Algumas escolhas mexem conosco, não é? Mas mexem mesmo, antes até de serem tomadas. Nós apenas não conseguimos tomá-las. Foi em um súbito momento de insanidade completa - ou de pura sensatez, no fim das contas - que eu decidi que, sim, era aquilo o que eu queria, independente do que viesse dos outros depois. O meu coração diz ser o certo. Eu sei que no fundo, bem no fundo, estou feliz, mesmo que a minha pequena quase inexistente necessidade da aprovação de todos tenha me feito angustiada. Já passei daquela fase de ficar irritada com o pensamento de que 17 anos é muito pouco pra decidir por algo que mudará a minha vida. A minha playlist de músicas brasileiras tem sido útil para me deixar mais tranquila comigo mesma. 
Pessoas especiais me ajudaram a perceber que não há nada de errado em querer realizar o seu sonho, mesmo que ele não corresponda às expectativas dos outros. Também está tudo bem se não for a escolha da minha vida, a "escolha certa", porque eu posso mudar depois se tudo der certo. E eu posso reconhecer o meu erro depois. Depois, as coisas ainda podem ser consertadas. Isso só está nas minhas mãos. 
Ainda há quem eu ame aqui e estas pessoas estão tão orgulhosas de mim que eu não consigo pensar em nada que possa substituir a felicidade de tê-las por perto. Elas gostam de quando eu me reinvento e demonstro melhorar minha autoestima. Elas choram comigo quando se compadecem, mas me fazem sorrir muitas vezes mais. E eu sei que posso estar em pedacinhos, elas não sairão de perto. Elas me fazem ser mais forte e eu não sei ser mais grata por nada do que sou por isso. É como tirar o bilhete premiado mesmo sem jogar nada. Não há sorte maior que essa.


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