Afogada. A água ao redor de mim. Oxigênio acabando. Tudo que vejo é azul. Dou uma braçada e outra, levanto a cabeça e procuro ar, depois entro na água novamente. Nos minutos que estou fora, o sol me cega, e eu volto para a água. Eu não enxergo o fundo da piscina direito, tenho miopia, 2,0 graus em um 2,25 ou 2,50 no outro. Não importa quantas vezes eu levante a cabeça e respire, ainda me sinto sem ar. Parece que meus braços e pernas perderam as forças e eu poderia afundar. Mas eu luto, mesmo sabendo que alguns chegaram na minha frente. Eu luto. Pois meu pulmão se apertou e nem pensei no tal diafragma. Parece que a borda da piscina nunca chega. Fico tentando cantar uma música na minha cabeça para ver se chego mais rápido, mas só me cansa. Por fim, eu chego.
Bato na borda e levanto a cabeça. Ainda há pessoas nadando. No fim, só passou 16 segundos. Parecia uma infinidade. Coloco as mãos na borda e tento subir, estou sem forças. Passo a perna desajeitada pela borda mesmo com a grande possibilidades das pessoas verem minha bunda mais do que deveriam. Quando se está no limite não dá pra ser sexy. Consigo subir e caminho para a outra borda, a toca sai do meu cabelo e eu ajeito. O mundo parece meio torto, ainda estou no ritmo da água.
Me apoio e salto novamente. Todo aquele ciclo volta. E os 16 segundos parecem infinitos de novo.


Nota: O texto ficou pequeno, mas ele ganhou um toque especial no meu coração. Lembrei das minhas tardes na piscina fazendo natação, e como aquilo tudo me ajudou na vida em si. O texto pode ser meio confuso, mas é para dá trabalho para as suas cabecinhas. Beijos 

                                                                          

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