Para a menina com quem conversei na livraria do shopping perto de casa,
Você me inspirou a escrever sobre o amor depois de me contar do seu primeiro namoro. Não aquele amor banal, sacal, que está na boca de todo mundo hoje em dia. Mas o amor virgem, inocente, sublime e esquecido por muitos. Eu falo do primeiro amor e que, por sorte, foi correspondido. Aquele que nós não sabemos ainda se é, mas mexe com a gente de um jeito esquisito. É aquele amor que aconteceu no seu tempo de colégio ou só na faculdade e você não tinha ideia da imensidão deste sentimento por alguém que não fosse parente ou amigo. É quando você descobre que não pode controlar a própria mente ou coração e que ambos não trabalham juntos; seu racional diz que não, e seu coração, que sim, em todas as línguas e formas possíveis. Ele obriga teu cérebro a trabalhar junto, a não desgrudar o pensamento daquela pessoa. E você tenta se convencer: é uma paixãozinha boba, nada mais que isso. Mas você se pega preocupado com aquela pessoa e o ciúme toma conta do seu corpo de um jeito que você nunca imaginou. 
Vocês, juntos, passam por todo aquele início gostoso, no qual vocês vão se conhecendo. Apresentam suas preferências, mostram suas músicas favoritas, indicam filmes, chamam para sair. Acontece o pedido de namoro; ou nem acontece, vocês simplesmente aceitam que já estão juntos. E vocês se apresentam para seus pais. Você compreende que não pode dedicar sua vida cem por cento para o outro, mas dedica cem por cento de si mesmo quando vocês estão juntos. E vocês sonham juntos. Vocês aprendem juntos, coisa essencial para seu relacionamento. Vocês descobrem todo dia mais e mais o que é amar. Você reconhece os defeitos do outro, tem até raiva de alguns deles, mas esquece tudo quando ele vem com aquele jeito só dele, aquela voz única e inesquecível, aquele beijo que é só teu e te faz esquecer do resto do mundo. Vocês vão se amando e se conhecendo, vão construindo uma história juntos. A história a dois de vocês vai sendo moldada pelo tempo e pelas suas próprias mãos, e você vai amando mais e mais. Você quer que dure, que seja eterno. É o seu primeiro amor real, pois você se dá conta de que todos os anteriores não foram amor. Foram quase isso.
A vida se mostra mais fácil e bonita. O outro te faz ser par quanto o mundo te fazia ímpar. O primeiro amor é isso; descobrir o outro e se descobrir, descobrir o que é o amor e querer saber mais. E ele não é como dizem por aí... Ele aceita erros. Aceita que o outro vez ou outra possa vacilar, pois nada há de ser perfeito, e juntos vocês vão se consertar. Não se engane; o amor não veio para ferir ninguém. Ele veio para nos curar. E ele não vai acabar. Vocês podem brigar e terminar, e podem vir vários outros... Mas esse teu primeiro amor vai ser referência para a tua vida inteira, pois graças a ele você descobriu que pode amar, e amadureceu no primeiro relacionamento que teve. Aprendeu coisas que fazem parte de uma boa junção, descobriu o seu espaço e quem sabe até descobriu que o amor pode acontecer da maneira que você achar melhor. Faz desse primeiro amor uma lembrança boa e nunca se esqueça: ele veio para curar.

Nota: Conversei com uma menina triste que conheci por amigos em comum, que relatou-me sobre seu primeiro relacionamento que estava prestes a chegar ao fim. Quero que ela saiba que por mais que não pareça por haver um ponto final, ele foi o seu primeiro amor. 


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