(Via pinterest)

O caminho para o amor próprio está mais para uma grande escalada. E acho que ela está equiparada a subir o Evereste. Eu com certeza não atingi o topo e provavelmente vai demorar um bom tempo para que isso aconteça. Falar e escrever é muito fácil, inclusive esse texto é uma fichinha para o que é isso de verdade. 
O começo é porque estamos condicionadas a procurar falhas, em nós mesmas e nos outros. Procurar falhas parece ser um grande hobby da maioria das pessoas. A gente olha nossa bunda no espelho e pensa: puxa, a bunda daquela modelo não tinha uma estriazinha! Nem mesmo um furinho de leve. E a barriga pode estar de qualquer jeito, mas sempre vai ter a gordurinha aqui e ali. Os seios poderiam estar um pouquinho mais empinados e o nariz facilmente poderia ser igual a de tantas mulheres que fizeram rinoplastia. A verdade é que é difícil se enxergar no espelho e se sentir maravilhosa, linda para caralho. Mas sinceramente, o pior não chega a ser isso. O pior é nos rebaixarmos porque simplesmente achamos que não existe amor para nós, que de toda forma nada vai dar certo, e que somos insuficientes e chatas demais. 
Esses são pensamentos que já me inundaram muitas vezes, principalmente quando você gosta de alguém e esse alguém não gosta de você. Simplesmente parece que é difícil admitir que às vezes as pessoas não gostam das outras e que não temos culpa nenhuma nisso. Já me culpei demais por não ser amada, e o meu maior erro foi não perceber que antes de qualquer dessas coisas eu precisa unicamente e precisamente de mim. Saber que não existe nada de errado em ser eu e que mesmo os defeitos me fazem ser assim. Lógico que não estou falando para você não mudar. Devemos mudar e isso naturalmente vai acontecendo ao longo dos anos, e essa é a graça da coisa: nos reinventarmos cada dia, descobrir uma nova pessoa ao longo das décadas. 
Não é errado ter dias ruins ou simplesmente não gostar de nenhuma foto entre mil selfies. O amor é uma construção e estamos no caminho desse amor desde que nascemos. Não é fácil estar com alguém 24 horas por dia, com todos os pensamentos e incertezas, então é claro que uma hora ou outra a gente queira ser outra pessoa, com outra vida e outros desafios. Somos reais! E é complicado não viver na imagem fabricada da internet, aonde a felicidade é infinita, as brigas políticas são recheadas de palavrões e paisagens e mulheres são todas iguais. O que nos faz bonitas e únicas são as nossas pequenas particularidades, como as cicatrizes de acne que contam uma adolescência espinhenta, os seios caídos de tanto amamentar, ou como as unhas do dedão do pé são diferentes porque uma caiu na infância. Nossas marcas, sinais e diferenças contam a nossa história, se revelando bela em cada curva.
No fim, essa é uma jornada que acabou de começar e ainda restam muitos quilômetros para serem percorridos. Chorar agora e até o nosso fim faz parte, o que não deve fazer parte é nos encarramos como problema, quando no fim, somos solução. O amor cura, e chegaremos no dia em que seremos o nosso próprio antidoto. 
                                                                                                                                                                   
                                                             

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