Foto: Blog Adormecidas

Autor(a):
Jenny Colgan
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 336
Narração: 3ª Pessoa 

Sinopse: 

Um balneário tranquilo, uma loja abandonada, um apartamento pequeno. É isso que espera Polly Waterford quando ela chega à Cornualha, na Inglaterra, fugindo de um relacionamento tóxico.
Para manter os pensamentos longe dos problemas, Polly se dedica a seu passatempo favorito: fazer pão. Enquanto amassa, estica e esmurra a massa, extravasa todas as emoções e prepara fornadas cada vez mais gostosas.
O hobby se transforma em paixão e ela logo começa a operar sua magia adicionando frutos secos, sementes, chocolate e o mel local, cortesia de um lindo e charmoso apicultor.
A padaria dos finais felizes é a emocionante e bem-humorada história de uma mulher que aprende que tanto a felicidade quanto um delicioso pão quentinho podem ser encontrados em qualquer lugar.
"Mas agora, com o sol aquecendo as costas dela, respirou fundo e tentou focar no futuro, em vez de no passado. Sim, o futuro era um cenário assustador, mas que cenário não era?" Página 72
Desde que li "A Pequena Livraria dos Sonhos" - já resenhado aqui - me apaixonei completamente pela escrita da Jenny Colgan. Ela escreve o tipo de livro que abraça, lhe bota num cantinho e enche o seu coração de coisas boas. Isso começa logo pelas propostas dos livros da autora. O primeiro fala sobre uma livraria móvel e esse sobre uma padaria, o que significa que durante todo a trama fiquei passando fome. Era como se conseguisse sentir através das páginas o cheirinho de pão no forno e o gosto do mel na língua. 
Polly, a personagem principal, não apenas tem o nome da Polly Pocket, como tem um marido: Chris, o vacilão, e eles estão em falência. O começo da história lembrou muito o começo de "A Pequena Livraria dos Sonhos", exatamente porque ambas as personagens principais estão ferradas, desempregadas e sem saber o que fazer.
"Só por um segundo - um delicioso segundo -, o mundo inteiro congelou, e Polly percebeu que ele estava prestes a beijá-la. Durante esse longo instante, ela soube que o beijo seria tudo o que sempre sonhara, tudo o que sempre desejara; soube que, depois, a despeito do que fosse acontecer, talvez nunca mais fosse querer beijar outra pessoa." Página 259
Polly precisa arrumar um emprego e achar uma casa para morar - já que o seu apartamento chic que dividia com Chris foi devolvido ao banco, e ele não a chamou para ficar com ele na casa de sua mãe - e nisso tudo acaba se mudando para Mount Poulbearne, uma pequena ilha na Cornualha (e totalmente fictícia).
A partir do momento que Polly se muda para a cidadezinha com uma ponte que fica submersa de hora em hora, sua vida começa a mudar. Polly começa a fazer seus vários pães deliciosos e quando ver toda a cidade já ama a sua comida. Porém, só depois ela finalmente consegue ver o seu hobby como fonte de renda e começa a ganhar um dinheirinho (afinal, ela precisa).
Nesse meio tempo, Polly conhece Tarnie, um pescador bonitão e super prestativo, além de seus companheiros de tripulação (que são muito fofos também), Huckle, o gigante e loiro norte-americano que produz mel e a Sra. Manse, sua senhoria e dona da única padaria da cidade.
A história contém um romance lindo (apesar de achar que a autora se repete), mas o ponto chave é a construção de Polly. De como ao longo das páginas ela ressignificou a sua vida. Saindo da fossa e se superando, fazendo o que gosta e sendo ela de verdade.
A cidade também é uma personagem. O fato dela se manter longe e ao mesmo tempo perto da cidade grande, de se fazer como refugio, constrói toda a ambientação da história. E ela também se reconstrói com a evolução de seus habitantes. Então, saímos de uma simples cidade pesqueira para um lugar que significa "lar".
"— Minha rainha — recitou 'Fulano', em um tom grave e monótono, lendo um cartão. — Que a força esteja conosco conquanto viajamos pela galáxia da vida. Prometo nunca ceder ao lado negro..." Página 307 (Botei "Fulano" para não entregar quem é o personagem) 
Uma parte muito importante também é a importância que se dar aos pescadores e ao mar. Parece que às vezes nos automatizamos e esquecemos que o alimento que consumimos foi produzido por alguém. O caso dos pescadores é bem especifico, visto que é uma profissão super perigosa e que esquecemos constantemente de reverenciar. Não posso deixar de falar, exatamente por causa dos vazamentos de óleo nas praias do nordeste (e porque sou nordestina) de como temos que defender o mar, os animais e a profissão das pessoas que precisam trabalhar nele.
Por fim, Jenny Colgan consegue entregar mais um livro maravilhoso, que encheu o meu rosto com sorrisos intermináveis, me deu muita fome e tem receitas maravilhosas. Além disso tudo, a história tem o MELHOR casamento de todos e Neil, o papagaio-do-mar, é a grande estrela desse livro (a coisa MAIS linda desse mundo)

Esse é um papagaio-do-mar. Não é a coisa mais fofa?


                                    

                                                               

Deixe um comentário