor que acha que merece." (página 35)

"Eu tive uma sensação na sexta à noite, depois do jogo de ex-alunos, que não se se serei capaz de descrever, a não ser que eu diga que foi ardente. (...) A sensação me aconteceu quando Sam disse a Patrick para encontrar alguma coisa no rádio. (...) E por fim ele encontrou esta canção realmente maravilhosa sobre um cara, e nós ouvimos em silêncio. Sam batucava com as mãos no volante. Patrick colocou o braço para fora do carro e fazia ondas no ar. E eu fiquei sentado entre os dois. Depois que a música terminou, eu disse uma coisa: "Eu me sinto infinito"." (página 43)


(com este marcador de página amorzinho que ganhei da Isabelle <3)

Cartas de Amor Aos Mortos

Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Número de páginas: 333 (+ agradecimentos)
Narração: 1ª pessoa
Fiz a leitura em 2014, logo quando foi publicado, mas algumas coisas ainda estão bastante frescas em minha memória. Eu devo ter percebido de cara o quão é parecido com o primeiro livro, com a seguinte diferença: as cartas são direcionadas a famosos que já morreram. Laurel tem uma professora, a senhora Buster, que passou uma tarefa de inglês, em que ela tinha de escrever uma carta para uma pessoa que já morreu. Logo lemos um livro com várias cartas para Kurt Cobain, Amy Winehouse, Heath Ledger, River Phoenix, Judy Garland... E tantos outros, todos mortos. Ela procura falar sobre os segredos de suas mortes enquanto fala sobre a própria vida, sobre seus problemas, também na fase da adolescência. 

Sinopse

"Prestes a começar o ensino médio, Laurel decidiu mudar de escola para se afastar de todos que sabiam o que tinha acontecido. Ela não suportaria os olhares de pena e as perguntas que não conseguiria responder. Afinal, nem ela entendia o que havia ocorrido com May, sua irmã mais velha. 
May sempre fora a estrela da família e cativava todos à sua volta. Laurel a admirava muito, sonhava em ser livre como ela e desejava fazer parte de seu mundo. Então por que ela se foi?
Incapaz de encarar a situação, sua mãe viajou para a Califórnia sem previsão de retorno. Por isso, Laurel passou a alternar semanas entre a casa do pai, vazia exceto pelos ecos de palavras não ditas, e a casa da tia Amy, uma mulher religiosa que se preocupava em garantir que a garota aceitasse Jesus no coração e não tivesse o mesmo destino trágico da irmã.
Até que a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa escrevendo para Kurt Cobain, o cantor favorito de May. A experiência parece lhe fazer bem, e então ela escreve para Judy Garland, Elizabeth Bishop, River Phoenix, Amelia Earhart... Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.
Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que ela poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era - encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um - é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho."

Resenha


Neste livro, as cartas são escritas por uma garota, então é a adolescência conturbada e difícil de uma menina cheia de medos e frustrações dentro de um coração inocente. Ela fala da morte da irmã de uma forma tão sentimental que eu devo dizer que era como se conhecesse Laurel e May, e elas fossem minhas amigas, e eu também sentisse falta de May como ela sente. Reli o último capítulo e o epílogo para fazer a resenha, e chorei como da primeira vez. Lembro-me de como eu amei Sky, e depois o odiei, e voltei a amá-lo páginas depois. Lembro-me de querer ter a amizade dos amigos de Laurel, pois eles são compreensíveis, loucos e realmente amáveis com ela. Lembro-me de ter raiva da mãe dela por ter ido embora, mas por ter sentido pena pela família inteira pela perda da irmã. Fora um livro que eu sofri até conseguir terminá-lo - e finalmente respirar.
Não me identifico com a história, pois nunca perdi alguém tão próximo. Mas ler foi como se tivesse perdido, por todas as vezes que chorei e as vezes em que senti o que Laurel sentia. Isabelle fizera um post falando que o livro vai virar filme, e eu só tenho a torcer para que a adaptação me proporcione as mesmas sensações que o livro me proporcionou. 
Por 85% do livro, eu daria 4 luas - mesmo que tenha se tornado um dos meus favoritos por me fazer pensar muito nele após ter lido -, mas o final, aquele final que acaba com você, fez valer 5 luinhas.

