Autor(a): Holly Black

Editora: Galera Record 

Nº de páginas: 294

Narração: 1º pessoa

Sinopse: 

A rainha do nada é o aguardado final da trilogia O Povo do Ar, best-seller #1 do New York Times. Ele será a destruição e da coroa e a ruína do trono. O poder é mais fácil de adquirir do que de manter. Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável. Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfame, mas as condições são longe ser ideias. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo o que Cardan tomou dela. A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu. No entanto, ao voltar de Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próximo a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre? A rainha do nada é o épico desfecho da trilogia O Povo do Ar, da renomada autora Holly Black. Com intrigas palacianas, reviravoltas inesquecíveis e uma construção de um universo ao mesmo tempo complexa e crível, Holly Black se consagra mais uma vez como a rainha do Reino das Fadas e um dos nomes mais icônicos da fantasia para jovens adultos.


Finalizar um livro é complicado. Colocar o ponto final em uma história que vem sendo construída há um tempo é difícil. Você precisa olhar lá para o começo, pro meio, pelas entrelinhas e ver o que ainda precisa (ou não) ser concluído. Agora quando falamos de uma série, saga ou trilogia, esse trabalho consegue ser muito pior. Afinal, existiu toda uma construção para a chegada daquele ponto final. Precisa haver consequências e conclusões, e as expectativas tendem a ser bem altas. 

"Um pânico repentino toma conta de mim. Preciso me afastar dele. Tento pular do galho, mas não caio no chão. Só caio e caio e caio pelo ar, como Alice no buraco do coelho." Página 55

Sendo assim, reafirmo a inteligência de Holly Black. Ela entende seus personagens e com isso compreende o que precisa ser feito. Em "O Príncipe Cruel" conhecemos Jude, uma humana vivendo no mundo das fadas e sofrendo as consequências de viver em um mundo tão cruel. Pudemos ver toda a sua transformação na busca do poder e até onde ela chegaria. Ao mesmo tempo olhávamos com desconfiança para Cardan e descobrimos que ele não era bem o que parecia. Em "O Rei Perverso" o poder tão difícil de ser conquistado escorrega de suas mãos e Cardan mostra que o trono é seu, ao passo que seus sentimentos se confundem e as raízes do amor começam a afundar em seus corpos. 


Então, o que teríamos em "A Rainha do Nada"? Diria que um recomeço. É daqueles momentos que a chave irá mudar em um click rápido e as decisões precisarão ser tomadas. Exilada no mundo mortal, a humana criada em volta das cruéis fadas não se sente em casa. Criada em meio a brutalidade, ela será brutal e sangue derramará. Só que o coração de Jude pulsa pelo Reino das Fadas e na primeira oportunidade, ela retornará. 

Como será encarar Cardan? Jude não é mais a menina em busca de poder e vingança, ou mesmo aquela que tenta manter para si. Ela é a rainha. E a rainha está atrelada ao rei, de uma forma tão forte que ela não consegue entender. Logo ela entenderá que Cardan já não é o mesmo e que ela se tornou algo muito maior, de um jeito que nunca imaginou. Ele não será o problema. O inimigo será o mesmo que causou toda a sua mudança ainda quando era apenas uma menina que havia acabado de ver os pais sendo mortos. Origens violentas simplesmente não se perderam e finalmente Jude perceberá que não está mais sozinha. 

"Se você enfiar uma espada aquecida em óleo, qualquer pequena falha vira uma rachadura. Mas, banhadas em sangue como vocês foram, nenhuma se partiu. Vocês só ficaram mais duras." Página 143

Mas se lembram que falei de um recomeço, não é? Ele de fato virá, junto com uma coroa quebrada, uma serpente rastejante e decisões que deverão ser feitas. Não se trata de quanto sangue será derramado, se trata de entender a crueldade e a maneira peculiar que as fadas se movem e respeitam a terra que é mais forte que tudo. 

É certo que queria só mais algumas páginas de Jude e Cardan para aproveitar e suspirar a química absurda que ambos possuem, mas dona Holly Black não facilitou meu coração de romântica e shipper. O que no fim posso dizer é que O Povo do Ar se tornou uma das minhas séries preferidas e me entregou personagens apaixonantes com suas próprias distorções e crueldades e um universo que conseguiu transbordar magia pelas páginas amareladas. 

                





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