Eu odeio cigarro, não gosto do cheiro que deixa meu nariz irritado, e com o álcool é o mesmo sentimento. As pessoas se entopem com uma substância para serem outros, e ficam com aquele bafo nojento, tentando esquecer todos os problemas e se afogar no limbo. 
O meu estereótipo seria querer ser "livre", querer beijar mais de uma boca numa festa, provar vodca, e me permitir. Só que isso nunca foi ser livre ou me permitir, prefiro estar consciente e rir naturalmente, lembrar de momentos bons e dançar até não querer mais, passar a maquiagem que quero, com a roupa que escolhi. Não para ninguém, mas para mim. 
É uma longa jornada que quero percorrer, e apesar de todo o discurso girl power, ainda sou frágil, emotiva, e não acho que ser feminista tira isso de mim. Mas essa emoção muitas vezes me leva a ser travada, fechada e receosa, com medo de amar e não ser correspondida, tentando de forma falha não me machucar. Tirar o time de jogo e seguir a vida, mesmo um pouco quebrada. Tenho medo de admitir pra mim mesma que gosto daquele alguém, tentando prever que nunca daria certo. Às vezes só não apareceu o cara certo, e eu não tenho pressa ou me preocupo com isso, sou feliz do jeito que sou. Só tenho medo de ficar tão travada e perder o cara que podia mudar minha vida, que podia ser meu parceiro e me fazer sorrir. E nestas horas que eu calo minha boca, tiro todos os medos e acredito que se for pra realmente acontecer algo, acontecerá.
Eu vejo que eu sou assim. Fingido ser casca grossa, mas uma manteiga derretida por dentro. E com um tempo que muita gente contesta casamento, filhos, morar na mesma casa, brigas, e ter alguém para buzinar no seu ouvido, eu sou antiga. 
Acho que todo mundo se precipita demais, falando coisas que nunca chegarão a ser concretas. E eu faço tudo isso, mas sou romântica barata e gosto da ideia de ter um lugar para me reconfortar, alguém pra cuidar de mim nas minhas crises de garganta, alguém para ler todas as coisas que escrevo e apontar os erros, alguém pra viajar e tirar inúmeras fotos comigo. Assim como eu quero inúmeras outras coisas, e continuo sendo essa revoltada que é inconveniente, que sou.

Nota: Acredito que esse seja um dos textos mais ''eu''. E isso envolve muitas questões que estavam na minha cabeça e eu precisava colocar para fora. Espero que tenham gostado. 

2 Comentários

  1. Olá, Isabelle.
    Concordo com seu ideal de liberdade. Estar sóbrio, no controle de si e fazer o que quer é liberdade e não se embebedar e nem saber o que faz.
    Ótimo texto.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de julho. Serão dois vencedores.

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    1. Sim. O que adianta não ter controle de si? Que bom que gostou do texto e volte sempre.

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