Que grande vácuo, não só na mente, no corpo todo. Hospitais me fazem sentir assim, por isso os odeio, e acho que boa parte da população também possui minha opinião. A maioria das vezes que você vai no hospital é por que existe algo de errado, e se não tem, descobre.
Mas também é irônico, por que na mesma quantia que num hospital se derrama lágrimas se abre grandes sorrisos. É por incrível que pareça são os mais verdadeiros sorrisos e as mais verdadeiras preces que existem. Todos se tornam fieis a si mesmo a partir de descobrir que podem deixar o lugar que as vezes ele nem valorizava. 
Sou muito suspeita pra falar disso, eu não valorizo a minha própria vida, só reclamo, reclamo e reclamo. Mas aqui sentada nessa bancada dura do hospital, vejo uma realidade que é tão real pra algumas pessoas. Existem tantas pessoas aqui, tantas histórias, são tantas coisas guardadas para si próprio e isso muitas vezes é escondido das pessoas.
Olho para o fim da fila e vejo uma menina, que devia ter uns 2 anos, sorrindo para todos que passavam pelo seu caminho, naquele momento senti falta de quem eu era, e me coube a dúvida de quem eu sou, de quem nós somos? Fomos deixando nossos verdadeiros ''eu'' para o lado, lutando para pelo menos ser notado, acordando todos os dias as 4 da manhã, para não passar fome, para dá dinheiro pros engravatados limparem a bunda, e no fim morrer em um banco sujo de hospital. É, isso é o que nós somos. A ironia reina nesse lugar, apesar de odiá-lo, ele me faz pensar.
Aqui, eu penso que tudo se pode ocorre, como: o começo de uma vida, o fim dela, reencontros, beijos, felicidade, tristeza, morte. É onde muitos dão seu último e primeiro suspiros, por isso penso a quem ponto vale a pena? Lutar e no final morrer jogada? Eu sinceramente não sei, mas acredito que cada ser humano tem consciência do que fez, e que se mesmo tiver sofrido, os momentos de felicidade foram verdadeiros, e pensar que com um último suspiro, um outro vem, que as memórias permaneceram, e que nada foi relativamente em vão. 
Aperto a mão que insisto em segurar, me sentindo não sozinha ali, sentindo que tudo poderia acontecer mais eu permaneceria bem, as lágrimas iriam passar, os sorrisos voltarem e sumirem, mas eu iria me permitir. Deixando meu lado rancisa de lado e me libertando dos parâmetros. 
                             
                                               

Nota: Olá adormecidas, alguém estava com saudade da nossa sagaz menina do cabelo azul? E ela volta com sua sagacidade e melancolia, parece que as coisas andam meio conturbadas para ela, mas nada que não melhore. Estamos quase no fim do ano, e todos estamos meio que nos ''permitindo'' e essa é a mensagem que hoje queremos passar: Viva, se permita, a vida é muito curta para pensar em todas as possibilidades que podem ocorrer.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                     
                                               

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