Quotes favoritos

"Ele segurou meu rosto com as duas mãos, e foi um beijo diferente de todos os outros. Eu não me senti mais como uma luz para a qual ele estava atraído, como a luz de um poste nem como a lua. Parecia que nós dois tínhamos o sol dentro de nós. Nossa própria maneira de nos manter aquecidos. E quando nosso corpos se juntaram foi a coisa mais intensa que já senti." (página 323)

"(...) Tem sido difícil ser eu mesma, porque não sei exatamente quem sou." (página 9)

"E talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora." (página 312)

As semelhanças

Não que você não tenha percebido, mas as que eu gosto de citar...


  • As cartas são a principal semelhança. A vida dos personagens sendo escrita a cada nova carta, de acordo com que o tempo vai passando e você vai acompanhando seus crescimentos como pessoa.
  • A fase das vidas dos dois. São adolescentes descobrindo o mundo, descobrindo a si mesmos e lutando contra sentimentos e situações dentro deles e fora que seriam capazes de consumi-los. Se você é um adolescente, eu aconselho que leia os dois. Você provavelmente sentirá o que eu senti: afinidade com os personagens e cumplicidade entre as coisas que eles sentem e pensam sobre tudo.
  • Ambos abordam o amor, de todas as formas. Seja em relação à família, à amigos, à pessoas do mesmo sexo e de sexos diferentes. E ambos fazem com que o amor seja algo extremamente complexo nesta fase, mas muito valioso para nós, adolescentes. 
  • A vontade de ser amigo deles. Se me perguntassem quais personagens eu gostaria de ter como amigos, eu diria estes dois - e também diria os amigos deles -, pois em nenhum outro livro eu me senti tão próxima da vida do protagonista quanto estes. Eu gostaria de ser amiga dos dois para apresentar um ao outro.
  • Referências sentimentais à músicas que nos inspiram. Como na cena em que Charlie se sente infinito, também existe uma cena que Laurel vive e que mesmo sem ter verbalizado isso, eu tenho a certeza de que ela se sentiu infinita. Assim como eu.

Então, é isso. Espero que gostem, que leiam os dois, que sintam o que eu senti. Que me perdoem por ter ficado tão grande, e eu até tentei me controlar. São livros que eu poderia ficar horas e horas falando sobre. Até a próxima!






"Não espere o futuro mudar tua vida, porque o futuro é a consequência do presente." - Racionais MC's.
Eu sempre pensei que o tempo pudesse ajeitar as coisas, que fosse o melhor remédio. Pensei até que ele seria capaz de curar feridas que um dia eu cheguei a achar incuráveis e que com ele, apenas com ele, eu mudaria. Contudo, hoje eu descobri que nunca estive tão enganada. O tempo não é tão poderoso, se eu não fizesse nada para mudar. Se eu não tivesse decidido ir embora, se eu não tivesse deixado mágoas para trás, se eu não tivesse feito certas escolhas, eu estaria na mesma situação de uns meses atrás. E é exatamente isso que a minha vida se trata.
Ninguém nasce com um sentido certo. Se não se decide do que quer fazer, ter ou sentir, nada adiantará. Então eu decidi que iria mudar, e eu mudei. O tempo me ajudou, é claro, mas se não fosse por mim, eu ainda estaria ancorada lá atrás - e eu culparia a vida, os astros, o destino e até mesmo o karma, quando a culpa de tudo sempre foi minha. Foi aí que eu parei e pensei: "por que não mudar?". Mudar de casa, de vida, os sonhos e até mesmo a minha rotina. Descobri que eu sempre tive medo, angústia de não conseguir. Isso me impedia de tentar.
Mas agora eu vou. Prefiro me arrepender de ter feito do que de nunca ter tentado, e tentar mudar é algo do qual eu não tenho o direito de ter medo. Só o fato de tentar já me satisfaz. Se não der certo, tudo bem. Eu jamais saberia se não fosse lá e fizesse. E eu não refiro só à mudança, mas a certas atitudes que mudaram o rumo dos meus planos somente por pensar em fazê-las. Como eu falei, o tempo não é milagroso; mas também não devemos tirar totalmente os créditos dele. Ele não é mágico, mas de acordo com que o tempo age, passa e nos dá a oportunidade de ajeitar tudo, vemos o quanto vale a pena esperar. E quando se vê, já se passaram anos. Se você mudou, você cresceu, você amadureceu, ótimo. Se não, a hora é agora. Mas sempre, sempre com a ajuda do tempo. E vai chegar um dia em que vou agradecer; ao tempo, à coragem, às oportunidades, o que for. Tudo só depende de mim.


