Há muito tempo eu não escrevo com palavras tão bonitas quanto antigamente, ando soltando uns palavrões no meio dos textos e isso sou eu quando não consigo me expressar de outra forma. Faz tempo que não uso um "tu","tua", "face". Faz tempo que não falo de amor,  pelo menos o carnal. Afinal, eu nunca senti isso. Talvez eu apenas tenha idealizado demais.
De fato eu nunca falei sobre mim. Nunca coloquei as cartas na mesa. Nós sempre falamos sobre você se amar, dá oportunidade a si mesmo e não ter medo de se arriscar, não é? Mas e quanto a nós? E quanto a mim? Eu escrevo isso porque é o que as pessoas precisam ler. Mas faço tudo o que digo nos meus textos para não fazer. Me olho no espelho e não gosto das espinhas, das sobrancelhas e do nariz. Você pode muito bem dizer: o que importa é o conteúdo, bem, sei disso, mas as dúvidas nunca pararão de existir.
Não gosto dessa superficialidade das pessoas passarem um quilo de maquiagem na cara e serem denominadas como "as lindas", tudo se trata de um reboco da cara para se tornar uma máscara, e eu já usei, e não vou dizer que é ruim de fato, é bom olhar no espelho e ficar satisfeito, mas ficar só nisso é ridículo. E eu tento, olho no espelho e falo que eu sou bonita e gostosa e muitas vezes funciona. Também prometi não me apaixonar fácil, falhei. Falhei por uma, talvez duas vezes. Porém aprendi que faz parte do ser humano. A gente é estupido tantas vezes na vida que passa a ser normal.
Hoje, senti um buraco enorme no peito, como se alguma pecinha tivesse faltando, e juro que não sei te dizer qual. Mas é assim, parece que eu toda sou uma loucura, um enorme quebra-cabeças que se renova a cada estação, adquirindo novas peças e jogando algumas fora. Alguns cantos permanecem vazios, mas buracos sempre iram existir, sempre irá existir aquele problema que apesar de não incomodar agora, uma hora vai. É como se fossemos sendo arranhados pela vida e a cada novo passo nos enchêssemos de band-aid,  logo depois a ferida é perfurada novamente e permanecemos nesse ciclo vicioso como se fosse uma droga. Algumas pessoas são assim: uma droga. Nessa imensidão tanta de gente, de tanto carro e tanto motel em cada canto da cidade e até no meio do nada, me caracterizo como cricri, daquelas loucas bem chata, que fala tanta coisa que tanta gente entende tão pouco, alguém que chora demais, mas sorrir demais também, como se a bipolaridade estivesse no meu cérebro, lutando entre si como EUA e URSS, quando até o mundo era meio louco. E boto tudo pra fora, vomitando versos bem nada haver, mas que fazem parecer que algumas pecinhas nunca faltaram.


Nota: Bem, esse é o resultado de uma noite bem ruim, onde fiquei martelando muita coisa e acabou saindo esse texto, que particularmente amo. O texto foi revisado, mas um erro sempre pode passar.

                                                                        

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