Foi basicamente por este tweet (e por outro que a Editora Seguinte dizia que elas sairiam em turnê por outras cidade do Brasil) que eu corri loucamente à procura do livro Por Lugares Incríveis. Cartas de Amor aos Mortos eu já li, já fiz resenha e já chorei várias vezes relendo o livro (ou aquele finalzinho dele maravilhoso). 
Quando eu descobri sobre a vinda das duas, fiquei louca procurando o livro de Jennifer Niven, do qual eu já havia ouvido vários elogios de amigos que leram e consideram essa a sua melhor experiência literária. Resolvi experimentá-lo e eu preciso dizer que comigo não foi muito diferente. Estou completamente apaixonada por este livro.

Por Lugares Incríveis

Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Número de páginas: 400
Narração: 1ª pessoa com alternância de eu-lírico
Título original: All The Bright Places

 Dois jovens prestes a escolher a morte despertam um no outro a vontade de viver.

Sinopse

"Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com logos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família.
Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: visitar lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch encontra em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota para de contar os dias e passa a vivê-los."

Eu não sei como começar dizendo isso, mas apesar dos dois encontrarem em si mesmos o sentido da vida, em diversas partes do livro eu me peguei tendo sérias crises existenciais. O livro traz dúvidas como: o que estou fazendo com a minha vida? Morrer é realmente a única saída? Por que é tão difícil outras pessoas entenderem a nossa cabeça?
Finch é um garoto claramente problemático, mas infinitamente enigmático. Logo de início você percebe que ele tem problemas, do tipo "problemas mentais que as pessoas apenas usam para rotulá-lo como esquisito". E em diversas partes do livro eu me identifiquei com ele. Eu não tenho nenhum distúrbio mental, mas entendia quando os outros não o compreendiam, quando suas decisões tomadas não eram entendidas e aceitas pelos outros. 
Este livro me fez querer viver. Fez-me querer visitar lugares incríveis e ter alguém para viver isso comigo. Ultravioleta Markante (como Finch chama Violet) encontra no garoto um recomeço, como se sua nova vida se iniciasse ali.

"Amo: o jeito que os olhos dela brilham quando conversamos ou quado ela me conta alguma coisa, o jeito que ela fala as palavras pra si mesma quando lê concentrada, o jeito que olha pra mim como se só eu existisse, como se visse através da carne e dos ossos e de tudo que não importa e enxergasse só o eu que está ali, aquele que nem eu mesmo vejo." (página 226)

Diversas coisas me encantam. Um dos motivos para gostar de Cidades de Papel, por exemplo, são as andanças dos personagens, e isso é o que não falta neste livro.  Se tem duas coisas que eu amo são livros e viagens, e livros que me trazem viagens dentro deles são os meus favoritos, certamente.
Uma das coisas que eu mais gostei é que é simplesmente a vida de dois jovens com muitos problemas e de antemão, tentando não dar spoilers, eu não julgo Finch por suas decisões. Às vezes, nós simplesmente não temos o poder de escolha - os outros podem até achar que sim, mas somente nós sabemos o que se passa dentro de nós mesmos.

"Olho para ela longamente. Conheço a vida bem o suficiente pra saber que não podemos acreditar que as coisas vão ser sempre iguais, não importa o quanto a gente queira. Não podemos impedir que as pessoas morram. Não podemos impedi-las de ir embora. Não podemos impedir nós mesmos de ir embora. Me conheço bem o suficiente pra saber que ninguém consegue me manter acordado ou me impedir de dormir. Tenho que fazer isso sozinho. Mas, cara, como gosto dessa garota." (página 121)

Eu amei este livro. Ele aborda a morte - e principalmente o suicídio - de uma maneira diferente, de maneira que eu nunca havia pensado antes, que nunca nem passou pela minha cabeça. Não é só um romance adolescente. Não são apenas dois jovens que se amam e se salvam. É algo muito mais profundo do que isso e foi o que me apaixonou. E, além de tudo, ele é repleto de citações incríveis e referências lá no fim sobre o início da história. Foi muito difícil escolher esses trechinhos para colocar aqui, mas certamente foram os meus favoritos. Fez-me chorar, rir, sofrer e ter existencialismos que jamais tive. Vai para a lista de favoritos e para a lista de "todos devem ler isto antes de morrer".
A melhor parte ainda vem: li uns meses atrás no Beco Literário que o filme de Por Lugares Incríveis foi confirmado! De acordo com o site, ainda não existem certezas a respeito da produção, mas Elle Fanning foi escalada para interpretar Violet e tais informações foram divulgadas pela própria editora do livro aqui no Brasil. Estou muito ansiosa e ainda mais apaixonada, se é que é possível.
"E se a vida pudesse ser assim? Só as partes felizes, nada das horríveis, nem mesmo as minimamente desagradáveis. E se a gente pudesse simplesmente cortar o ruim e ficar só com o bom? É isso que quero fazer com Violet - dar a ela só o bom, manter o ruim longe, para que o bom seja sempre tudo o que temos à nossa volta." (página 145)

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