A Linguagem era sua liberdade. (Capítulo 22)

A Biblioteca Invisível

Autora: Genevieve Cogman
Editora: Morro Branco
Ano de publicação: 2014
Número de páginas: 368
Narração: 3ª pessoa

Sinopse: Irene é uma espiã profissional da misteriosa Biblioteca, uma organização que existe fora do tempo e espaço e que coleciona livros e manuscritos de diferentes realidades. Junto com seu enigmático assistente Kai, ela é enviada para uma Londres alternativa com a missão de recuperar um perigoso livros. Mas quando chegam, ele já foi roubado.
As principais facções do submundo londrino estão prontas para lutar até a morte para achá-lo, e a missão de Irene é dificultada pelo fato de que o mundo está infestado pelo Caos - as leis da natureza foram distorcidas para permitir a existência de criaturas sobrenaturais e mágicas imprevisíveis. 
Enquanto seu novo assistente guarda seus próprios segredos, Irene logo se vê envolvida em uma aventura repleta de ladrões, assassinos e sociedades secretas, onde a própria realidade está em perigo e falhar não é uma opção.


Acabo de passar pelo portal e deixar a Biblioteca para trás, depois de todas as aventuras que vivi no alternativo de uma Londres invadida pelo Caos, frequentada por magia feérica, vampiros, lobisomens e diversas outras criaturas. Desde o primeiro capítulo, perdi o fôlego várias vezes com tanta rapidez e quantidade de ação que essa jornada me proporcionou. 
A anciã realmente não havia me informado sobre todas as surpresas que eu encontraria. Irene, a Bibliotecária que acompanhamos, é uma mulher esperta, espirituosa, forte, muito centrada - mas é falha. E esse é uma das suas melhores qualidades. Irene é, diferente da maioria dos que estavam à sua volta, essencialmente humana. Tão humana que as suas emoções - sobretudo a confiança e as suas crenças - foram postas à prova nesta nossa aventura.
Embora muitas coisas tenham acontecido, a nossa busca pelo manuscrito original dos Irmãos Grimm, de 1812, durou em torno de 5 ou 6 dias. Por vezes, tive a sensação de que já haviam passado vários dias - mas ainda estávamos nas mesmas 24h e já havia enfrentado lobisomens, feéricos e viajado em zepelins. 
A aventura também se superou quando tivemos que ativar o nosso modo detetive, com a ajuda do Sr. Vale (alguém muito próximo de Sherlock Holmes deste alternativo), para encontrar o livro - mesmo que só fôssemos descobrir no final o motivo para a Biblioteca desejá-lo. Mas Irene é leal. E faria o que fosse preciso para conseguir o livro, mesmo que tenhamos nos deparado com outros Bibliotecários tentando interceptar a sua missão e diversas outras criaturas tentando roubar o desejado livro.
Mas não lhe darei minha missão, não lhe darei meu aprendiz; e, se eu fosse o tipo de pessoa que tem ratos como animais de estimação, não daria a você nem mesmo o meu rato. Entendido? (Capítulo 3)

A Linguagem - o poder dos Bibliotecários - é muito surpreendente. Eu, como uma bruxa que já passei por vários mundos e tive contato com diversos tipos de magia, foi a primeira vez que presenciei uma manifestação tão específica e tão complexa quanto esse poder. Mas, de certa forma, estar perto de Irene fazia com que eu e os outros nos sentíssemos seguros. 

Neste universo, a Biblioteca é a maior das autoridades - ou pelo menos se enxerga assim. E os anciãos dessa associação secreta guardam muitos segredos que fazem os seus agentes agirem, em grande parte, apenas em nome da fé e da sua lealdade em relação à Biblioteca. Algumas vezes, observando Irene, questionei se ela não tinha dúvidas sobre a lealdade da Biblioteca em relação a ela - visto que tive a sensação de que a Irene poderia dar a vida pelo livro.

[...] todos nós ligados à Biblioteca somos pessoas que escolheram essa forma de vida porque amamos livros. Nenhum de nós queria salvar mundos. (Capítulo 14)

Em nossa jornada, havia tanta incerteza, um medo que tentávamos esconder sob o propósito de cumprir o plano para a Biblioteca, que mal podíamos conseguir um tempo para respirar fundo. Foi enérgico, do início ao fim. Fiquei encantada com o fantástico deste livro, até com a Londres caótica deste alternativo.  Além disso, fiquei ansiosa para embarcar em outras buscas com Irene e Kai, por outros alternativos ainda mais maravilhosos, mas precisei deixá-los para trás. Pretendo voltar a encontrá-los um dia, mas minha próxima jornada será rumo a Caraval.

- Então qual é o objetivo da Biblioteca? - perguntou Vale. / - Salvar livros - respondeu Irene com firmeza. (Capítulo 14)



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