Autor(a): Andresa Rios 
Editora: Clube P.S.:
Narração: 3ª Pessoa
Nº de páginas: 152

Sinopse: 

Helena quase é uma adolescente como as outras: escuta broncas da mãe, gosta de passar um tempo com a avó e tem uma melhor amiga. A diferença é que não se sente muito boa nessa coisa de ser humana. Foi por isso que optou pelo curso técnico oferecido em um hospital: para se preparar para um emprego mundano que condiga com sua identidade. Afinal, onde mais poderia estar rodeada de tantas mortes? Ou melhor, de tanta gente prestes a morrer, porque já faz algum tempo que ela descobriu ser a morte em pessoa. O problema é que talvez essa condição não seja apenas sua. Um garoto novo chegou à escola, e agora as pessoas não precisam de sua ajuda para fazer a passagem. Mas Helena não está disposta a abrir mão da única coisa que a torna especial. E vai lutar de todas as formas para desmascarar o impostor que está tentando tomar o seu lugar.

De todos os livros da série Deusas da P.S.: que li até agora, Helena foi o que achei mais diferentão desde quando recebi os primeiros e-mails do clube explicando sobre o que seria a história. E realmente ele tem a pegada mais diferente, porque a protagonista do livro é a morte. A morte no corpo de uma adolescente como qualquer outra e não entende porque logo ela é a responsável de fazer a passagem das pessoas para o outro lado. 
As coisas começam a mudar quando um novo boy (e bonito, viu) começa a frequentar sua escola. Dizem que garotos são sempre um problema, não é? Só que eu tenho certeza que se quando é a morte, os problemas surgem naturalmente, ainda mais quando Helena descobre que existe outra ceifadora tentando roubar seu posto. Aparentemente o mercado está disputado e Helena não quer perder seu job. 
"Sentiu um gosto na ponta da língua. Se parecia com molho de tomate. Helena sorriu. Nunca soube o porquê de todas aqueles sons, cheiros e sensações, mas todas as almas que levava deixavam uma marca para trás. Com o tempo, começara a pensar que era parte da teoria da vida passando diante dos seus olhos: talvez, naquele momento, Conceição estivesse se lembrando de coisas boas que aconteceram em sua trajetória. Um almoço de domingo, quem sabe? Ou um jantar romântico. Helena adorava imaginar, porque o contexto sempre lhe era agradável." Página 10
Apesar do livro ser curtinho, muitas coisas acontecem e talvez esse tenha sido um problema. Porque toda a mitologia que Andresa criou (e eu tenho certeza que existem várias nuances da história na cabeça dela) é extremamente rica, e percebi isso apenas pelas pequenas informações que são reveladas durante a leitura. Então, a sensação que tive quando finalizei o livro era que apesar de ter gostado muito da leitura, fiquei com aquele gostinho de quero mais e que sabia que a mitologia criada tinha potencial para muito mais. 
E a história fala sim sobre duas mortes e não tem nada de obscuro (ou trevoso) nisso. Na realidade, o tema morte é muito naturalizado e tratado com muita simplicidade, mostrando que é algo que vai chegar a todo mundo e que vai doer mesmo. Mostrar que o sofrimento, o luto e toda a dor causada por uma morte atinge todo mundo (e que isso é normal) é um dos trunfos do livro.  
Além disso, se fala muito sobre amizade, problemas familiares e um pouquinho de romance, sem aquela rivalidade chata entre mulheres. 
Helena - Os dois lados da morte é o livro que vai tirar aquela ressaca literária irritante, te fazer refletir, se divertir, e vai acabar quando cê mal perceber. 
P.S.: Ainda dá pra comprar o livro nesse link e acompanhar a Andresa no @andresa7ios

                                   

                                                               

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