Sinopse: 

Para Henry Chinaski - protagonista dessa obra -, o que pode ser pior do crescer nos Estados Unidos da recessão pós -1929 e ser pobre, de origem alemã, ter muitas espinhas, um pai autoritário beirando a psicopatia, uma mãe passiva e ignorante, nenhuma namorada e, pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão de obra barata em um mundo cada vez menos propício às pessoas sensíveis e problemáticas,


Resenha:

Misto-quente foi a primeira obra que li de Bukowski, apesar de já ter degustado de trechos de sua
autoria no Tumblr. Já escutei que se você não leu Misto-Quente, você não leu Bukowski, ao ponto
de que uns dizem o contrário. Já faz um bom tempo que li o livro e ainda existe tudo aquilo na
minha cabeça, o que com outra história não aconteceria. Mas acredito que isso seja por Misto-Quente 
ser uma história muito mais de reflexão do que narrativa em si, não tem como explicar o livro sem
refletir o que Bukoswki escreveu. Dando uma pesquisada sobre Bukowski para um trabalho, descobri 
que Henry Chinaski nada mais é que o seu alter ego. Foi chocante para mim ler um pouco sobre a 
vida dele, e saber que praticamente tudo o que estava imprimido na páginas de Misto-Quente era uma 
história real. Saber que cada surra que o Henry havia levado, Charles Bukowski havia sentido, como 
cada cigarro fumado, as cervejas bebidas, e os inúmeros "foder" e "cagar" que era expelidos da
 boca de Henry, também haviam saído da de Bukowski.


Acredito que eu nunca havia lido algo que lançasse tanto uma verdade na cara e em como eu poderia refletir aquilo nos tempos de hoje. E aceitar que o homem pode ser eternamente infeliz, quando não se tem fé nele nem no mundo. Pois para Henry, o mundo era apenas algo de "foder", "cagar", "beber" e "fumar", pois para ele o mesmo não significava nada, pois sua pele tinha cicatrizes demais do problema seríssimo que teve com acne e no qual se viu tornar uma cobaia para agulhas e experimentos, por que ele achava as pessoas repugnantes e tudo era meio sujo e nojento. O quanto a ideia do sexo pode ser sublime e repulsante, seja por não significar nada, ou por ver mulheres cansadas da vida abrirem as pernas para ele. 
Então ele descobriu a bebida, o cigarro, e ali, encontrou seus melhores amigos, pois bêbado e fumando ele poderia ver a vida um pouco menos cinza e inserir socos, derramando filetes de sangue, com mais facilidade. 
Vemos desde o começo como a vida de Henry era miserável, com um pai brutal e uma mãe que só sabia fazer o que os outros mandavam. Misto-Quente além de tudo, mostra a banalização do sexo, com meninas pequenas perguntando a um pequeno Henry, se ele queria ver a calcinha dela, e o quanto aquilo parecia tão normal.
Foi bem chocante para mim quando eu li as primeiras páginas, principalmente por esta entrando no mundo de um homem que é totalmente o oposto do meu. E foi chocante terminar e ter a conclusão que eu tive: Aquilo seria um eterno ciclo vicioso, dele vivendo miseravelmente, sem encontrar motivo na vida e por achar que não adiantava puxar um gatilho e estourar seus miolos. Ele apenas permaneceria escrevendo do seu modo sujo, tentando entender o ser humano, tentando observar se nós não seriamos apenas "Milhares de peixes mar adentro, devorando uns aos outros. Infinitas bocas e infinitos cus, engolindo e cagando. A terra inteira não era nada além de bocas e cus engolindo e cagando e fodendo".