Sienna and Austin por Sophia (no Flickr)

Se apaixonar é uma coisa meio doida, né? A gente nunca espera, só aparece sob nossos olhos e invade nosso corpo sem pedir licença, nem um "por favor. Obrigada". Ela entra na casa, se senta no sofá e ainda encosta os pés na mesa de centro. Mal educada assim. 

Se apaixonar também é um sentimento meio dúbio, é bom e ruim, calmaria e estresse, tudo ao mesmo tempo. Nos faz reparar em coisas pequenas, daqueles que passariam como o vento anteriormente, mas que parecem como uma tempestade agora. Nos faz questionar as vírgulas, os pontos e até o texto inteiro. Nos transformar em um recorte de nós mesmos. Uma versão mostrando todas as nossas qualidades e deixando escapar os erros pelas arrestas. Mas se apaixonar é a parte fácil, é quando deixamos nosso coração desviar um pouco do caminho e se permitir ser flechado. O resto é o difícil, o pós euforia, quando aquela flechada não dói em nada e o sangue ainda está bem preso no peito. Para alguns essa flecha talvez possa nunca vir a ser retirada de fato, mas pra mim sim. Ela sempre foi arrancada de mim, meio que de surpresa, sangrando de um jeito que as minhas mãos não sabiam muito como estancar. Sim, eu não sou a melhor pessoa para falar sobre se apaixonar, vamos dizer que minhas experiências não foram lá essas coisas todas. 

Mas é claro que boas histórias saem disso tudo e que essa flechada dolorida pode ser ótima, quando o outro também é fisgado pelo danado do cúpido. Aí vem os sorrisos bobos, as coisas bregas, as tantas inseguranças que afligem qualquer coração e a felicidade miudinha, prendida nas pequenas coisas, desde um bilhete mal escrito à olhares longos e silenciosos, daqueles que a gente não precisa dizer nada, só está lá, se fazendo presente, mal educado assim. 

                                                                              


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