"Sophie fitou o relógio mais uma vez. Duas horas. Duas horas que ela teria que fazer durar a vida inteira." (página 32)

Um Perfeito Cavalheiro

Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano de publicação: 2001 (tradução: 2014)
Número de páginas: 295
Narração: 3ª pessoa
Título original: An offer from a gentleman
Sinopse: Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse parece um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, ela é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu.
Uma noite, porém, ela consegue entrar às escondidas no aguardado baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. 
Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. 
O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois. Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível.
Agora, os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica. 

Desde que a primeira temporada de Bridgerton foi lançada na Netflix, as autoras deste humilde blog estão com suas estruturas abaladas. Não teve jeito, a empolgação foi muito grande. Não é segredo que a Isabelle é apaixonada pela série de livros e isso já tem algum tempo. Mas foi só em 2020 que a paixão dela - e o anúncio de que teríamos a série - me influenciou a ler os livros. Li os dois primeiros (que, inclusive, temos resenhas aqui no blog) e gostei. Gostei bastante. Era diferente, visto que foi o meu primeiro contato com esse gênero e foi mesmo uma ótima porta de entrada.
No entanto, quando cheguei ao livro 3, a minha relação com a Julia Quinn ficou um pouco balançada. Ainda ano passado, dei início à leitura e estagnei logo nas primeiras páginas. Não consegui sair do canto. A história do casal não me prendeu. 
Passaram-se meses e quando assisti à temporada, o Benedict me encantou. Somado a isso, eu tinha aquela vontade de dar prosseguimento à leitura, então, na virada do ano, quem me procurasse me veria com a cara enfiada nas páginas de Um Perfeito Cavalheiro.
A releitura de Cinderela realmente nos chama atenção, sobretudo porque temos aqui uma gata borralheira que sofre muito (mas muito mesmo) nas mãos da madrasta. Sophie é uma mulher muito forte e aguentou muita coisa sozinha. Tornou-se uma das "mocinhas" mais admiráveis na minha percepção.
"Imaginava que havia mulheres capazes de abrir mão disso por paixão e amor. Parte dela desejava ser uma dessas mulheres. Mas não era. O amor não podia vencer tudo. Pelo menos não para ela." (página 219)
Mas, cá entre nós... Não vi nada de cavalheiro no Benedict, coisa que o título me prometia. E eu nem estou falando da parte das chantagens, propostas inadequadas e, ainda por cima, de se aproveitar de alguém tão vulnerável quanto Sophie estava. Estou falando do mínimo que ele poderia ter feito para se mostrar um cavalheiro. Se eu me baseasse nas coisas que ele diz, talvez até pudesse considerá-lo um cavalheiro apaixonado - suas atitudes que me incomodam. Não darei spoilers, porém acho que no momento de maior necessidade, que ele devia ter se mostrado esse tal cavalheiro, foi a mãe dele que apareceu para resolver tudo.
E ainda bem! A Violet foi o meu respiro nesse livro, assim como todos os momentos em que a Sophie interagia com as mulheres Bridgertons. Quanto a esse Benedict, passe mais tarde.
Sobre o relacionamento dos dois, é um amor avassalador e praticamente à primeira vista (mesmo que depois o bobão aí tivesse precisado olhar várias vezes para se dar conta de que era ela). Eu só queria que eles tivessem sido sinceros um com o outro desde o primeiro momento.
"Ótimo - murmurou Benedict. - Agora eu vou embora. E você tem apenas uma tarefa enquanto isso: vai ficar bem aqui e continuar sorrindo. Porque me parte o coração ver qualquer outra expressão em seu rosto." (página 189)
Eu realmente amei o Benedict da série. Adoro o arco em que ele se insere, descobrindo que pode ir além com a sua paixão pela arte e pelo desenho. Queria que isso tivesse sido mais desenvolvido em seu livro. Vou me prender a ele com toda a força, porque o da literatura é um chato (e me desculpem por isso).

Gif do Tumblr Bridgertonian

Espero não magoar ninguém (ainda mais), mas o maior valor desse livro para mim foi dar continuidade à série. Há muitos romances que quero conhecer ainda (sobretudo o próximo, Os Bridgertons #4), então isso foi bom. E, embora não tenha amado o livro, tenho ótimas expectativas para esse romance na série e como ele poderá se desenrolar. 
"Eu posso viver com você me odiando - disse ele em direção à porta fechada. - Só não posso viver sem você." (página 157)

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