Tem gente que faz o outro rir com piadas e brincadeiras criativas. Tem gente que prefere não rir de qualquer bobagem e guarda seus sorrisos para ocasiões especiais. Tem gente que chora por tristeza e ainda mais por felicidade. Tem gente que o coração está tão machucado, frio, que as lágrimas até congelaram. Tem gente de bem com a vida, tranquilo, vendo o prazer que se é viver. Tem gente que prefere ficar com seu existencialismo e dramas derivados, perguntando-se várias vezes ao dia o que diabos está fazendo ali. Tem gente sem pressa, calmo, que deixa o vento dizer qual será o rumo da sua vida, que respira e medita no maior silêncio. E tem gente que não consegue ficar parado, o tempo todo está fazendo milhões de coisas, pensando em mil e uma possibilidades, planejando o futuro enquanto faz um presente sem falhas.
          Tem gente que ama com simplicidade, que cuida sem nem perceber. Tem gente que acha o amor a coisa mais complicada do mundo, que não sabe cuidar daquele que ama e sempre erra quando o assunto é sentimentos. Tem gente que é altruísta e humilde sem trabalho algum. Tem gente que não consegue pensar no outro sem querer algo para si. Tem gente que é feliz se tiver as pessoas que mais gosta ao seu redor e tem gente que desejar por mais.
          Ruim mesmo, nisso tudo, é ser todas essas coisas sem ter controle algum sobre si. Consigo ser toda essa gente, uma de cada vez, e ter a perspectiva de vida de querer ser um só. Alguns têm medo de aranhas, de escuro, de serem roubadas ou até mesmo da morte, enquanto que o meu maior medo é nunca conseguir responder às seguintes perguntas: "quem eu sou?", "o que eu quero para minha vida, para o meu futuro?" e "para onde vou?". Essas são as questões mais instigantes da minha vida inteira. Um dia, sei que vou olhar para isso tudo, para todas essas coisas que eu consigo ser, e verei que é uma grande bobagem, que o que importa para ser feliz não é nem um terço disso. Mas por ora, essas questões são tão vivas dentro de mim, tão intensas, que chegam a ser o pior tipo de suicídio.
          Eu encaro o nada e penso no agora. Eu vejo objetos com valores sentimentais e penso no passado. Eu vejo as pessoas fazendo planos e penso no futuro. E apesar de ser um alguém perfeitamente confuso, o meu presente está muito bem organizado, o passado está absolutamente superado e o meu futuro, prazerosamente planejado. São as dúvidas que me matam, e tendo em mente que a vida é como um sopro, e que o tempo é uma dádiva divina, eu quero esclarecê-las antes que seja tarde. Eu quero resolver os meus paradoxos e minhas antíteses entre o coração e a mente. Porque, bem, você sabe, entre o bem e o mal, o certo e o errado, o bom e ruim, quem decide isso para nós somos nós mesmos e mais ninguém.
          Enquanto tudo for pedra, eu serei flor. Enquanto tudo for ventania, eu serei uma brisa leve e tranquila. Enquanto tudo for utópico e distante, eu serei a mais plena realidade. Enquanto tudo for trevas, eu serei luz. E mesmo que eu me encaixe em todos os rótulos de toda a gente, eu serei uma eterna contradição.

Nota: Não sei se outras pessoas são assim ou se isso é uma demência só minha, mas de vez em quando eu faço uma análise para dentro de mim, buscando respostas para perguntas retóricas (como as que coloquei no texto) e coisas assim saem - mas que não trazem resposta alguma, muito menos uma conclusão sensata do que eu quero saber. Ah, tanto faz. Até a próxima!

2 Comentários

  1. Oi Lê, acho que todos nós fazemos algo parecido, se questionar é bom, é humano e faz parte ^^

    Adorei seu blog!

    Beijos,
    Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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    1. Oi Joi! Foi pensando nisso que fiz o texto! haha
      Obrigada! Também gosto muito do seu. Volte sempre!
      Beijos!

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