Não me sinto digna de palavras bonitas de afeto. Me sinto vazia, fria. Sinto que nada do que eu diga ou faça mudará o que aconteceu (e muita coisa aconteceu). Só tenho uma certeza nessa vida: eu quero mudar. Não quero mais ser essa bobinha que é confusa e que toma decisões sem pensar. Quero parar de me machucar e chorar pelos cantos como uma criança. Cansei de ser criança, cansei de ser otária e cansei de chorar. Estava chorando pelos cantos, o tempo todo, porque achava que isso me ajudaria em alguma coisa. Que nada! Só piorou tudo. Tudo parece ainda pior quando a vontade de chorar alcança minha garganta e eu me sinto presa no meu próprio quarto, tendo que chorar em silêncio e sofrer escondida.
          Ouvi minha mãe perguntar pra alguém daqui de casa: "o quê que ela tem?". Queria só saber porque ela não vem perguntar diretamente pra mim. Por que ela não chega no meu quarto e não me pergunta se estou bem? Por que eu ainda insisto em cobrar tanto dela se eu sei que nada virá? Eu tenho sido muito ruim nesse ponto. Tenho sonhado em um dia ter uma boa relação com ela, uma relação de iguais, mãe e filha, mas está claro que isso não será possível. Eu sei que sou confusa. Sei que ora sei que meus problemas são nada na frente dos problemas dos outros; ora lembro que Deus só nos dá problemas que possamos suportar; ora quero simplesmente jogar tudo pro alto e desistir.
          Acho que eu passo a ideia para meus amigos de que meus problemas são todos relacionados com o amor, com essa coisa de paixão etc. Só que isso não é nem a metade. Se ás vezes tomo minhas decisões sem pensar é porque me sinto tão desesperada por algum tipo de atenção, por alguém que me diga o que eu quero ouvir, por alguma luz que Deus me dê e possa me mostrar o que é certo. Eu não sou perfeita, longe disso. Estou aqui, com meus defeitos e erros cometidos sempre, e essa parte eu não pretendo mudar. Mas o que mudará é essa minha facilidade de falar qualquer coisa pra qualquer pessoa. Tenho me libertado demais pra desabafar com qualquer pessoa, mas não é qualquer pessoa que vai me entender. Não é qualquer um que vai me dar uma solução ao invés de ficar me apontando mais problemas. Não é qualquer um que ao invés de magoar ainda mais, vai me mostrar o que realmente vale a pena para que eu possa seguir. 
          Estou sem rumo, com medo e á beira do desespero. Eu penso em Deus sempre que me sinto assim. Penso no que eu poderia fazer pra que isso passasse, para que isso fosse apenas uma vaga lembrança. Meus sorrisos são sinceros, nunca deixarão de ser. Mas não sei se minha felicidade está intacta o tempo todo. Agora, por exemplo, não sei se estou feliz ou triste. A única coisa que carrego no peito é a vontade de mudar, de me privar mais de qualquer comentário desnecessário e seguir sem me importar com o que vão achar dessa minha mudança repentina. Agora ou nunca, eu tenho que mudar.

N/A: Essa abstinência de posts vai acabar, eu juro! Esse texto aqui foi só o começo da "maratona" de férias, se Deus quiser. Estamos preparando já uma coberturazinha da Bienal de Livros 2014 daqui, de Fortaleza, além de posts diários e tudo mais. E sobre o texto: Espero que tenham gostado... Interpretem como quiser. xoxo,


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