Minha boca estava amarga. Meus olhos fechados. Minha mente destruída. Meus sonhos arrancados, levados para um lugar inexistente. Por quê? Por que comigo? Por que doía tanto? Meu peito estava em chamas, como se tivesse desaprendido a respirar, como se qualquer forma de vida fosse expelida de mim. Sobrando apenas uma carcaça sem vida. Um parasita banhado de tristeza caminhando pelo solado quente da dor.                                                  
          Ela havia ido, mas não tinha levado apenas seu sorriso doce, sua vida alegre, havia me levado junto, deixado na terra algo insignificante. Eu. Eu me odiava. Eu me odiava. Eu me odeio. As lágrimas voltaram as minhas órbitas, o soluço se prendeu no meu peito. Abri a boca, mas não saiu nada, eu não conseguia gritar. Ela não voltaria. Grito nenhum faria minha menina está nos meus braços novamente.  Meu doce, minha filha, tão pequena, tão inocente, tão feliz, agora estava sem vida. Meu peito doía tanto. Tudo havia sido destroçado. Agora eu era um corpo vazio, jogado em uma cama de um hospital, sem motivos para viver. Afinal isso era vida? Esse embainhado de dor? Não quero sentir mais dor.
          Isso tem que parar, ela tem que voltar. Minha menina não morreu. Ela deve está em algum lugar brincando com seus poucos cabelos, enquanto sorrir para o pai.  Eu apenas tive um pesadelo, e isso é tudo mentira. Só pode ser mentira. Minha menina está bem. Só estou louca. Afinal, ninguém roubaria minha menina de mim? Se for assim, prefiro não abrir mais meus olhos e sucumbir na terra fria. Não havia passado, presente, futuro. Minha vida havia sucumbido assim que percebi que minha menina não estava mais comigo. E tudo o que eu conseguia era gritar, me encolher, e mentir para mim mesma, dizendo que eles estavam mentido para mim. Eles me drogavam. Mas nenhum tipo de remédio curaria minha dor, ou traria minha menina de volta.



Nota: Se você tiver sofrido com esse texto, não me mate. Fiz esse texto baseado em uma história de uma amiga, que ele está escrevendo. Obrigado Anne. Sinceramente, acho que nunca alguém vai poder descrever a dor da perda, mas tentei. Acho que é bom para lembrar o quanto estamos propicias a perder pessoas que amamos. 


                                                                 

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