As ilustrações simplificadas e sensíveis, em preto e branco, de Anna Macht #ilustração #gif #annamacht #feminism




Amar é verbo e verbo é uma ação. Isso é português básico, mas acredito que haja uma variável grande em relação a essa palavra e muitas outras. Elas estão deixando de ser verbo e partindo para o substantivo, aquele que é só nome e nada faz. Eu já quis demais, me apaixonei por muito tempo, e isso tudo ficou guardadinho dentro do meu peito, tornando todas as palavras e sentimentos que requeriam ação, se tornarem simples nomes. 
E eu fiquei parada e temo dizer que talvez ainda esteja assim. Desejando ele, querendo ele e me apaixonando novamente, porém, calando todos esses sentimentos, como se lançasse um feitiço e eles tivessem que permanecer parados, presos dentro de mim e nunca de fato alcançando o seu objetivo. Provavelmente é medo. Medo de tornar isso tudo real e perceber que não é nada igual aos meus sonhos e imaginação, e que talvez meu coração fique em pedacinhos. Nessas horas é engraçado, pois me pergunto: De alguma forma ele já não está em pedaços? E eu digo que provavelmente é melhor assim, com um coração quebrado, ações em pausa e uma dignidade intacta. 
Não é como se eu quisesse um amor de cinema, onde tudo é perfeito e até o sol fica na temperatura correta para um dia com um encontro ideal. Sinceramente, eu simplesmente quero não querer, não quero deixar essas palavras guardadinhas, quero que elas parem de existir por um tempo no meu vocabulário. Não quero mais está apaixonada por ele, porque sei que continuarei parada e não vou fazer nada para que tudo o que eu imagino se torne realidade, e no fim, estou cansada, levando um peso em meu coração que parece pesar toneladas. Talvez isso venha do fato de mesmo ele não querendo me machucar, tenha feito isso demais e por eu ser puro exagero, ter triplicado todo esse sentimento. As mensagens não respondidas, o descaso com alguém que é pura molecagem, e gosta de gostar das pessoas. No fim, fico triste e despedaçada por ter caído nessa novamente, em uma história sem sal de dois adolescentes que simplesmente não fazem nada, que o "ele" e o "eu" não conjugam verbo algum. O meu "eu" não foi por falta de querer, quis tanto que no final se tornou nada. E ele, acredito que nunca nem pensou em conjugar esse verbo comigo.

                                                     


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