Às
vezes, me pego em uns lapsos, em devaneios intermináveis e estranhos,
pensamentos flutuantes por todo lugar. Em um desses, enquanto estava deitada no
jardim de casa olhando as estrelas, fiquei procurando uma razão para tudo. Sim,
um motivo. Para quê? Você pergunta? Eu buscava no mais profundo da minha mente
um único motivo para ter fé. Não em Deus, ou qualquer coisa divina. Ter fé em
mim, ou no futuro, ou em algo aleatório. Apenas ter fé. Por que acreditar? Por
que crer em qualquer coisa? O que explica a fé?
Fui
buscando tudo o que um dia me fizera confiar no que eu acredito, ou lutar e
defender isso. Fiquei imaginando como existem pessoas no mundo que acreditam em
diversas coisas, coisas que às vezes somente elas acreditam e ninguém mais.
Lembrei-me de como tem gente que consegue dizer ser totalmente cético e do
quanto eu não acredito nesta afirmação. Lembrei-me de coisas do passado, de
pessoas me dizendo o porquê de suas crenças em quaisquer coisas. Foi então que
eu me lembrei daquele filme romântico em que a garota tem leucemia e já não responde
aos tratamentos. E o garoto faz de tudo para que os últimos meses de vida dela sejam os melhores e mais longos de sua vida. O filme não nos mostra as partes ruins (ou não totalmente), ele é mais lindo do
que qualquer coisa. Mas existe um detalhe específico da estória que me faz
elevar o pensamento a muito mais do que consiste aquele enredo: “a fé é como o
vento; não podemos ver, mas podemos sentir”. E eu nunca vi palavras mais
simples e mais sinceras.
Não
existe algo no mundo que abale minha fé. Eu acredito em muitas coisas e eu mudo
o tempo todo de opinião, de crença, de preferências. Mas se tem uma coisa que
eu deixo intacta é a minha fé na vida. Eu acredito em um propósito, que nada é
por acaso. Acredito que as pessoas foram nascidas para terem uma missão aqui e
que, quando completas, partirão. Eu sou adepta ao “acreditar em qualquer coisa”.
Nossos corações precisam disso. Se alguém quiser acreditar que, sei lá, um
elefante é um deus e a ele você deve dedicar a vida, tudo bem. Eu sei que o
coração dessa pessoa estará confortável assim.
E
eu descobri uma razão e o mais incrível é que ela sempre esteve estampada em
todos os lugares: a fé me conforta. Pode ser o maior absurdo a coisa pela qual
estou crendo, mas se eu creio, se nada me faz duvidar, eu já ficarei bem e não
ouvirei outras pessoas me dizendo se o que eu acredito não existe. É como diz
aquele filme fictício, mas que me traz tantas verdades: não posso ver, ninguém
pode, mas com certeza podemos sentir.
Nota: Vocês nunca tiveram momentos assim? Reflexões estranhas, ou necessidades por crer em algo ou ter alguém para crer por ou em você? Eu tenho disso sempre e só consigo descansar a mente quando arranjo algo novo para acreditar ou aprofundo ainda mais a minha fé em alguma coisa. Um dia, toda esta fé me levará a um lugar. E, sim, eu estive assistindo "Um Amor Pra Recordar" esses dias e tive que citá-lo no texto. É clichê, mas é um clichê aceitável, sim! Até a próxima.