Um homem robusto vestindo um sobretudo preto que ia desde o seu pescoço até abaixo de seus joelhos, se preparava para tocar piano. Começou com notas graves, que ecoavam em todo aquele espaço. Prosseguiu com notas mais agudas, que ressoavam um som limpo e vibrante. Olhos cintilantes admiravam a destreza em seus dedos que pareciam deslizar sobre o instrumento, que não deixava-se dominar por qualquer um.
             Um universo paralelo o rodeava, ali em meio a tantas pessoas, ele estava só, incrivelmente concentrado em sua música, mas ao mesmo tempo, brincava com as notas como se criassem vida. Talvez estivesse sonhando, estava tranquilo, pensando em algo que só ele apreciava. Seus olhos fechavam em alguns instantes, o que fazia parecer que ele não tomava conhecimento do que estava tocando, Mozart. Mas ele sabia exatamente a melodia, as notas, o ritmo. A platéia parecia maravilhada. Nenhum olhar sequer, desprezava aquele músico tão talentoso. A música o deixava em paz, o som deixava-o sonhador, em um mundo que só ele conhecia.
             A música seria uma estrada longa a ser percorrida, onde o maior obstáculo seria a frieza. Onde a maior vantagem seria o sentimento. Onde a maior recompensa seriam aplausos. Ele não demonstrava ansiedade, nem ao menos nervosismo, isso não era necessário. No momento em que a melodia terminou, não falou nada, não fez nada além de agradecer aos aplausos e partir. Não contentei-me, precisava aplaudir de pé, como quase todos ali presentes. Não lembro seu nome, nem sua aparência, muito menos o vi novamente. Mas nunca esqueci como tocava divinamente bem.

nota: bom, eu particularmente não gostei, se não fosse nossa amada Isabelle, eu nunca teria postado. Fiz esse texto há alguns séculos atrás e nunca tive coragem de mostrar a ninguém, e bom, prometi a mim mesma que pararia com essas bobagens de só postar o que eu gosto. obrigada, <3
               

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