"Na maior parte das vezes, a mocinha precisa se salvar sozinha." (Capítulo 1)

Um Casamento Conveniente

Autora: Tessa Dare
Editora: Gutenberg
Ano de publicação: 2017 (versão brasileira: 2019)
Número de páginas: 256
Narração: 3ª pessoa
Título original: The Duchess Deal
Sinopse: Com metade do rosto marcado e desfigurado pela guerra, não foi só a aparência do Duque de Ashbury que sofreu mudanças: a rejeição e o olhar de desprezo das pessoas mutilaram também o seu interior. E, já que precisava viver às sombras da sociedade, ele decide que passará seus dias perambulando por Londres durante a noite para assustar todos que cruzarem seu caminho.
Mas o tempo passa, e em posse de um grande título, o duque sabe que precisará cumprir o dever de conseguir um herdeiro para seu ducado. Para isso, só existe uma regra: encontrar uma mulher que aceite um casamento de conveniência, lhe dê um herdeiro e desapareça de sua vida. 
Quando Emma Gladstone, uma costureira, aparece na casa de Ashbury para exigir o pagamento de uma dívida, ele vê ali uma grande oportunidade de acordo e lhe faz a proposta de casamento. Mas o duque deixa claro que, assim que Emma engravidar, ela deverá partir para o interior e sumir para sempre. 
Ele precisa de um herdeiro. Ela precisa de um bom casamento. Os dois estão dispostos a tudo, desde que não envolva seus corações. Mas será que o amor cabe nas entrelinhas de um contrato?

Querida Isabelle,

Entendi o entusiasmo das pessoas, principalmente você, quando se trata desta cidade. Londres sempre me surpreende - e é uma surpresa, sobretudo, que eu ainda não tenha me acostumado com isso. Desta vez, contudo, foi no sentido bom e ruim. Eu mal cheguei à cidade e presenciei uma tentativa de assalto! A vida no meio urbano é realmente mais agitada e um tanto quanto perigosa. Mas é claro que tem suas partes boas...
O casal que acompanhei enfrentava o maior dos perigos quando se tem medo, a possibilidade à qual todos nós estamos sujeitos: o amor. 
Emma e Ash me receberam muito bem. É certo que isso teve muito mais parte da Emma do que do duque, mas, com o tempo, eu e as outras meninas pudemos perceber que ele só precisava de um sinal de confiança. 
"O homem era cínico, insensível, desdenhoso e grosseiro. E ela iria, com certeza, se casar com ele." (Capítulo 3)
As cicatrizes que mais doem em Ash já não são mais as físicas; com essas ele aprendeu a lidar. As emocionais foram tão profundamente marcadas que ele faz de tudo para esconder-se, acredito eu faça isso buscando esconder de si mesmo a própria dor. 
Mas esse acúmulo de dores faz com que ele se torne alguém amargurado. De tanto repetirem que ele possui uma aparência repulsiva, ele tomou como verdade e se colocou em uma zona onde o amor não consegue se infiltrar. Não quando ele é franco. 
Ver Emma aparecer na vida dele foi como colorir um desenho em preto e branco. Vi aquele homem mudar da água para o vinho! E mesmo que Emma estivesse ali para dizê-lo o quanto é bonito e atraente independentemente do que os outros dizem, acho que o grande trabalho dela foi ajudá-lo a ver o quanto de beleza ele tinha por dentro, permitindo que nós pudéssemos ver também.
"Olhe para mim. Olhe para mim. Porque você é a única que olha. Provavelmente será a única que irá me olhar." (Capítulo 24)
O que, talvez, pouca gente sabe é que a relação que nasceu ali não foi um ponto de virada apenas para a personalidade do duque. A própria Emma pôde e teve que encarar a dura realidade da mágoa, do abandono, do preconceito em si; para ela, que sentiu tantas vezes a dor da rejeição, de tantas maneiras e de tantas fontes diferentes, um amor como o de Ashbury, buscando ser livre de amarras de preconceitos da sociedade, era o que ela mais precisava. Emma ainda me presenteou com a ilustre companhia de seu gato, Calças, com quem tive ótimos momentos. Além dos criados de Ash, que, mesmo que fossem escolhidos a dedo, não seriam tão maravilhosos. 
Querida amiga, foram longas semanas acompanhando casais feito gato e rato, que mais se bicavam do que se beijavam, mas devo confessar que Emma e Ash vieram tomar um lugar especial e cativo no meu coração. Vi nascer e florescer uma relação com muita cumplicidade, proteção, cuidado, carinho, superação e... amor. Sempre amor. Nos momentos finais, é sempre com o amor que contamos. 
Logos nos vemos e reunimos tudo o que foi visto. Chegou a hora de revelar aos nossos leitores cada detalhe, cada mínima coisa que pensaram mesmo que não iríamos reparar. Não vejo a hora de contar tudo! Até breve.
Cordialmente,
Lady Letticia.
"'Que Deus me ajude'. Não. Isso não era necessário, ela decidiu. Não seria Deus quem ajudaria. Ela tinha aprendido essa lição há muito tempo. Na maioria das vezes, uma garota precisa ajudar a si mesma." (Capítulo 31)






Deixe um comentário