Autor(a): Jo Platt
Editora: Fábrica231
Nº de páginas: 288
Narração: 1ª Pessoa

Sinopse:

Abandonada no altar, Rosalind Shaw resolveu dar a volta por cima e se recuperar deste golpe que abalou sua vida pessoal. 
Ros, por sugestão do amigo Tom, resolve deixar o centro da cidade e começar uma vida nova na pequena St. Albans, onde se torna coproprietária de uma loja de livros usados e antigos. Nesse cenário, trabalhando na companhia de três novos amigos - o introspectivo sócio intelectual Andrew, a atraente e impecável ex-contadora Georgina e Joan, uma solteirona linguaruda -, ela tenta voltar a ser a pessoa que sempre foi: feliz, confiante e divertida. 
Quando tudo parece entrar nos eixos, Ros recebe a visita de seu vizinho Daniel, um tipo barbudo e desgrenhado, que bate à sua porta com um buquê de flores, um sorriso nervoso e novidades agradáveis...
Com um enredo bem delineado, personagens cativantes e boa dose humor, Lendo de cabeça para baixo é garantia de uma leitura deliciosa. 

Desde que vi a capa desse livro, fofíssima, fiquei super curiosa. Ainda mais com esse título super instigante. Então, quando o vi de graça na Amazon não perdi tempo. E ainda fui convidada para minha primeira leitura coletiva com esse livro. Desse modo, uni o útil e o agradável, e comecei a leitura. Inclusive, muito obrigada as meninas, Ana, Alice, Giovana, Maria e Vitória, por terem compartilhado essa leitura comigo.
Ros foi deixada no altar. Entrou de braço dado com o seu pai na cerimônia e descobriu que seu noivo, o Rato (ele não é nomeado por um bom tempo), tinha fugido pela janela. Depois do ocorrido, seus dias se tornaram cinza e um longo período de depressão a abateu. E por isso mesmo, quando li o prólogo e os primeiros capítulos, pensei que o livro poderia ter um teor mais pesado, mas apesar da dor de Ros ser bem explicitada no começo da história, o livro em si não foca nisso. Na narrativa nós não acompanharemos os dias ruins de Ros, mas sim aqueles que ela está superando toda a sua dor com muita risada. 
"A pressão a ser capaz de lidar com ela não era a questão; importa-se era a questão - e eu, literalmente, não podia me importar menos - com nada. Enquanto antes ficava arrasada com um e-mail esquecido, um início tardio ou um nome com erro de ortografia, depois eu me esforçava para lembrar por que quaisquer dessas coisas tinham alguma importância." Capítulo 2
Logo no comecinho conhecemos Daniel, e admito que não da melhor maneira possível, porque ele simplesmente MATOU (foi sem querer? Foi. Mas matou.) com o cortador de grama o porquinho da índia de Ros. O porquinho da índia está na capa mas ele sequer aparece, porque MATARAM ele! Eu, com certeza não levaria isso na boa e fecharia a porta na cara de Daniel como Ros fez. Porém, isso não quer dizer que o Daniel não seja um homem maravilhoso, viu, mesmo com uma barba gigante e feia. 
E por aí somos levadas na vida de Ros e seus amigos, Andrew, Georgina, Joan e mesmo Daniel, vivendo o cotidiano a base de muito vinho e trapalhadas. Pois essa Ros se mete em cada coisa, viu. Cai em arbusto, tenta dá soco em um boy, não consegue e ladeira abaixo. 
"Não deve ser tão dura consigo mesma, não deve perder tempo com o que já passou e desapareceu." Capítulo 8 
Mas fora todas essas trapalhadas e desencontros, "Lendo de cabeça para baixo" fala muito sobre relacionamento em geral, em termo de amizade, de irmãs e amoroso, claro. Também sobre como a vida de todo mundo tem uma dose de tristeza, porque todos os personagens tem pedaços de si meio quebrados, assim como nós. A autora sabe exatamente como equilibrar os momentos difíceis com o bom humor da história, o que torna a leve e reflexiva. 
Por fim, "Lendo de cabeça para baixo", o livro de estreia de Jo Platt, nos leva para a cultura inglesa, tomates cerejas preenchidos com vodka e segundas chances. Afinal, o livro todo é Ros dando uma segunda chance para si e o amor, assim como os outros personagens que também foram marcados pela vida. O que nos ensina algo muito bonito e deixa o coração mais quentinho e uma esperança para tempos melhores (a gente precisa, né).
"Os sentimentos, disse a mim mesma, os próprios e os de todas as outras, deviam ser reconhecidos, avaliados e compreendidos, e não ser algo no qual alguém tropeçava, como uma raiz de árvore inesperada no escuro, ou contra os quais as pessoas se chocavam, como uma parede construída às pressas no meio de uma das pistas da rodovia M4." Capítulo 30
           







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