Autor(a): Heloísa Bernardelli 
Editora: Storyteal 
Formato: Audiobook 
Duração: 6H 7min
Narração: Andressa Bodê 

Sinopse:

Amélia é daquelas pessoas que se dedicam de corpo e alma ao trabalho. Quando se vê obrigada a tirar férias por causa de uma crise de síndrome de burnout, resolve passar um tempo no sítio das mães, no interior de Minas Gerais. Lá, onde as noites passam tão devagar, ela acaba dando uma chance à literatura e a uma personagem que também se chama Amélia. A paixão pela prosa do escritor Dan Andrade a faz recuperar o livro de estreia do autor, um exemplar intocado depois de sete anos e cuja dedicatória lhe reserva uma surpresa. A viagem de um descanso se transformará em uma jornada de redescoberta de si e em belos reencontros. 

Para Amélia, com amor, foi o meu primeiro audiobook. Vivi a experiência de me deixar caminhar enquanto alguém, no caso a Andressa Bodê, contava uma história para mim. Me lembrou muito do tempo que eu era só uma meninazinha com meu caderno da Cinderela e sapatos de velcro e que escutava a moça da biblioteca contar uma história com todos os elementos do baú mágico. 

Me permiti ser conduzida pela história de Helô e pela narração de Andressa, conhecendo Amélia, em sua jornada para a casa das mães, após ser forçada a tirar férias do trabalho depois de ter um ataque da síndrome de burnout. Vemos como ela chega no sítio no interior, se aconchega nas mães e na amiga de infância, também vemos como ela foge de si, procrastinando todos aqueles sentimentos misturados que dançam uma dança desconexa em seu corpo. A narrativa da Helô é um primor. Ela capta os detalhes, te mostra aqueles segredos do dia a dia que ninguém percebe, como por exemplo, a pelezinha perto da minha unha que uma hora ou outra eu vou querer tirar. Ela revela aqueles sentimentos que são importantes e que na maioria das vezes só ignoramos. 

Digo isso porque Amélia está passando por um problema, daqueles sérios e ela, assim como nós, diz pra si mesmo "ah, logo passa". A questão é que não passa e cada dia dói mais. Ter a descoberta junto com Amélia do que eram aqueles sentimentos, do que é se sentir perdida, mesmo que a mente dela dissesse outras coisas, me fez sentir pequena. Me lembrou da minha crise de ansiedade e de como eu achei que tudo acabaria ali (e eu não queria que acabasse). 

Mas durante esse percurso, com suas mães, xícaras de café, pão de queijo e muito sotaque mineiro, ela acaba ganhando um livro e ela, que nunca foi muito de ler, se viu embarcando naquela história e sentindo todos os sentimentos e dedos apontados para si. E como num passe de mágica, aquele comichão que nos atinge, ela se lembrou de ver aquele autor do livro, o tal do Dan, em algum lugar em suas memórias distantes. Procurando em velhas caixas de sua casa, ela encontra outro livro, do mesmo Dan, comprado anos atrás, em uma feira literária, com o autógrafo dele, e meu Deus, o seu número! Daqui eu não quero falar tanto. 

Dan e Amélia me mostraram uma paixão descomplicada, um recomeço de passos pequenos e uma felicidade estranha e natural que Amélia já não sentia mais em sua rotina marcada. Ela se propôs a viver, a imaginar, a deixar a água banhar o seu corpo e a dormir por poucas horas. E eu amei e sorri como boba à escutar sobre todos os risos compartilhados. Claro que a jornada de Amélia não terminaria ali, como um passe de mágica. 

Mas vê os seus passos curtos e suas tentativas para retomar a própria felicidade, se agarrando ao que tinha, foi lindo. Terminei a história muita puta porque não sabia que podia marcar meus momentos preferidos durante o áudio, mas muito feliz em enxergar o sorriso em Amélia que não vi no começo da história. 

           

                                                                             



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