Eu não sei bem como começar. Sendo sincera, ponderei muito sobre como faria essa resenha, se juntaria os três livros, se faria individualmente. Desde já, posso admitir que fui com muitas expectativas conhecer mais da obra de Jenny Han, uma vez que li Para todos os garotos que já amei e tinha amado. Pensando bem agora, se eu não tivesse esperado tanto dos livros... Será que não teria sido tão decepcionante?

O verão que mudou minha vida

Autora: Jenny Han
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 2009
Número de páginas: 240
Narração: Narrador-personagem, 1ª pessoa
Título original: The summer I turned pretty

Sinopse: Uma garota. A primeira paixão. E um verão inesquecível.
Sempre que chegam as férias de verão, Isabel Conklin deixa para trás sua vida monótona na cidade e vai com a família para Cousins Beach. A casa de praia é seu segundo lar, e é lá que Belly reencontra as pessoas que mais ama: a melhor amiga de sua mãe, Susannah, e os filhos dela, Conrad e Jeremiah.
Ano após ano, ela tenta se aproximar de Conrad, mas nunca dá certo. Parece que o garoto nunca vai corresponder aos sentimentos de Belly. Dessa vez, no entanto, ela percebe algo diferente: Jeremiah passou a enxergá-la com outros olhos, e os dois estão cada vez mais próximos. Belly mudou. E esse verão tem tudo para ser o melhor de sua vida. 

Estava viajando no ano novo e estava com os três livros no Kindle, aproveitei para ler tudo de uma vez. Além de tudo, ainda demorei horrores para conseguir uma foto decente para o post e, ainda bem, só saiu porque a Isabelle me ajudou.
Demorei um pouco para engatar na história. Embora a escrita da Jenny Han seja bem leve, bem simples, não conseguia me prender tanto aos livros, era sempre um processo mais demorado.
O quadro construído sobre Isabel Conklin para nós, leitores, é de uma menina apaixonada - não necessariamente pelos irmãos Fisher, mas pela vida. Em tudo ela vê razões um tanto quanto poéticas: a forma como o mar a acalma, o significado do verão em sua vida, a insignificância das outras estações. Claramente expressões românticas sobre tudo o que está ao seu redor. 
Acontece que ela vê isso até demais. E, com isso, quero dizer que a protagonista é extremamente emocional e chata. Não me levem a mal, eu mesma sou muito emotiva. Não sei quantas vezes na vida já agi com o coração no lugar de pensar melhor a respeito. Mas ela usa isso, os seus sentimentos intensos, como justificativa para ser chata e inconsistente. Além de achar que o mundo gira em torno da sua própria vida.
Ao lado dela (e no seu pensamento também) estão os irmãos Fisher. Conrad é o mais velho, o cara fechado, ninguém nunca sabe o que ele está pensando, ninguém consegue decifrar suas expressões. É o certinho, que estuda muito, embora nem precise, porque se dá bem em tudo. O exemplo, o líder entre o grupo. E o Jeremiah, o mais novo, que é totalmente o oposto de Conrad. É super transparente, não leva nada a sério, faz piada com tudo. É o melhor amigo de Belly e confesso que no primeiro livro, acho os dois irmãos bem chatos. O Conrad, com esse jeito fechado, acaba sendo só arrogante na maior parte do tempo. E o Jeremiah, penso que há uma tentativa de fazê-lo ser leve, mas algumas vezes as brincadeiras passam do ponto, na minha opinião.
No decorrer do livro, Belly alterna entre momentos do presente e flashbacks para explicar algumas situações. Isso também acontece nos dois livros seguintes, como veremos nas próximas resenhas, mas no primeiro, isso não funciona muito bem para mim. Não há muito o que ser explicado que precise voltar ao passado para entender, porque pouca coisa mudou. Belly sempre foi a menina entre os meninos - os irmãos Fisher e seu próprio irmão, Steven -, deixada de lado, ignorada por ser a mais nova. E ela se martiriza demais por isso. Sente tanta pena de si mesma que quer que os outros sintam também. Culpa os meninos por não conhecer a cidade, culpa por não ir às festas com eles, culpa por não saber da piada ou por ser a própria piada. Tudo bem, eles têm a sua parcela de culpa nisso. Mas ela também não precisa depender totalmente deles.
Além de tudo isso, ainda tem a relação dela com a mãe dos Fisher, Susannah, que é a melhor amiga da mãe de Belly. Susannah é tudo de mais legal para Belly, porque está sempre mimando a menina, com presentes, maquiagens etc. Belly projeta na Susannah tudo aquilo que ela queria que a própria mãe fosse, ainda mais porque as duas são bem parecidas. A mãe de Belly, não. Laurel é talvez a personagem mais racional da história. É talvez a personagem que eu mais gosto, também. É a mãe que a Belly precisa, considerando todo o drama que ela faz questão de viver. Só a Belly não vê isso. E quando vê, parece que esquece rapidamente.
Assim, o livro 1 do Box Verão não é nada demais, para mim. É só uma menina que, como em todos os outros verões, vai para a casa de praia da família, vai nadar, fica com os amigos, sofre por amor. Não tem um clímax, sobretudo por ser muito clichê. Não acontece nada de muito surpreendente, é tudo já esperado. E, para seguir para o livro 2, o mérito é todo da Jenny Han pelos finais instigantes que todos os 6 livros que eu li dela possuem. Um final que mesmo o livro todo sendo enfadonho, me fez ler os outros dois. Mesmo sabendo o que ia acontecer. Mesmo já imaginando - e, porventura, adivinhando - qual seria o final definitivo.
Eu imagino que Jenny quis mostrar uma adolescente como tantas outras já conhecidas, quis que nos identificássemos com todo o drama de Belly. Por um momento, fiquei pensando se toda a raiva que eu passei com o livro não se justifica por eu ter passado da fase que a protagonista está vivendo e já visse as coisas de maneira mais racional, mais pé no chão. E, talvez, alguém com 15/16 anos consiga entender melhor a personagem e até mesmo enxergar-se nela. Eu só senti raiva. E tédio, na maior parte do tempo.
De qualquer maneira, decidi que leria - e, portanto, farei resenha - os dois próximos livros, pois, como eu disse, a autora tem um jeitinho de fazer com que nós desejemos saber o que acontece depois. Além disso, para entender porque a trilogia tem sido vendida como uma história de um livro só.


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