Autor(a): Lyssa Ray Adams 

Editora: Arqueiro 

Nº de páginas: 320

Narração: 3º pessoa

Sinopse:

A primeira regra do clube do livro é: não fale sobre o clube do livro. 


Gavin Scott é um astro de beisebol, devotado ao esporte. No auge de sua carreira, ele descobre um segredo humilhante: a esposa, Thea, sempre fingiu ter prazer na cama. Magoado, Gavin para de falar com e ela e acaba piorando o relacionamento, que já vinha se deteriorando. Quando Thea pede o divórcio, ele percebe que o orgulho e o medo podem fazê-lo perder tudo. 


Bem-vindos ao Clube do Livro dos Homens 


Desesperado, Gavin encontra ajuda onde menos espera: um clube secreto de romances, composto por alguns dos seus colegas de time. Para salvar seu casamento, eles recorrem à leitura de uma sensual trama de época, Cortejando a condessa. Só que vais ser preciso muito mais do que palavras floreadas e gestos grandiosos para que Gavin recupere a confiança da esposa.


Eu poderia fazer essa resenha de diversas formas: falar sobre a narrativa equilibrada do livro, da importância que a história dar aos romances, ou mesmo sobre casamentos. Mas decidi ir pelo caminho em que tenho que me abrir com vocês. 

Nas primeiras páginas do "Clube do Livro dos Homens" conhecemos Gavin Scott, não como o famoso jogador de beisebol, mas como um bêbado chorando as mágoas de um casamento fracassado. Sua esposa, Thea, pediu o divórcio após informar ao marido que não sentia mais prazer com ele. Na tentativa de entender o que precisava para salvar seu casamento, Gavin entra em um clube secreto de romances, formado por colegas de time e alguns conhecidos da cidade. Para surpresa de Gavin, ele enxerga o reflexo de sua própria história nas páginas de uma trama de época e descobre que tem muito a aprender sobre o casamento e si mesmo. 

"— Palavras não importam, Gavin — explicou Mack, estranhamento sóbrio. — São as ações que contam. E, se ela aprendeu a desconfiar do amor na infância, não importa quantas vezes você se declare. Você a fez duvidar do amor quando foi embora." Capítulo 8

É exatamente esse reflexo que Gavin enxerga que me fez enxergar o meu próprio. Isso porque a narrativa de Lyssa Kay Adams é divertida, bem construída, inteligente e com críticas diretas a visão que os homens e a sociedade têm dos romances, mas sim porque ela não enxerga seus personagens como uma simples página. Eles são um livro todo. Existe Thea antes de Gavin e Gavin antes de Thea, e todas as feridas que foram abertas no passado e mal suturadas decidiram romper todos os pontos agora. E assim como Gavin, eu tenho problemas na fala. Falo rápido demais, me atropelo, às vezes gaguejo e sei como é doloroso o olhar do outro quando é algo que você não faz porque quer. 

"Ele estava fingindo. Estava fingindo havia meses antes daquela noite. Fingindo que tudo estava bem entre os dois quando claramente não estava, porque era mais fácil fingir do que enfrentar a verdade: estavam se afastando, ele a estava perdendo." Capítulo 20

Um dos pontos centrais da narrativa é a família. Thea e Gavin se casaram às presas quando ela engravidou de gêmeas. Ele, vindo de uma família aparentemente perfeita, não se sente confortável em assumir que o casamento não está indo tão bem. Ela, por sua vez, vinda de uma família partida, sente que está repetindo as falhas dos pais e se perdendo. Dessa forma, mesmo com as tentativas de Gavin de reatar o casamento, Thea não consegue se entregar. Os machucados de seu passados continuam doendo, sangrando e ela acredita que Gavin será mais um a abandoná-la. 

Talvez quem não tenha uma história frustrada com o pai, ou mesmo com alguém muito importante que tenha te machucado muito, Thea pode parecer "complicadinha" demais, mas não é. Eu a entendo. A sensação de abandono fica para sempre na gente, principalmente quando vem de alguém que deveria ser o nosso porto seguro. Lembro como se fosse hoje, mesmo que na época tivesse 5 anos, do meu pai indo embora. Lembro de ir me perdendo dele ao longo dos anos, da gente olhando um para o outro, sabendo que ali existe amor, mas não reconhecimento. E essas dores, assim como outras, me fizeram ser uma pessoa fechada para relacionamentos com homens, para confiar neles em geral. 

E assim como Thea, eu fingia. Fingir que tá tudo bem é mais fácil, só que uma hora a gente cansa e vê que existe uma bagunça enorme para ser consertada. Por esses motivos, o "Clube do Livro dos Homens" foi tão importante pra mim. Ele abriu meus olhos para o que eu não queria ver e mostrou porque era importante que eu passasse a enxergar. 

O "Clube do Livros Homens" fala sobre casamento, amor, amizade, romance, mas, sobretudo, da importância de curarmos as dores antigas para que possamos desfrutar do presente e construir um futuro sem mágoas.


         




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