Acho que no fundo eu sempre quis ser notada. Ser diferente da bagunça da minha família. Me programei e estabeleci uma meta de vida. Coitada, não sabia de nada. Não tem como estabelecer metas para tudo e realizar todas. Há muito tempo eu passei a ser uma simples menina que gosta de ler e escrever, e é isso, não me dou bem com números, com elementos, nem com sangue.
Eu gosto de papel na mão, do cheiro de algo novo e do poder de criar algo. Mas parece que isso está morrendo dentro de mim. Todos nós se resumindo a notas e mais notas. E todo mundo diz que você tem que aceitar e assistir. Uma hora cansa. Uma hora eu só queria ser feita de areia e poder deslizar pelas rachaduras da rua. Sumir por um tempo, dentro de mim. Não ter que ouvir o meu subconsciente dizendo o que fazer.
Por muito tempo eu quis ser notada por um garoto, não por um ter um par de peitos, mas sim pelo o que eu sou. Então eu percebi que isso era bobagem de gente boba. E como nós somos bobos, permanecemos no erro incontáveis vezes, até ter uma marca no corpo.
Diminui os palavrões. E aquela garota tão sorridente e despreocupada, passou a ser alguém que nos momentos de maior diversão está pensando no que poderia fazer. Eu não aguento mais. Não é como se eu fosse desistir, eu não vou. É mais um lembrete para quem precisa permanecer na linha do trem.


                                                                           

                                                                 

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